A PARTICIPAÇÃO DAS EMPRESAS BRASILEIRAS NO MERCADO DE AÇÕES
Por: Sara • 19/12/2018 • 2.489 Palavras (10 Páginas) • 397 Visualizações
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Diferente do mercado acionário americano, o qual tem forte representação na economia, no Brasil não acontece assim, o mercado de capitais brasileiro não é plenamente representativo da sua economia. Atualmente aproximadamente 360 empresas estão listadas no mercado de ações. Números semelhantes aos da Mongólia. Destas, somente 10 representam mais de 50% do volume negociado. E o número de empresas listadas é praticamente o mesmo desde a década de 70 (PINHEIRO, 2014).
No mercado futuro, ou seja, onde as ações são negociadas de maneira que os investidores se comprometem a comprar ou vender uma determinada ação a um preço pré-estabelecido em uma data futura, apenas cinco contratos representam mais de 90% do volume negociado em bolsa. E mais, uma parcela insignificante da população investe em ações colocando o Brasil em um patamar semelhante a Gana, Quênia e Zâmbia. O resultado é que o mercado de capitais brasileiro é muito atrasado em relação ao tamanho e a economia do país.
2.2 A BM&FBOVESPA
A BM&FBOVESPA é a única instituição brasileira de intermediação para operações do mercado de capitais. Ela foi formada, em 2008, a partir da integração das operações da Bolsa de Valores de São Paulo e da Bolsa de Mercadorias & Futuros. Ela é responsável por grande parte do volume financeiro negociado na América Latina e é capaz de processar mais de 10 milhões de transações diárias,. Um dos fatores que influenciam sua importância econômica é a oferta de várias modalidades de investimento e derivativos financeiros, desde títulos de renda fixa até índices e commodities.
O Gráfico 1 apresenta a distribuição setorial das 520 empresas e fundos negociados na BM&FBOVESPA no ano de 2013 (BM&FBOVESPA). O setor Econômico-financeiro e Outros é composto por 147 empresas e fundos; Consumo Cíclico, 75 empresas; Construção e Transporte, 74 empresas; Utilidade Pública, 74 empresas; Consumo Não Cíclico, 48 empresas; Materiais Básicos, 40 empresas; Bens Industriais, 36 empresas, Telecomunicações, 10 empresas; Tecnologia da Informação, 9 empresas, e Petróleo, Gás e Biocombustível, 7 empresas.
Gráfico 1 - Distribuição setorial das empresas e fundos negociados na BM&FBOVESPA – Jun/13
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A Figura 1 mostra a distribuição por segmentos dentro dos setores econômicos Bens Industriais, Construção e Transporte, e Consumo Cíclico e Consumo Não Cíclico. O subsetor Material de Transporte corresponde a 42% das empresas negociadas no setor Bens Industriais. Os subsetores Transporte e Construção e Engenharia representam 1. Os fundos compreendem FIP, PE/VC, Fundos Imobiliários e outros. Relatório Final - 29 49% e 51%, respectivamente, do setor Construção e Transporte. O subsetor Tecidos, Vestuários e Calçados representa 33% do setor Consumo Cíclico. O subsetor Alimentos Processados representa 46% do setor Consumo Não Cíclico. Figura 1 - Distribuição das empresas pelos subsetores Bens
Figura 1 - Distribuição das empresas pelos subsetores Bens Industriais, Construção e Transporte, Consumo Cíclico e Consumo Não Cíclico – Jun/13
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A Figura 2 mostra a distribuição por segmentos dentro dos setores econômicos- Financeiro e Outros, Materiais Básicos, Petróleo, Gás e Biocombustíveis, e Tecnologia da Informação. Os subsetores Intermediários Financeiros e Outros representam 24% e 31%, respectivamente, do setor Financeiro e Outros. O subsetor Siderurgia e Metalurgia representa 30% do setor Materiais Básicos. O subsetor Exploração e Refino representa 86% do setor de Petróleo, Gás e Biocombustíveis. O subsetor Programas e Serviços representa 86% do setor Tecnologia da Informação.
Figura 2 - Distribuição das empresas pelos subsetores Financeiro e Outros, Materiais Básicos, Petróleo, Gás e Biocombustíveis, e Tecnologia da Informação – Jun/13
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A Figura 3 mostra a distribuição por subsetor dentro do setor econômico Utilidade Pública. O subsetor Energia Elétrica representa 89% do número total de empresas no setor Utilidade Pública
Figura 3 - Distribuição das empresas pelos subsetores Financeiro e Outros, Materiais Básicos, Petróleo, Gás e Biocombustíveis, e Tecnologia da Informação – JUN/13
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3 ENTRAVES PARA PME’s AO FAZER IPO
Segundo um estudo realizado em 2013 pela Deloitte em parceria com o IBRI (Instituto Brasileiro de Relações com Investidores) revelou que 45% das pequenas e médias empresas (PMEs) pretendem abrir seu capital no Brasil, mas 62% delas ainda consideram o IPO inacessível.
“As PMEs brasileiras foram excluídas do processo de evolução do mercado de capitais nos últimos 10 anos”, afirmou o sócio líder da área de Global IFRS andOffering Services da Deloitte, Bruce Mescher. Segundo ele, “o processo que levou o Brasil a um patamar mais elevado neste mercado não incluiu as pequenas e médias”.Isto se deve em parte ao alto custo da modificação na estrutura interna na empresa e a grande burocracia que estas têm que atravessar.
O estudo também mostrou que 93% das empresas consultadas discordam da afirmação de que o processo de IPO é relativamente simples, embora 90% considerem que a abertura de capital é essencial para o País.
Entre os motivos que impedem os IPOs entre companhias de pequeno e médio porte, os entrevistados destacaram: Os altos custos do processo (43%),seguidos das exigências regulatórias excessivas (38%) e da complexidade e burocracia (36%).
Alguns dos principais custos envolvidos diretamente com o processo de IPO e das exigências regulatórias são: assessoria legal, intermediários financeiros, prospecto, publicação, road show (ações de marketing para investidores), taxas de listagem e registro. Estes diversos atores do processo são obrigatórios no Brasil.
Ao captar recursos, as PMEs ainda priorizam as fontes tradicionais, como financiamentos bancários, utilizados por 71% dos consultados. Outros meios são empréstimos de partes relacionadas, investimento-anjo, ou seja, investimentos efetuados por pessoas físicas com seu capital próprio em empresas nascentes com alto potencial de crescimento; seedcapital, sendo a primeira camada de investimento acima do investidor anjo, indo normalmente de R$ 500 mil a R$ 2 milhões no Brasil; e venture capital, estes investem entre R$ 2 milhões e R$ 10 milhões em empresas
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