A Formação Econômica Brasileira
Por: Sara • 29/10/2018 • 1.404 Palavras (6 Páginas) • 344 Visualizações
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recebia um pedaço de terra ou dinheiro. Tudo indica que suas condições eram iguais ou piores que as dos escravos africanos.
As Antilhas davam prejuízo graças às dificuldades de encontrar bons artigos de exportação que poderiam ser plantados em pequenas propriedades e um alto custo do transporte. Foram possíveis produzir apenas algodão, anil e principalmente fumo, o que acabou gerando algum lucro, isso fez França e Inglaterra aumentarem suas milícias.
A medida que as Antilhas tiveram êxito comercial faltou mão-de-obra então foi introduzido a mão-de-obra escrava africana, principalmente no continente, onde as terras não estavam divididas nas mãos de pequenos produtores e as grandes plantações escravistas mostraram ser mais vantajosas.
Os holandeses instalam nas Antilhas a indústria açucareira, por meio da colaboração dos inglese e franceses. Em pouco tempo constituiu-se nas ilhas grupos com grandes propriedades de terras e engenhos açucareiros de grandes proporções. A população europeia nas ilhas decrescia e a escrava africana crescia, fazendo desaparecer as colônias de povoamento que se havia tentado instalar. Boa parte da população foi se instalar nas colônias do Norte. A construção naval e a destilação de bebidas alcoólicas foram umas das principais atividades de exportação na América do Norte. Também exportavam trigo para o Caribe.
Foi surgindo uma economia que produzia principalmente para o mercado interno, o que era o contrário dos princípios da política colonial. As Antilhas, neste período, tinham um precário abastecimento, devido a longa guerra entre a Inglaterra e França, assim os colonos do norte da américa se aproveitaram da situação para abastecer as ilhas. Também havia uma legislação protecionista naval.
Havia um atrito entre a colônia do Norte e a Inglaterra, os grupos que dirigiam essas colônias entravam frequentemente em conflito com os interesses metropolitanos e não tinham afinidade com os interesses da metrópole, então havia uma certa independência das colônias.
Portugal recuperou a independência na metade do século XVII, mas estava extremamente débil devido a ameaças da Espanha sobre sua metrópole, a perda do comércio oriental e ao desorganizado mercado do açúcar, assim não dispunha de meios para defender o que lhe sobrava das colônias.
Portugal então alienou parte de sua soberania em acordos com a Inglaterra, esses acordos funcionavam com Portugal fazendo concessões econômicas e a Inglaterra pagava com promessas ou garantias políticas, ou seja, o governo português aceitou uma semidependência para manter a colônia mais lucrativa da época sem disputas. Os comerciantes ingleses passaram a constituir um poderoso e influente grupo sobre o governo português.
Foi no começo do século XVIII que ouve um desenvolvimento na produção de ouro no Brasil e seus acordos acabaram implicando para Portugal renunciar a todo desenvolvimento manufatureiro e implicou transferir para Inglaterra o impulso dinâmico criado pela produção aurífera. Acabou que para Portugal o ouro era apenas fictício já que até as roupas dos escravos eram inglesas.
No final do século XVIII ouve a decadência da mineração no Brasil, e a esta altura a Inglaterra já havia entrado em plena Revolução Industrial e seu maior problema era a abertura dos grandes mercados europeus para suas manufaturas, assim eliminou suas ataduras da era mercantilista.
Os privilégios econômicos que os ingleses tinham vindos de Portugal, agora passou a vir do Brasil independente, e este demorou vários anos para eliminar a tutela inglesa. Houve um grande esforço diplomático para a consolidação da independência brasileira o que criou grandes dificuldades econômicas.
O autor descreve de forma ampla de talhada como ocorreu o processo de colonização, nos mostrando que foi um processo complexo e muito influenciado pelas outras colônias americanas e pelo modo que eram administrados. Podemos ver também o papel importante da Holanda e França, além da Inglaterra e Espanha.
O complexo de tratados políticos, invasões e comércio deixa clara a dependência de outros países para a construção estrutural da colônia portuguesa até sua independência. Comparando esse caminho econômico trilhado que Celso Furtado nos apresentou com a colonização descrita no livro “O Brasil Colonial 1580-1720” podemos perceber que não foi tão simples esse caminho e em alguns aspectos os dois textos até divergem. Como no fato de que no “O Brasil Colonial 1580-1720” a relação da colônia com a Coroa era como uma obediência amorosa devido ao catolicismo e Celso Furtado descreve mais profundamente um processo de desenvolvimento colonial em que a colônia dependia mais da Coroa.
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