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O protagonismo da Sociedade Civil: movimentos sociais, ONGS e redes solidárias

Por:   •  22/7/2018  •  1.375 Palavras (6 Páginas)  •  514 Visualizações

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O texto em questão pontua de forma coerente a evolução da sociedade brasileira, demonstrando historicamente a sua ascensão, especialmente pelo aumento gradual da participação social. O texto caracteriza os movimentos sociais como os principais responsáveis pela conquista da participação social. Em contrapartida, Bauman (2014) responsabiliza os movimentos sociais por possíveis excessos de democracia praticados pela sociedade, visto que, alguns movimentos atuam de forma a entender que a prática da democracia consiste no atendimento do seu desejo. Um outro ponto abordado em salda de aula é o caráter político destes movimentos sociais, que muitas vezes consegue motivar uma massa com discursos incompletos, porém, persuasivos, mas que ocultam a intenção político partidária da ação. Desta forma, o texto elenca positivamente a atuação destes movimentos, omitindo algumas consequências negativas trazidas por ele. A consolidação dos movimentos sociais, fundamentada pela sua evolução histórica, foi demonstrada pelo mapeamento objetivo dos principais movimentos e áreas de atuação, realizando um panorama sucinto da situação atual do Brasil. Esse mapeamento tem grande importância, principalmente para os leitores que tem interesse por determinadas áreas, conseguindo assim visualizar e delimitar sua área de interesse. E por fim, a abordagem sobre as ONGs, sua atuação na década de 70, seu desenvolvimento, principais funções e objetivos são de grande importância para ratificar a sua participação na ascensão social como sociedade ativa e propositora de políticas públicas. Dagnino (2004) compartilha da ideia que a sociedade participativa, principalmente através da atuação das ONGs e Terceiro Setor, tem contribuído para a aplicação da ideia neoliberal de menor atuação do Estado, e maior participação da sociedade, não como propositora de políticas públicas, mas através da participação ativa na solução de problemas, sem que haja intervenção ou apoio estatal. Esta é uma crítica que precisa ser analisada e reestruturada, principalmente por ir contra a ideia de alguns movimentos sociais citados neste texto, como o movimento que é contra as ideias neoliberais.

De forma geral, o texto agrega conhecimento e fundamentações para boas discussões sobre um tema não tão recente, mas que continua ativo e atual, que são os movimentos sociais e participação social. A administração pública, como principal responsável pela aplicação do orçamento público, precisa identificar e entender a importância e grande colaboração dos movimentos sociais. O interesse público está pautado no atendimento das necessidades públicas, e estas necessidades não são definidas conforme critérios do Estado, mas sim a partir de uma realidade social demonstrada por estudos e pesquisas. Desperta-se assim a necessidade de ampliar os estudos desta temática, identificando os efeitos da participação social na formulação das políticas públicas, abordando os níveis de eficiência e eficácia destas políticas a partir do momento que a administração pública determinou a prática da gestão social.

Esta obra é de autoria de Maria da Glória Gohn, Doutora em Ciência Política pela Universidade de São Paulo (USP), atuando atualmente como professora titular da Universidade Estadual de Campinas e Professora Visitante da Universidade Federal do ABC. Possui um vasto currículo com mais de 100 artigos e 80 livros publicados, com diversas temáticas, em especial os movimentos sociais, dentre as produções mais atuais estão Conselhos Gestores e Participação Sociopolítica-9a edição (2016); Movimentos Sociais no Início do Século XXI (2015).

DIEGO FILLIPE DE SOUZA

Mestrado Profissional em Administração Pública – PROFIAP Semestre 2016.1

REFERÊNCIAS

BAUMAN, Zygmunt. BORDONI, Carlo. Estado de Crise. Zahar editora: Rio de Janeiro, 2014

DAGNINO, Evelina. Sociedade civil, participação e cidadania: de que estamos falando. Políticas de ciudadanía y sociedad civil en tiempos de globalización. Caracas: FACES, Universidad Central de Venezuela, p. 95-110, 2004. Disponível em: . Acesso em 28 mar. 2017

GOHN, Maria da Glória. O Protagonismo da sociedade civil: movimentos sociais, ONGs e redes solidárias. 2. ed. São Paulo: Cortez, 2008. (Segunda parte)

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