Metodologia 5S em uma Microempresa
Por: kamys17 • 18/4/2018 • 4.137 Palavras (17 Páginas) • 319 Visualizações
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2.1.GESTÃO DE QUALIDADE
Qualidade para Slack et al (1999) significa fazer as coisas certo da primeira vez. De acordo com Campos (1992), um produto ou serviço de qualidade é aquele que atende no tempo certo, de forma perfeitamente confiável, acessível e segura, as necessidades dos clientes. Com isso, garantindo, a preferência, em relação aos concorrentes, e, consequentemente, a sobrevivência da empresa.
Segundo Lima (2004), a gestão da qualidade pode ser definida como uma maneira de auxiliar a administrar os sistemas de produção, sendo que este auxílio será dado por meio de planejamento, controle e melhoria da qualidade, ou seja, um conjunto de atividades que são planejadas e executadas em todo o ciclo de produção, e que ainda precisa ser estendida a os clientes e fornecedores, com a finalidade de garantir a qualidade dos produtos com o menor custo possível.
Utilizando a referência desse mesmo autor, é possível afirmar que a qualidade do produto, quando este chega às mãos do cliente, é o resultado das atividades desenvolvidas durante o ciclo de produção. Com isso, a gestão da qualidade torna-se algo fundamental para qualquer empresa. Com o gerenciamento da qualidade é possível garantir que todas as atividades do ciclo estejam organizadas de forma tal que o produto resultante terá sempre o padrão esperado e atenderá os objetivos econômicos e estratégicos da organização.
2.2.O PROGRAMA 5S
Existem diversos métodos para gestão de qualidade, dentre os quais o programa 5S, ou os Cinco Sensos, originário do Japão. A metodologia é baseada em 5 palavras japonesas que começam com a letra S e dão nome ao programa, são elas:
Seiri (Senso de utilização), Seiton (Senso de ordenação), Seiso (Senso de limpeza), Shitsuke (Senso de auto disciplina) e Seiketsu (Senso de higiene). A essência do programa está na autodisciplina, que relaciona a capacidade de ter iniciativas, a busca do conhecimento de si e do outro, o espírito de equipe, o autodidatismo e a capacidade de buscar melhoria contínua tanto no nível pessoal quanto no organizacional. Pessoas que praticam estes conceitos se tornam gerentes de si mesmas e são destaque no mercado de trabalho.
Trabalhar com mais segurança, manter bons hábitos para a saúde, buscar limpeza e organização, combater desperdícios, ter espírito de equipe, aceitar desafios e ser responsável, são algumas das vantagens que o programa proporciona à organização e às pessoas que fazem parte dela.
2.2.1.O HISTÓRICO DO PROGRAMA 5S
No ano de 1950, a equipe do Dr. Kaoru Ishikawa reunida no Centro de Educação para a Qualidade, no Japão, criou um modelo prático para combater causas de perdas e desperdícios que visava aperfeiçoar os poucos recursos existentes em um país destruído pela guerra, ao qual se deu o nome de 5S, (FORTALEZA 2009).
O Japão, tendo como base esta filosofia, conseguiu superar muitos de seus problemas e dificuldades, chegando a níveis ótimos de qualidade e produtividade, que servem como exemplo ao mundo.
Especialmente após a década de 1970, engenheiros e professores de vários países, foram ao Japão estudar o 5S, para implantá-lo em seus países. Muitos brasileiros, inclusive o professor José Abrantes em 1989, também foram ao Japão, estudaram e depois tentaram trazer o 5S ao Brasil. Na década de 1980 muitas empresas brasileiras aderiram ao 5S, mas pouquíssimas obtiveram sucesso. No início até que se conseguia algum resultado positivo, porém em poucos meses a situação voltava ao que era, e às vezes até piorava, especialmente os desperdícios de materiais.
2.2.2.O PROGRAMA 5S NO BRASIL
Alguns dados estatísticos indicam os seguintes desperdícios no Brasil em 2005: 40% da água tratada, 50% dos alimentos produzidos e 30% da energia elétrica gerada. No Brasil, joga-se no lixo anualmente o equivalente a 150% do PIB, já no Japão o desperdício é de menos de 20% do PIB, que é toda a riqueza gerada em um ano no país, (ABRANTES, 2005). Considerando que em 2015, o Brasil apresentou um PIB oficial de 5,9 trilhões de reais, pode-se dizer que foram desperdiçados cerca de 8,85 trilhões de reais, ou seja, o “PIB real” do país em 2015 seria cerca de 14,75 trilhões de reais.
O Brasil também é campeão mundial em acidentes do trabalho e tem altos índices de mortes e ferimentos, devido acidentes de transito (de percurso casa/trabalho, trabalho/casa), somados também com os casos de doenças do trabalho que são impulsionados muitas vezes pela falta de cuidado e higiene dos trabalhadores como, sérios problemas de verminoses, cáries, diabetes e hipertensão arterial.
Considerando estes dados, o professor Dr. José Abrantes autor do livro "Programa 8S" (segunda edição do livro em julho de 2007) após anos trabalhando no chão de fábrica, analisou a implantação do Programa 5S Japonês nas empresas brasileiras e detectou alguns problemas provenientes da cultura e comportamento dos brasileiros. A principal dificuldade era a falta de motivação para manter os resultados. Pensando nisso José Abrantes desenvolveu as “Ações” ou “Sensos” que faltavam para o sucesso do programa no Brasil. São eles: Shikari Yaro (Determinação e União), Educação, Shido (Qualificação e Treinamento) e Setsuyaku (Economia e Combate aos Desperdícios).
O Programa 8S proposto deve ser implantado nas seguintes cinco etapas: Primeira etapa: Determinação e União (Shikari Yaro). Segunda etapa: Educação Qualificação e Treinamento (Shido). Terceira etapa: Utilização, Ordenação ou Organização e Limpeza (Seiri, Seiton e Seiso). Quarta etapa: Saúde e Bem Estar e Autodisciplina (Seiketsu e Shitsuke). Quinta etapa: Economia e Combate aos Desperdícios (Setsuyaku). A seguir as cinco etapas são detalhadas, ficando a observação de que, para cada uma existem critérios e formulários de avaliação, de forma que durante todo o processo o Programa seja controlado e alimentado com melhorias constantes (ABRANTES, 2007).
2.3.PRIMEIRA ETAPA: SHIKARI YARO (SENSO DE DETERMINAÇÃO E UNIÃO).
Este é o primeiro e fundamental Senso do Programa 8S e necessita da determinação da alta administração e a união de todos os funcionários. Inicialmente a alta administração tem que se convencer da importância do Programa, incluindo-o no planejamento estratégico da empresa. Um dos pontos importantes desta ação é a escolha do coordenador do Programa. Este coordenador deve ser dinâmico, comunicativo, empreendedor,
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