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Paper Cidadania - Instituto Teológico Quadrangular

Por:   •  8/5/2018  •  2.419 Palavras (10 Páginas)  •  603 Visualizações

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No Evangelho de Mateus, capítulo 5, versos 17 a 20, Jesus informa que ele mesmo se daria ao cumprimento das leis vigentes, pois não veio abolir nenhuma lei, e ensinar que façam o mesmo, e ainda complementa que não poderão entrar no Reino dos céus se sua justiça não for muito superior à dos fariseus e mestres da lei, com isto incita que o povo seja extraordinariamente justo. Jesus ainda orienta a sempre fazer o bem: “Pensem nisto, pois: Quem sabe que deve fazer o bem e não o faz, comete pecado” (Tg 4.17)

Para entender o que influenciou os cristãos a não cumprirem os ensinamentos, faz-se necessário olhar para o contexto histórico, neste estudo, será apresentado o período no Brasil em que houve maior influencia do pentecostalismo.

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A CIDADANIA E OS CRISTÃOS

Através do profeta Isaías, Deus alertou: “aprendam a fazer o bem! Busquem a justiça, acabem com a opressão. Lutem pelos direitos do órfão, defendam a causa da viúva.” (Is 1.17). Do mesmo modo, no capítulo 10, o profeta salienta: “Ai daqueles que fazem leis injustas, que escrevem decretos opressores, para privar os pobres dos seus direitos e da justiça os oprimidos do meu povo, fazendo das viúvas sua presa e roubando dos órfãos!” (Is 10.1,2)

Quando Moisés estava cheio de responsabilidades, julgando e orientando o povo através da Lei de Deus, seu sogro interviu para que escolhesse homens capazes entre o povo para que dividissem o fardo de chefia e dos julgamentos, assim, percebe-se já no tempo de Moisés, uma liderança de mais de uma pessoa para poder atender às necessidades de todo o povo, então pode-se entender que isto era do agrado de Deus, pois permitiu que seu servo elegesse líderes (Êx 18:21-23).

Igualmente o povo de hoje exerce esse papel, de instituir um líder que o represente, para administrar seus bens ou para estabelecer novas leis de convívio, ética e moral que estejam em conformidade com as Leis de Deus, portanto exercendo cidadania.

Além disto, a cidadania enquanto política, onde se elegem novos líderes, não é algo que se possa fugir, pois não se trata apenas de um direito, mas de um dever de todo aquele apto a exercer suas funções eleitorais, resta saber de que forma esta deverá ser exercida e como afetará a sociedade tanto no presente quanto no futuro. “Assim brilhe a luz de vocês diante dos homens, para que vejam as suas boas obras e glorifiquem ao Pai de vocês, que está nos céus". (Mt 5.16)

Paulo deixa uma recomendação na primeira carta a Timóteo, para que o povo, antes de qualquer coisa, ore e interceda em ação de graça por todos, desde o povo, até as lideranças e autoridades maiores, para que se tenha uma vida pacífica e digna, Paulo ainda enfatiza que isto é agradável perante Deus (1 Tm 2.1-4). Como afirma Miotto (2016): “primeiramente a Bíblia nos orienta a orar pelas autoridades, muitas vezes nos omitimos desta tarefa”, porquanto a política desordenada vem cada vez mais desconstruindo valores, crenças, raízes, caráter e percebe-se a sociedade caminhando rumo a uma humanidade amoral.

Em razão disto, o povo, que também se intitula povo de Deus, deve cumprir seu dever enquanto cristão, promovendo a ética e o bom costume dentro da sociedade e defendendo seus valores e crenças que estão descritos na Bíblia, a qual foi deixada aos homens por Deus.

[...] queremos enfatizar que a presença e a intervenção do crente, como sujeito e em comunidade, na vida política, dentro dos seus próprios limites e exercida com pleno respeito pela autonomia das instituições civis em seu próprio campo, não constitui perigo para ninguém, mas uma ajuda imprescindível ao bem da sociedade e das pessoas. "A Igreja não pode nem deve empreender por conta própria a empresa política de realizar a sociedade o mais justa possível. Não pode nem deve substituir o Estado. Mas também não pode nem deve ficar à margem na luta pela justiça" (FERNANDES, 2013)

Com isto, pode afirmar que a cidadania deve fazer parte do cotidiano, do caráter intrínseco de cada cristão, “pois zelamos do que é honesto, não só diante do Senhor, mas também diante dos homens.” (2 Co 8.21).

Contudo, para a formação do caráter do bom cidadão, a educação exerce papel de suma importância, tanto no âmbito cristão, baseado nas escrituras Sagradas, quanto no âmbito secular, onde se deve seguir o código de conduta da sociedade e as leis que regem a mesma, tornando o ser humano capaz de um convívio pacífico.

Lutero, citado por Ahlert (2006), preconizava a educação para a formação de um ser humano que se relacione através da razão e da sabedoria, esta seria a forma de elevar as conquistas humanas e ainda, que se o investimento em guerras fosse revertido à educação de um único homem, este se tornaria um cristão e sua utilidade maior que todos os homens juntos.

Portanto, “o melhor e mais rico progresso para uma cidade é quando tem muitas pessoas bem instruídas, muitos cidadãos sensatos, honestos e bem-educados”. Este tipo de educação, proposta para uma escola cristã, defendida por Lutero, possui uma profunda dimensão de cidadania, preparando todos os cidadãos para todas as tarefas da sociedade, no dia a dia. “(...) Assim como a escola é tarefa de todos: cristãos e não-cristãos, Igreja, Estado e família. Também a cidadania deve ser preocupação precípua dos cristãos, das comunidades e dos governantes (...).” (AHLERT, 2006)

É importante salientar que o compromisso do cristão com a ética e a moralidade deve ser de uma postura exemplar exímia, permanente e constante, como citado no Evangelho de Mateus: “pois eu lhes digo que se a justiça de vocês não for muito superior à dos fariseus e mestres da lei, de modo nenhum entrarão no Reino dos céus”. (Mt 5.20)

Diante disto, percebe-se uma necessidade cada vez mais emergente de se refletir sobre a forma como os cristãos estão exercendo sua cidadania no mundo, pois é dever de todo cidadão, inclusive dos cristãos, participar ativamente das questões da sociedade, seja no contexto econômico, político ou social.

No livro de Salmos o autor escreve um cântico auferindo benventuranças ao povo que tem Deus no comando de tudo e ressalta o quanto é feliz o povo que tem Deus como Senhor (Sl 144.12-15).

Ora, se Deus deve estar no comando de tudo, logo, os filhos de Deus também têm direito de estar no comando e dever lutar para que seus princípios sejam no mínimo respeitados pela sociedade, pois como está escrito na Bíblia: “Se um reino estiver dividido contra si mesmo, não

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