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A Intolerância Religiosa

Por:   •  18/10/2018  •  2.805 Palavras (12 Páginas)  •  281 Visualizações

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2. CRISTIANISMO NO BRASIL

Abordaremos o cristianismo isoladamente, por ser a maior religião no mundo e no Brasil, assim os casos envolvendo seus adeptos acabam sendo em termos numéricos mais elevados, senão vejamos.

O cristianismo é uma religião abraâmica, da mesma forma que o judaísmo e o islamismo. É atualmente a maior religião do mundo e conta com cerca de 2,1 bilhão de seguidores. E no Brasil atinge cerca de 86,8% da população (católicos e evangélicos), conforme dados do censo de 2010 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE, apud Castro e Duarte (2012).

O ponto principal de sua crença é a pessoa de Jesus Cristo, o filho do Deus único e salvador da humanidade. A religião derivada do judaísmo tem seu início na pregação de Jesus que acaba sendo crucificado por seus algozes (Fariseus) e ao terceiro dia ressuscita, cumprindo as profecias bíblicas a seu respeito e após um período de aparições aos seus discípulos, ascende aos céus onde junto a Deus aguarda o julgamento final da humanidade.

Marcada inicialmente pela perseguição de seus adeptos, a religião levou pouco mais de três séculos para se firmar no mundo, quando em 313 d.C. o imperador romano Constantino liberou o seu culto e em 392 d.C foi adotada como a religião oficial do Império Romano.

Ao longo de mais de dois mil anos de existência esta religião passou por divisões internas e hoje está disposta em três seguimentos: Católicos Romanos, Protestantes e Católicos Ortodoxos.

No Brasil se destacam dois grupos religiosos: católicos e protestantes. Dentre os protestantes, aqui chamados de evangélicos, a constante divisão tem levado a um crescimento do número de igrejas (denominações) independentes entre si.

A religião católica embora no passado tenha tratado de forma violenta os adeptos de outras religiões, como foi o caso do Tribunal do Santo Ofício da Inquisição, com o passar dos tempos e com a perda do poder estatal passou a adotar uma postura mais branda em relação a outras religiões. Por seu lado a ramo protestante (evangélico) está em constante divisão e a cada momento surgem novas igrejas e alguns membros destas igrejas, em face de interpretações equivocadas das Escrituras (bíblia) praticam atos de violência contra outras religiões e seus adeptos. Os evangélicos por seu lado são bastante discriminados em razão da vestimenta das mulheres e de seus cabelos compridos, do comportamento durante os momentos de oração (gritaria), e outros tantos.

3. SITUAÇÃO ATUAL

Embora constante da Constituição Federal, a liberdade religiosa nem sempre é respeitada, e atritos e enfrentamentos acabam ocorrendo, muitos decorrentes da enorme quantidade de religiões existentes, e esta divisão tem causado atos de intolerância, pois alguns adeptos em razão de entendimentos doutrinários diversos acabam por se enfrentarem verbal e fisicamente gerando a necessidade de intervenção policial, como se vê na matéria de MOREIRA (2014):

SÃO PAULO - Por causa de religião, dois jovens evangélicos invadiram a igreja matriz, no centro de Sacramento, em Minas Gerais, e destruíram oito imagens de santos nesta quarta-feira, 16. Um dos rapazes, de 20 anos, foi localizado e alegou ter feito isso por não concordar com a idolatria às estátuas comum na Igreja Católica. Ele foi autuado e foi preso. Outro suspeito fugiu e está sendo procurado.

Embora os números relacionados a ocorrências por intolerância religiosa sejam pequenos eles vêm crescendo nos últimos anos, como mostra Rodrigues (2012):

Brasília – A quantidade de denúncias de intolerância religiosa recebidas pelo Disque 100 da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República cresceu mais de sete vezes em 2012, na comparação com 2011. Embora signifique um aumento de 626%, a própria secretaria destaca que o salto de 15 para 109 casos registrados no período não representa a real dimensão do problema. O resultado foi divulgado nesta segunda-feira 21, Dia Nacional de Combate à Intolerância Religiosa.

Os dados do Disque 100 para a intolerância religiosa podem estar subestimados, de um lado, porque o serviço telefônico gratuito da secretaria não possui um módulo específico para receber esse tipo de queixa, de forma que nem todos casos chegam ao conhecimento do Poder Público.

Além disso, a maior parte das denúncias é apresentada às polícias ou órgãos estaduais de proteção dos direitos humanos e não há nenhuma instituição responsável por contabilizar os dados nacionais.

A Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Seppir) também não possui dados específicos sobre violações ao direito de livre crença religiosa, mas seu ouvidor, Carlos Alberto de Souza e Silva Junior, compartilha da impressão de que o problema tem crescido nos últimos anos....

A televisão brasileira tem praticado atos de intolerância religiosa, de forma velados, ao exporem em seus programas personagens estereotipados de religiosos das mais variadas religiões (católica, evangélica, budista, islamita, judaica, hindu, espírita, hare krishna, afro-brasileira, etc..), tais personagens por vezes adotam conduta incompatível com os ensinamentos e doutrina de determinada religião, muitas vezes colocados em situações jocosas que afrontam os verdadeiros adeptos.

A mídia como um todo por vezes se detém em casos esporádicos de assédio sexual, corrupção, pedofilia e outros, praticados por membros de determinadas religiões, levando a crer que tais atos são comuns aos adeptos daquela religião, notadamente seus líderes, fato que coloca a opinião pública contra aquele seguimento em particular, muitas vezes ridicularizando todos os seus adeptos. Como exemplo podemos citar: os casos de pedofilia na Igreja Católica, onde ao acompanhar as matérias que exploram a situação poder-se-ia acreditar que todos os padres, de alguma forma ou molestam crianças ou foram molestados sexualmente; ou ainda os casos de enriquecimento de alguns pastores evangélicos, de mesma forma levando o público a acreditar que todos os pastores se locupletam com os dízimos e ofertas dos membros de suas igrejas, e que estes agem inocentemente ao entregarem seu dinheiro a estas pessoas; e não menos afrontosos são os casos de pessoas ligadas a religiões afro-brasileiras que são tratados como trapaceiros, bêbados ou enganadores. Todas estas situações acabam gerando uma comoção social, que por vezes coloca frente a frente pessoas com opiniões diferentes em relação aos ensinamentos religiosos e que acabam se enfrentando verbal e fisicamente,

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