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Youtube e a revolução digital

Por:   •  3/4/2018  •  2.487 Palavras (10 Páginas)  •  332 Visualizações

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Os autores dizem que o uso/valor desta fermenta digital advém não somente das atividades de top down, possui valores que vão de culturais a econômicos, originadas dos usuários por meio do consumo, empreendedorismo e avaliação. Enfim, o Youtube é uma plataforma de disponibilização de conteúdos digitais, apesar de não produzi-los, oferecendo uma ampla exposição aos usuários.

A ideia central do livro é utilizar o Youtube como um objeto de pesquisa. Inicialmente os autores citam um trecho do escrito de Stephen Heath sobre a televisão, que antes era um grande meio de comunicação de massa e obviamente já foi inovação e por isso também houve dificuldade em entende-la. Então eles fazem uma comparação entre esses dois meios coexistentes. A citação fala basicamente que a televisão há duas décadas era um objeto desorganizado, instável, com certa velocidade de mudanças, como tecnológicas e econômicas, com fluxo interminável, de sons, imagens e de uma mesmice quantitativa.

A partir dai é feita a comparação dessa antiga mídia de massa com o Youtube. É dito que muito mais que a televisão ele é instável, com mudanças dinâmicas, com maior variedade de conteúdos e de frequência cotidiana, ou mesmice. Há uma dificuldade em entendê-lo pelo fato de possuir duas funções, podendo ser uma plataforma de distribuição de cultura popular ajudando a popularizar os produtos de mídia comercial como também plataforma de criatividade vernacular onde os usuários poderiam expor seus conteúdos próprios.

Não há um consenso sobre a cultura típica do Youtube e sempre que ele é estudado fornece novas noções acerca do que essa plataforma é de verdade. Com o intuito de compreender esta plataforma são feitas muitas pesquisas utilizando analises detalhadas de elementos específicos que podem ajudar a descrevê-la. O texto diz que os estudos de mídia e cultura utilizam estes métodos mais detalhados, então como o Youtbe se encaixa nesses âmbitos devem ser usadas essas abordagens e o considera um sistema cultural intermediado.

Entretanto, muitas abordagens eram realizadas de maneira computadorizada, buscando revelar padrões de usuários, conteúdos e ciclo de vida da popularidade dos vídeos, utilizando recursos muitos óbvios e do próprio site, essas pesquisas focavam muito mais na quantidade que na complexidade de alguns aspectos. Eram realizadas analises de hiperlinks para mapear a interação entre a mídia e o usuário, só que perdia muitas informações, como conflitos sociais que surgiram com os conteúdos dos vídeos.

O sistema de categorias do Youtube, que permite aos que enviam seus vídeos classificar em uma delas, também eram pesquisados, mas muitas vezes os usuarios agiam de má fé e ao fazer o upload marcavam os conteúdos em categorias que não correspondiam ao que o vídeo abordava, isso por beneficio próprio para que tivesse a chance de ser mais visualizado, trazendo problemas assim para os pesquisadores que não conseguiriam por exemplo fazer a contagem de quantos vídeos realmente pertencem a uma determinada categoria.

Um estudo etnográfico realizado por Patricia Lange, segundo os autores “produziram uma série de constatações importantes sobre o funcionamento do Youtube como site de rede social para alguns participantes bem como sobre a rica simplicidade das praticas comunicativas que acontecem por lá.”(BURGESS E GREEN, 2009, pg. 26)

Este estudo nos diz que precisam ser feitas abordagens mais peculiares em relação ao modo de uso e aos usuários, e nos faz pensar no uso da plataforma inserido em nosso cotidiano e não como apenas um armazenador de vídeos. O Youtube é inserido num grupo de problemas que os estudos de mídia e de cultura tentam resolver há anos.

Ele também é classificado como site de “cultura participativa” sendo basicamente definido no livro como um termo empregado sobre a interação entre usuários e uma mídia digital acessível, na qual estes primeiros podem criar e expor suas produções, deixando de serem apenas meros receptores de conteúdos, trazendo tanto configurações econômicas quanto culturais, como é o caso do Youtube.

O livro debate a plataforma mais no âmbito cultural que no tecnológico, é dito que o site é muito popular fazendo parte então da cultura das pessoas. Sobre esta, os autores dizem que seu valor é debatido de tempos em tempos, acontecendo, principalmente, sempre que uma nova mídia e novas formas de cultura surgem ainda mais quando são disponibilizadas por meio das tecnologias de mídia de massa. A modernidade, mudanças politicas e o crescimento do acesso de pessoas comuns à educação são responsáveis pela busca do significado e do valor da cultura popular.

Alguns estudiosos dizem que a cultura é um “bem comum”, um espaço onde pessoas podem se expressar e cultura popular é geralmente associada ao comercio de massa e ao consumo, como se ela pertencesse à pessoas de baixa classe social e que de certa forma são “desculturadas”, se baseássemo-nos no que elas consomem e produzem. É a cultura dos que apenas recebem e consomem. Entretanto, é considerada também como cultura folclórica, cujos conhecimentos, tradições, costumes e crenças vem de família, passando de geração à geração.

Segundo os autores, o desejo por uma cultura folclórica contemporânea vinculou-se à tecnocultura e ao individualismo norte-americano para produzir a “utopia digital”, esta emergiu da ideologia DIY, que integra a cultura participativa, valorizando a mídia amadora e a democratização da produção cultural. Em 1990 a produção dos fãs mostrou que uma parte da audiência dos conteúdos eram ativas e agiam em reação, a mesma era criativa e participava da produção cultural.

Foram feitos muitos estudos acerca da cultura popular concentrando-se em comunidades de fãs e suas praticas criativas e muitas vezes estão correndo o risco de serem calados pelos interesses corporativos, por serem representados como focos de resistência ao capitalismo. Hoje em dia não é mais novidade a criatividade cotidiana na produção da mídia, mas há discussões que abordam seu futuro no segmento da cultura digital e o consumo não é considerado mais o ponto final na cadeia de produção e sim como um espaço de inovação.

Houve uma alegação de que o aparecimento da cultura produzida por iguais (fãs) é de certa forma o renascimento da cultura folclórica, descrevendo uma divisão entre a cultura popular e a comercial de produção de mídia de massa.

O Youtube influenciou mudanças na mídia, na participação cultural e com certeza atuou no crescimento do conhecimento, porém tudo isto ainda pode sofrer alterações

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