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Thomas Wilson: Revisitando Modelos de Comportamento Informacional

Por:   •  28/1/2018  •  4.538 Palavras (19 Páginas)  •  555 Visualizações

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Pouco tempo depois trabalhou como bibliotecário corporativo no Centro de Investigação Nuclear de CA Parsons, inventor da turbina de vapor na década de 50 e 60, famoso em Tyneside. Momento o qual ele se tornou interessado no uso de novas tecnologias na ciência da informação. Em 1961, completou seus exames para a Fellowship da Associação de Biblioteca, onde mudou-se e começou sua carreira acadêmica, ensinando na Escola de Biblioteconomia, Faculdade de Comércio, Newcastle upon Tyne, trabalhando nesta última até janeiro de 1972, quando se mudou para Sheffield para assumir uma posição de dois anos como investigador principal em um projeto de pesquisa. Wilson também obteve licenciatura em economia e sociologia, e um doutorado em teoria da organização. Na área do comportamento informacional (um termo que ele inventou para cobrir todas as atividades relacionadas com a procura, aquisição, utilização e partilha de informação) Wilson centrou-se sobretudo na análise de como os indivíduos e grupos se reúnem e trocam informações.

Wilson foi responsável por diversos estudos alguns dos mais famosos e conhecidos são o projeto INISS realizado no período de 1980 a 1985, onde tinha como objetivo aumentar a eficiência dos trabalhadores dos Serviços Sociais na gestão das informações. Além dos métodos tradicionais de pesquisas e entrevistas com aqueles que buscam informação, Wilson e sua equipe também observou os assistentes sociais e os seus gestores em suas tarefas do dia-a-dia para ver as técnicas que foram realmente utilizadas para encontrar, utilizar e comunicar informação. Observando que, no ambiente de um escritório de Serviços Sociais, a maioria das informações era oral, com algumas notas sendo tomadas sobre a comunicação oral.

Isso combinado com a fatal de treinamento no uso de outras fontes de informação disponíveis levou a uma falta de informação organizada que está sendo usada. Ele então recomendou a criação de uma biblioteca central para informações sobre Serviços Sociais, juntamente com a equipe de treinamento para acessar essas informações bem como mais comunicação dentro de cada escritório. O outro grande estudo de Wilson foi o seu modelo de comportamento informacional onde na sua primeira versão em 1981 ele destaca a influência dos papéis do indivíduo no seu comportamento informacional e na existência de barreiras relacionadas ao ambiente pessoal e interpessoal, para a elaboração do modelo Wilson se inspirou nas necessidades fisiológicas, cognitivas e afetivas dos usuários.

Wilson, porém viria a revisar seu modelo em 1996 levando em consideração contexto da pessoa para a existência das necessidades. Levantando assim diversas variáveis que podem interferir no comportamento dos indivíduos que são: variáveis psicológicas, demográficas, relacionadas com a função ou interpessoais, meio ambiente e as características das fontes de informação. Para construção do segundo modelo (modelo revisado) Wilson buscou subsidios nas áreas da administração, psicologia, comunicação em saúde e pesquisa do consumidor.

Tamanha dedicação a tudo que está envolvido rendeu a Wilson diversas premiações destacando-se o Premio do ALISE por ação biblioteca e informação sobre a educação profissional em 2000, um doutorado honorario na Universidade de Gotemburgo, na Suécia em 2005 e um doutorado honorario na Universidade de Múrcia, na Espanha em 2010.

Embora agora aposentado, Wilson continua envolvido com pojetos de pesquisa como o grupo de Pesquisa AIMTech da Universidade de Leeds Business School e por meio da Escola Sueca de Biblioteconomia e Ciencia da Informação. Ele é membro do Grupo que esta participando do projeto SHAMAN que trata da Preservação digital de longo prazo, financiado pela União Europeia. Até recetemente Wilson era professor catedratico convidado da Universidade do Porto onde permanceu por mais de dez anos ajudando a desenvolver e ensinando no Mestrado em Gestão da Informação, encerrando em 2013 a seu vínculo com a Universidade. Hoje em dia Wilson está envolvido com um projeto que pretende examinar o impacto dos e-books em uma cultura especifica, com intenção de explorar o impacto da autoria, através de publicação, venda de livros e bibliotecas, para o leitor final.

3. Comportamento informacional

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O estudo de usuário pela Ciência da Informação já existe a cerca de 40 anos, ainda na Royal Society Scientific Information Conference de 1948, vários artigos foram apresentados onde se tratava deste assunto, embora o termo comportamento informacional só tenha sido utilizado alguns anos depois, porém durante muito tempo, esse tipo de estudo possuía um viés mais voltado para sistemas, caracterizado por pesquisas quantitativas utilizadas unicamente por bibliotecas para sistematizar a utilização de seus materiais, e arrecadar dados estatísticos para fins administrativos, na década de 1960, por exemplo, pouco se observava do comportamento do usuário na utilização desse material. Já década de 1970, houve uma leve uma leve mudança na forma de estudar os usuários, passou-se a observar melhor a utilização que cada um dava a informação adquirida e que isso dependia da facilidade do acesso.

Durante muito tempo a ciência da informação teve seus estudos voltados para sistemas de informação e sua aplicabilidade. Mas com a rápida ascensão tecnológica injetada na sociedade por volta da década de 1980, a facilidade e automação no acesso a diversos conteúdos que essa tecnologia transformou radicalmente a forma de se obter informação, e diferentes necessidades foram surgindo. Logo foi notada a alteração nos perfis dos usuários e a criação de múltiplas particularidades. Com isso, se fez necessário novas perspectivas de comportamento informacional.

A partir dessa observação, muitos autores, entre eles Thomas D. Wilson, deu inicio a um estudo aprofundado com o objetivo de desenvolver modelos que melhor compreendesse o usuário e criar definições claras do que seria comportamento informacional. “tem-se um melhor entendimento do usuário para a projeção de serviços de informação mais efetivo e um melhor entendimento para a criação de teorias sobre comportamento informacional e uso da informação” (WILSON, 2000).

Ao tentar definir comportamento informacional, Wilson identifica que é necessário observar aspectos subjetivos do individuo, pois, pessoalidade pode fazer diferença na busca e no uso da informação.

Comportamento informacional é todo comportamento humano relacionado às fontes e canais de informação, incluindo a busca ativa e passiva de informação

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