Representações sao fatos sociais
Por: Rodrigo.Claudino • 12/2/2018 • 1.672 Palavras (7 Páginas) • 415 Visualizações
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A conversação entre indivíduos e culturas somente é possível dentro de contextos moldados e limitados por relações históricas, culturais, politicas e praticas sociais parcialmente discursivas que as constituem. O que esta ausente da explicação de rorty é uma discussão sobre como o pensamento e as praticas sociais se interconecta. O pensamento não é nada mais e nada menos do que um conjunto de praticas historicamente localizáveis.
REPRESENTAÇÕES E SOCIEDADES
O trabalho de Michel Foucault nos oferece instrumentos para analisar o pensamento como uma pratica publica e social. Foucault aceita os principais elementos dos relatos nietzschianos e heideggerianos acerca da metafisica e da epistemologia ocidental apontadas por Rorty.
Foucault difere de Rorty ao tratar as ideias filosóficas como praticas sociais e não como mudanças gratuitas numa conversação ou na filosofia.
Foucault também discorda de muitos pensadores marxistas que veem problemas artísticos como sendo por definição epifenômenos ou expressivos do que “realmente” acontece na sociedade. Ele escreve: “por detrás do conceito de ideologia existe uma certa nostalgia por uma forma de saber quase transparente, livre de todo erro e ilusão”. Neste sentido, o conceito de ideologia esta intimamente ligado ao conceito de epistemologia.
Para Foucault, o conceito moderno de ideologia tem as seguintes características inter-relacionadas:
1 – por definição, ideologia opoese a algop que se apresenta como verdade, como se representações pudessem ser falsas.
2- a ideologia é produzida por um sujeito (individual ou coletivo) a fim de esconder a verdade;
3 – a ideologia é secundaria a algo mais real, a uma dimensão infra-estrutural na qual a ideologia é parasitaria. Foucault rejeita todas elas.
O projeto de Foucault não era decidir sobre a verdade ou a falsidade de reinvindicações na historia “mas ver historicamente como efeitos de verdade são produzidos dentro de discursos que, não são nem verdadeiros nem falsos”. Ele propõe estudar o que chama de “regime da verdade” como sendo um componente efetivo na constituição das praticas sociais.
Algumas conclusões iniciais e estratégias de pesquisa que talvez possam ser derivadas desta discursão sobre epistemologia:
1 – a epistemologia deve ser vista como um evento histórico, uma pratica social distinta.
2 – não necessitamos de uma teoria de epistemologias indígenas ou de uma nova epistemologia do Outro. O melhor que podemos fazer é mostrar como, quando e através de que meios culturais e institucionais outros povos começaram a reivindicar a epistemologia para si próprio.
3 – Necessitamos antropologizar o Ocidente
4- precisamos pluralizar e diversificar nossas aproximações.
A ESCRITA DE TEXTOS ETNOGRÁFICOS.
O momento em que os historiadores estão descobrindo a antropologia cultural na pessoa de Clifford Geertz é exatamente o momento em que ele esta sendo questionado na antropologia.
James Clifford criou e ocupou o papel da escriba ex-oficio dos nossos rabiscos. Geertz, pôde fazer pausas entre monografias para divagar sobre textos, narrativas, descrição e interpretação. Clifford toma como seus nativos e informantes aqueles antropólogos do passado e do presente cujo trabalho, tem sido a produção de textos, a escrita de etnografias. O trabalho dele parece seguir o fluxo da mudança interpretativa de Geertz. A atividade principal continua sendo a descrição social do Outro. O outro para Clifford é a representação antropológica do outro, isto significa que Clifford tem um controle mais firme do seu projeto, sendo simultaneamente mais parasitário.
Clifford argumenta que os antropólogos tem experimentado formas de escrita, quer soubessem ou não.
Na obra de Foucault , Uma fantasia da biblioteca, o autor joga destramente com a progressão de usos da tentação de Santo Antônio que Flaubert fez ao longo de sua vida. Foucault nos mostra como Flaubert, voltou a esta encenação de experiência e escrita, e usou-a como um exercício ascético tanto para produzir como para manter á distancia os demônios que assombravam o mundo de um escritor.
Levando em consideração este argumento, vamos justapor a antropologia interpretativa de Clifford geertz, a meta antropologia textualista de James Clifford. Se Geertz ainda esta procurando invocar e capturar os demônios do exotismo através do seu limitado uso de encenações ficcionais, nos quais eles podem aparecer para nos, o movimento textualista/desconstrutivista corre o perigo de inventar sistemas de catalogação sempre mais inteligentes para os textos de outros, e imaginar que o resto do mundo esta arduamente trabalhando na mesma coisa.
O tema central de Clifford tem sito a construção textual da autoridade antropológica. Argumento de que os antropólogos escrevem utilizando convenções literárias, embora seja interessante não é em si mesmo provocador de crises. Muitos agora asseveram que ficção e ciência não são termos opostos mas sim complementares.
Clifford argumenta que desde Malinowski a autoridade antropológicas apoia-se sobre duas pernas textuais. E faz um movimento paralelo com o seu próprio gênero literário. Assim como Geertz se curva ante a auto referencia e em nome da ciência se esquiva das suas consequências, também Clifford discute muito acerca da inevitabilidade do dialogo mas seus textos são não dialógicos porem escritos num modificado estilo indireto livre.
Tanto Geertz quando Clifford falham em usar a atuo-referencia como algo mais do que um artificio para estabelecer autoridade. Clifford lê e classifica descrevendo intenções
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