Recreação e Lazer para terceira idade
Por: Ednelso245 • 7/4/2018 • 10.204 Palavras (41 Páginas) • 379 Visualizações
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A população idosa brasileira vem aumentando desde a década de 1950, quando apenas 4% dos brasileiros tinham mais de 60 anos. Com o aumento do IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) e, consequentemente, da expectativa de vida, o envelhecimento torna-se iminente.
Segundo Estudos do IBGE de 2010 “No Brasil, o ritmo de crescimento da população idosa tem sido sistemático e consistente. Segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios - PNAD 2009, o País contava com uma população de cerca de 21 milhões de pessoas de 60 anos ou mais de idade. Com uma taxa de fecundidade abaixo do nível de reposição populacional, combinada ainda com outros fatores, tais como os avanços da tecnologia, especialmente na área da saúde, atualmente o grupo de idosos ocupa um espaço significativo na sociedade brasileira”.
Prevê-se que em que, em 2025, a população brasileira será a sexta maior população idosa do mundo, com cerca de 32 milhões de pessoas acima de 60 anos (Shouri Jr. et. al., 1994).
Frente a esses dados, faz-se necessário um estudo nessa área para amenizar as dificuldades nessa fase da vida e torna-la mais agradável.
A ideia de que, a partir de determinada idade, certas atividades não devem ser desfrutadas é uma concepção que tende a ser superada em relação às constantes modificações sociais, uma vez que, com o aumento da expectativa de vida, também aumenta-se a necessidade de se repensar as questões que envolvem a qualidade de usufruto do tempo livre.
Atrelado à melhora da qualidade de vida e ao tempo livre está o lazer, o qual é estudado pelos integrantes do grupo, que optaram por envolver esses dois temas a fim de criar um estudo útil para os profissionais da área, importante e gratificante.
O objeto de pesquisa foram idosos que frequentam locais onde são oferecidos programas de recreação públicos, no caso, os frequentadores da atividade de Turismo Social da UNATI (Universidade Aberta à Terceira Idade), tendo como objetivo geral a análise da importância dessas atividades recreativas na vida dos idosos.
O objetivo geral foi analisar a importância das atividades recreativas na vida dos idosos. Os objetivos específicos foram verificar se houveram mudanças positivas na vida dos entrevistados após o inicio das atividades recreativas, além de analisar as mudanças ocorridas no campo da vida social e conhecer os motivos que os levaram a buscar tais atividades. Por outro lado, também é necessário analisar como essas práticas estão sendo oferecidas.
O projeto inicial do grupo manteve suas características, sem ocorrer alterações nos objetivos. Nesse estudo, delimitou-se o grupo de idosos que seriam os objetos de estudo, além de definir a historia oral temática com entrevistas estudadas através da análise de discurso.
Capítulo 1
O Lazer e os Idosos
A conceituação de lazer, em primeiro lugar, vem como oposto ao trabalho, ou seja, lazer compreende as atividades praticadas no tempo livre, onde as pessoas buscam descanso, diversão, entre outros fatores (Dumazedier, 1988).
A definição de idosos para a Organização Mundial da Saúde (OMS) é: em países desenvolvidos, pessoas com 65 anos os mais; e em países em desenvolvimento, pessoas com 60 anos ou mais. Sendo que para a Política Nacional do Idoso (PNI) e o Estatuto do Idoso, a idade a ser considerada seria a de 60 anos. Essas variações são consideradas pois envelhecer é um processo natural, multifatorial e subjetivo, já que cada indivíduo tem sua própria maneira de envelhecer, o que também varia de acordo com o país e condições em que se vive.
Ainda segundo o Estatuto do Idoso, no Artigo 3º esta disposto que: “É obrigação da família, da comunidade, da sociedade e do Poder Público assegurar ao idoso, com absoluta prioridade, a efetivação do direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, à cultura, ao esporte, ao lazer, ao trabalho, à cidadania, à liberdade, à dignidade, ao respeito e à convivência familiar e comunitária.” Ou seja, o Lazer assim como todas as outras necessidades colocadas nesse artigo é considerado importante e é definido como um direito ao Idoso.
Não foi encontrada uma definição do que seria um “envelhecimento Bem-sucedido”, até o fechamento deste trabalho, porém, segundo Strawbridge, Wallhagen e Cohen (2002) o bem-estar subjetivo é um critério essencial para a velhice bem-sucedida.
Ao que se sabe, a Organização Mundial de Saúde (2005) define por envelhecimento ativo, substituindo a ideia de envelhecimento saudável, no final da década de 1990, a “otimização das oportunidades de saúde, participação e segurança, com o objetivo de melhorar a qualidade de vida à medida que as pessoas ficam mais velhas”.
Ainda segundo a OMS, “o termo ‘saúde’ refere-se ao bem-estar físico, mental e social, Por isso, em um projeto de envelhecimento ativo, as políticas e programas que promovem saúde mental e relações sociais são tão importantes quanto aquelas que melhoram as condições físicas de saúde” que é uma das coisas que as atividades recreativas buscam proporcionar.
As atividades de Lazer e Recreação vistas como “Programas e Políticas de envelhecimento ativo” que é como define a OMS os programas e políticas que tornam viáveis o envelhecimento ativo, podem auxiliar o Idoso na conquista de:
Autonomia: é a habilidade de controlar, lidar e tomar decisões pessoais sobre como se deve viver diariamente, de acordo com suas próprias regras e preferências. Independência é, em geral, entendida como a habilidade de executar funções relacionadas à vida diária – isto é, a capacidade de viver independentemente na comunidade com alguma ou nenhuma ajuda de outros. (OMS, 2005)
Qualidade de vida é “a percepção que o indivíduo tem de sua posição na vida dentro do contexto de sua cultura e do sistema de valores de onde vive, e em relação a seus objetivos, expectativas, padrões e preocupações. É um conceito muito amplo que incorpora de uma maneira complexa a saúde física de uma pessoa, seu estado psicológico, seu nível de dependência, suas relações sociais, suas crenças e sua relação com características proeminentes no ambiente” (OMS, 1994).
Ao envelhecer, as pessoas passam por alterações físicas, psicológicas e sociais. Com base nisso, atualmente, busca-se incluir os idosos por meio de grupos de convivência e projetos sociais, nos quais a família tem um papel importantíssimo, na reintegração desses idosos na sociedade.
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