Problemas Ambientais no Ambiente Urbano?
Por: Kleber.Oliveira • 17/4/2018 • 2.343 Palavras (10 Páginas) • 437 Visualizações
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O grande afluxo de pessoas levou ao aumento da poluição e a problemas com o tratamento de resíduos dentro de Buenos Aires, devido às redes de tratamento destes não estarem preparadas para este aumento repentino da população nestas áreas. O aumento da quantidade de esgotos domésticos e industriais, tem contribuído para que seja lançada anualmente uma enorme quantidade de poluentes (resíduos sem o devido tratamento) nos rios que são uma das principais fontes de abastecimento de água na cidade de Buenos Aires. Este fenómeno reduz a qualidade das águas, prejudicando as espécies aquáticas e levando á redução do uso desta água para o consumo humano, tornando-se a escassez de água potável num dos graves problemas a que Buenos Aires está sujeita. Os números oficiais indicam que o acesso à água e rede de esgotos cresceu de 51 para 82,6 %, nos últimos quatro ano, no entanto a população dos bairros mais desfavorecidos, permanece sem acesso a água potável.
Estima-se que a cidade de Buenos Aires produza de 3 a 5 milhões de quilos de lixo por dia. Destes cerca de 40% são recursos reutilizáveis, no entanto a falta de meios faz com que estes não sejam reutilizados, deixando assim um enorme número de lixeiras a céu aberto, alguns destes resíduos são ainda despejados nos cursos de água, contaminando assim os recursos hídricos superficiais e subterrâneos.
A impermeabilização dos solos, problema muito comum na generalidade das cidades, dificulta a infiltração de água. Sendo assim, o abastecimento dos lençóis freáticos fica prejudicado, reduzindo a quantidade de água subterrânea, sendo que, tal como eu já referi Buenos Aires está muito dependente dos recursos hídricos superficiais. Outro fator agravante deste problema é o aumento do escoamento superficial, podendo gerar grandes alagamentos nas áreas mais baixas da cidade. Outro problema desta cidade é o aumento das emissões de gases com efeito com estufa (GEE) por parte dos automóveis e das fábricas, poluindo a atmosfera e retendo o calor, intensificando o efeito estufa. O que causa diversos problemas nas populações e no meio ambiente como doenças respiratórias, chuvas ácidas, em que os gases poluentes reagem com a água da humidade do ar, ocasionando chuvas com presença de componentes ácidos e prejudicando plantações, edificações, automóveis e o ser humano e ilhas de calor que se caracterizam pelo aumento da temperatura em determinadas partes da cidade, na qual a região com maior concentração de prédios, asfalto e vidros tem maior temperatura, enquanto que noutras parte da cidade, que tem mais áreas verdes, a temperatura é menor, com variações de até 10° C no mesmo dia.
A poluição sonora e a visual também geram transtornos para a população. Os ruídos ensurdecedores e o excesso de elementos destinados à comunicação visual espalhados pela cidade (cartazes, banners, placas, outdoors, fios elétricos, etc.) afetam as condições de saúde dos habitantes.
Num século, a Argentina perdeu 73 milhões de hectares de florestas. Os números oficiais mais recentes indicam que existem 27 milhões ou menos de hectares de florestas. Reflexo do acentuado crescimento populacional, em especial nas áreas urbanas o que levou á desflorestação com vista á construção e à utilização dos solos para a agricultura com vista a alimentar uma população em crescimento. A desflorestação fez com que houvesse um aumento das doenças e também com que haja uma maior frequência de ocorrência de fenómenos extremos, como cheias ou secas, estes afetam tanto as populações das áreas rurais como das áreas urbanas.
A Carência de espaços verdes (parques, reservas florestais…) agrava a poluição atmosférica, já que as plantas através da fotossíntese, contribuem para a renovação do oxigênio no ar.
O desenvolvimento e a questão ambiental
A Argentina, o país mais rico da América do Sul, tem vindo a ignorar as circunstâncias ambientais o que lhe possibilitou um desenvolvimento muito rápido e acentuado e um crescimento da economia, através da aposta na produção, que se encontra centralizada sobretudo nas maiores aglomerações urbanos, com especial destaque para Buenos Aires, este desenvolvimento repentino provocou graves impactos na cidade pois contribui para o agravamento da poluição do ar e para a contaminação de água potável outrora disponível para o consumo, deixando a cidade com problemas na gestão dos seus recursos hídricos. No entanto só agora é que a cidade começa a estabelecer normas que incorporam a sustentabilidade ambiental nos seus planos de desenvolvimento.
A construção de portos, estradas, aeroportos, o desenvolvimento dos transportes, um sistema de tratamento e recolha de resíduos ineficaz face ao grande desenvolvimento e a falta de ações de sensibilização para com a população para que racionalizasse os recursos e tomasse medidas para reduzir a poluição levaram a uma grande aumento da poluição, especialmente das zonas costeiras, mas também dentro da cidade, provocado por parte das descargas de esgotos e de resíduos industriais no mar, o que tem um impacto negativo sobre as áreas costeira em redor da cidade e sobre a fauna e a flora, levando também a impactos dentro da cidade. O desenvolvimento na Argentina, essencialmente a partir da década de 80, levou á intensificação da produção industrial, a um aumento no número e na utilização de transportes e a um aumento da geração de eletricidade, que representam mais de 50% da poluição emitida por este país. Além disso, tem havido uma tendência para abandonar projetos no campo das energias renováveis, devido à desregulamentação do setor da energia. Isto acontece devido à Argentina ter iniciado o seu processo de desenvolvimento mais tarde do que outros países desenvolvidos, pelo que o seu atual grau de desenvolvimento só foi alcançado há relativamente pouco tempo, sendo que o grau de desenvolvimento de um país e o crescimento económico, podem ser fatores condicionantes para a sua sustentabilidade ambiental.
Devido às recentes dificuldades económicas, como a depreciação da moeda nacional e um sério declínio da produção no país é esperada uma redução das emissões de resíduos industriais, que terá um impacto positivo sobre o ambiente. O país procura agora aliar o crescimento económico com o desenvolvimento sustentável, procurando a sustentabilidade essencialmente dentro das suas cidades.
Sustentabilidade em Buenos Aires e as cidades sustentáveis
O desenvolvimento sustentável praticado de forma planeada produz resultados significativos, aliar crescimento económico e
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