O Neoliberalismo como causa da exclusão social
Por: Salezio.Francisco • 4/5/2018 • 2.940 Palavras (12 Páginas) • 449 Visualizações
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Primeira revolução
Ocorrida na Inglaterra (XVIII-XIX), com o aumento da atividade industrial; surge a modernidade, a
máquina a vapor (o trem, o navio e as máquinas agrícolas e industriais); começa a mecanização;
Segunda revolução
Começou através dos Estados Unidos, no século XX, década de 30 (no Brasil chegou ao após-guerra 48-50); é a chamada estandardização (produtos idênticos); surge o plástico, através do uso das sobras de petróleo; surgem as linhas de montagem, e a administração é separada da produção; aparece o populismo político e a simpatia pelo socialismo;
Terceira revolução
É a chamada revolução tecnológica; surge no mundo todo, a partir dos Estados Unidos e do Japão; busca de fontes energéticas alternativas; era da cibernética, robótica e eletrônica; cria um grande impacto sobre a mão de obra;
Com o capitalismo surgiu também a disparidade entre os países industrializados e subdesenvolvidos. Começava a aparecer a noção de "primeiro mundo", "segundo mundo", etc., conforme as características da industrialização:
primeiro mundo
totalmente industrializado;
segundo mundo
relativamente industrializado;
terceiro mundo
subdesenvolvido (parcialmente industrializado);
quarto mundo
não desenvolvido - estrutura agrária dominante - ausência de sistemas industriais.
"Para subsistir, o capitalismo incentiva o consumo, despertando, de forma artificial, através das chamadas estratégias de marketing, um sentimento, como que uma necessidade de consumir os bens produzidos. A essa prática desordenada de consumo, chamamos consumismo, que nada mais é que o culto ao supérfluo e à ostentação, que gera contrastes: uns com muito (ou demais) e outros com nada. A sociedade consumista é um desvio das exigências éticas. Cria privilégios, fortalece uma minoria e exclui as massas. O mercado torna-se deus e vida da sociedade. Estar excluído do mercado é não ter vida” [1].
Antes tínhamos o capitalismo liberal e o marxismo. Nenhum dos dois era o sistema perfeito. Com a implosão do socialismo, via queda do muro de Berlim, o capitalismo ficou, como se diz, "dono do campinho", adotando práticas cada vez mais radicais.
"O capitalismo promete o paraíso da abundância de consumo. Para obter a satisfação de todos os desejos de consumo, eles prometem a superabundância de produção, via maximização do progresso técnico. Quanto mais técnica mais produção, mais satisfação de desejos de consumo. O capitalista é um sistema materialista-consumista, por excelência. Para a maximização do progresso técnico - segredo dessa promessa - é necessário, segundo eles, a sobrevivência dos mais competentes e a exclusão/sacrifício dos mais fracos. Em virtude disso, dizem eles que os sacrifícios impostos à população pobre são sacrifícios necessários" .
Paradoxalmente, ao excitar o desejo de consumo, para a grande maioria da população, o capitalismo indiscriminado gera pobreza, endividamento e crise.
Mesmo nos Estados Unidos, a economia teoricamente vai bem, mas o povo começa a passar mal. Digo teoricamente porque a crise econômica, oriunda do neoliberalismo de Reagan, tem afetado sobremodo a população mais pobre, os negros e os imigrantes naturalizados. O desemprego, lá, é hoje um fato alarmante. O que os noticiários de tevê (USANews e CNN) não mostram, o cinema revela com toda a crueza. É assustadora a marginalidade que se origina a partir de imensos bolsões de pobreza.
Em 1979, no chamado "documento de Puebla", considerado à época muito progressista, os bispos latino-americanos falavam em "... economia de livre mercado, legitimada por ideologias liberais... fator responsável pelo distanciamento entre ricos e pobres... com grupos minoritários associados a interesses estrangeiros” [2].
No centenário da Encíclica Rerum novarum, o Papa João Paulo II fez duras críticas ao capitalismo, do jeito que é praticado: "...a ruína do 'socialismo real' não estabelece o capitalismo como único modelo de organização econômica, nem tampouco significa que resolveu o problema da injustiça no mundo...” [3].
Justamente a queda do muro de Berlim, a crise do estado do bem-estar, e suas consequências ideológicas, fez recrudescer o liberalismo moderno, como "estado de economia" que se opõe à participação do Estado e tem no mercado seu núcleo central.
Na planta comparativa das exportações da América Latina, em relação à exportação mundial, constata-se um decréscimo flagrante.
Exportações totais da AL
1960 - 7,7% 1980 - 5,6% 1990 - 3,8%
Fonte: CEPAL (Comissão Econômica para a América Latina e Caribe)
Considerando-se que em alguns países em desenvolvimento como Brasil, Argentina e Chile houve, em números absolutos, um aumento nas exportações, constata-se que as exportações mundiais cresceram a ponto de atribuir às nossas uma performance negativa.
Isso evidencia, de forma bem clara, que o capitalismo, no Brasil, Argentina, México, por exemplo, é mal conduzido, em relação ao resto do mundo. E tal premissa encontra amparo no insucesso empresarial nacional, onde, além da carência de recursos, observa-se como fator desestabiliza- dor das empresas a falta de competência de muitos empresários, a carga tributária excessiva, a ausência de uma visão sistêmica por parte do dono do capital, imediatismo (o inverso da tática do imigrante), e o excesso de confiança na tutela oficial.
Embora o capitalismo liberal acuse o Estado de não ter competência na condução de seus negócios, observa-se que mau gerenciamento não é característica só do governo. Isto fica bem claro no caso da quebra de tantos bancos privados. Ah! alguém dirá, mas os bancos regionais dos estados (ex. Banespa e Banerj) também vão mal. De fato, alguns vão mal. Mas não é por mau gerenciamento, em si, mas por politicagem, financiamentos de campanhas, inadimplência
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