O ENSINO SUPERIOR BRASILEIRO E A INFLUENCIA DE MODELOS DE UNIVERSIDADES ESTRANGEIRAS
Por: Carolina234 • 1/11/2018 • 2.082 Palavras (9 Páginas) • 341 Visualizações
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Ainda segundo Presnky introduzir novas tecnologias na sala de aula não melhora automaticamente o ensino, porque a tecnologia dá apoio a pedagogia e não o contrário, infelizmente a tecnologia não serve de muito para a boa e velha aula expositiva, a não ser da for mais trivial, como slides. Para que a tecnologia tenha efeito positivo no aprendizado, os professores precisam mudar o jeito de dar aula, usar a pedagogia de parceria, na qual a responsabilidade pelo uso da tecnologia é do aluno e não do professor.
Essa pedagogia inverte os papéis entre professores e alunos. Os alunos que antes se limitavam a somente ouvir e tomar notas, passam a ensinar a si mesmos, com orientação dos professores. Por este motivo se enfatiza a real necessidade de se usar uma ferramenta que ajuda a aprender. O papel do aluno passa a ser o de pesquisador, de usuário especializado em tecnologia e o professor passa a ter o papel de guia, o “treinador”. Ele estabelece metas para os alunos e os questiona, garantindo o rigor e a qualidade da produção da classe.
- A universidade brasileira e suas influências.
A Universidade Brasileira é determinada pela agregação entre ensino (processo de construção do saber) e pesquisa (processos de objetivação ou materialização desses conhecimentos), provenientes do modelo alemão e a extensão (intervenção sobre a realidade) procedente do modelo de universidade norte-americana.
O modelo francês, também conhecido como napoleônico, influenciou significativamente a concepção e a estrutura do ensino superior do Brasil, uma vez que as primeiras faculdades isoladas foram criadas por D. João VI em 1808, com o objetivo de formar as pessoas para o domínio técnico e profissional como maneira de romper o subdesenvolvimento Mesmo sendo colônia de Portugal, o Brasil consegue instaurar o funcionamento de algumas escolas superiores de caráter profissionalizante. Em 1808 são criadas os primeiros cursos e academias destinados a formar, sobretudo, profissionais para o estado, escolas totalmente positivistas que visavam formar um profissional em um determinada área, sem preocupação com áreas humanísticas.
Enquanto no modelo francês o governo comanda no modelo alemão a formação geral é enfatizada, cientifica e humanisticamente, com enfoque na totalidade, elevando o conceito de que na universidade se torna mais independente dos poderes políticos. Então é na Universidade de Berlim que este modelo se edifica e fortifica a pesquisa com prioridade pela busca de novos conhecimentos e o abandono do ensino repetitivo. O aluno passa a exercer um novo papel na construção do conhecimento e o processo de pesquisa, uma vez que a relação autoritária vertical do professor para o aluno é minimizada.
As características do sistema norte-americano eram voltadas para alguns indicadores como: a diversidade (condições para a formação acadêmico-técnico, profissionalizante, programas de graduação e pós-graduação priorizando a pesquisa), o pragmatismo (relação universidade empresa), a pesquisa, a democratização, a integração com o grau anterior e a tradição familiar.
Esse novo modelo alemão chega ao Brasil em âmbito nacional, no texto da Lei No 5.540/68. Os avanços percebidos no processo ensino e aprendizagem advinda do modelo alemão são contidos ou desestimulados com a Lei No 5.540/68 que situa e orienta a pesquisa na pós-graduação, deixando a cargo da graduação a formação profissionalizante. As diretrizes da Lei No 5.540/68, referentes ao ensino superior vigoraram até 1996, quando então foi substituída pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional No 9.394/96.
As universidades do presente e do futuro tendem a se transformar expressivamente, e devem agregar as missões tradicionais às inovadoras. Para os comandantes e responsáveis pela gestão educacional devem entender que se por um lado, no âmbito da graduação dificilmente se faz pesquisa científica, por outro, os caminhos da pesquisa cientifica a serem percorridos, e a forma como devem ser trilhados, estão profundamente atrelados ao ensino, talvez por em prática a tecnologia como ferramenta de estudo para pesquisa cientifica seja o ponto de partida para a inserção do ensino colaborativo, sem extremismo, deve se pensar em adequar uma característica de um modelo como o da Universidade 42 em certas situações, agregando valor, assim como ocorreu durante a história.
- Universidade 42 no Brasil: ainda há muito a se analisar
As discussões e debates acerca da dissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão são inúmeros, crescentes e abordam diferentes aspectos. As características essenciais postuladas e defendidas, até hoje, concedem a universidade caráter próprio, não se alteram em sua essência. Elas se adaptam aos problemas sociais, políticos e econômicos que o país enfrenta. São postulados de modo que viabilizem as funções de ensino, pesquisa e extensão.
Então falar de uma universidade sem professores no Brasil é imaginar uma fábrica de carros sem alguém para gerenciar a qualidade final de cada produto, alguém cuja experiência, aprendizado e técnica estão apurados e totalmente focados naquela função. A melhor suposição da existência desse modelo no Brasil, seja no formato de um curso de extensão, ou disciplina na qual, os alunos possam desenvolver atividades avaliativas de grupos para grupos, utilizando meios tecnológicos, de tal maneira que a figura de um tutor, instrutor possivelmente graduado em licenciatura em computação/informática possa ser a figura de responsabilidade quanto a gerenciamento das TIC’s, desenvolvimento e ajuda com softwares, etc.
A visão de mercado para uma escola de ensino superior com o modelo 42 no Brasil, nada será mais do que inovador, promissor, porém, friamente afirmando o modelo de mercado brasileiro exige que o graduado seja muito bem avaliado por pessoas formadas em um nível maior. Há de se considerar que para um empresa especializada em desenvolvimento de softwares a busca por profissionais qualificados nas mais conceituadas instituições de ensino superior mundo a fora é peça chave no ato da contratação, então citar um formação em uma instituição de ensino superior onde não há professores é no mínimo exótico.
A sugestão conclusiva seria aplicar o modelo da universidade 42, o ensino colaborativo para desenvolver as aptidões práticas dos graduandos, em curso de ciência da computação por exemplo, aplicar construção de projetos de softwares para os estudantes a fim de que possam entender as características de uma ambiente profissional através de atividades em
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