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Moda Vegana

Por:   •  29/11/2017  •  4.817 Palavras (20 Páginas)  •  385 Visualizações

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século XVIII, a produção em massa fez surgir também o desenvolvimento de uma

sociedade de consumo, que cresceu desenfreadamente sem medir as consequências de seu

consumismo no meio ambiente. Ainda em busca desta diferenciação social, os indivíduos

começaram a buscar formas de explicitar seus gostos pessoais, preferências e até mesmo

sua posição social através das marcas. A partir do final da década de 1950, segundo

Semprini (2010), as marcas começaram a substituir os produtos.

“A marca é diferente do produto (...). A marca estabelece um relacionamento e uma

troca de intangíveis entre pessoas e produtos. O produto é o que a empresa fabrica, o

que o consumidor compra é a marca. Os produtos não podem falar por si: as marcas é

que dão significado e falam por eles.” (TAVARES, 1998, p.17 apud MAGALHÃES,

2006).

O consumidor passa então a comprar o que uma marca representa para si, e como

a sociedade o enxergará a partir do consumo de determinada marca.

Com a propagação do consumismo e da produção industrial, a preocupação com

os impactos que estavam sendo gerados no meio ambiente foi colocada em segundo

plano, assunto este que tem sido amplamente discutido em diversos veículos de

comunicação desde o início do século XXI. Ao abordar o tema indústria têxtil, abrange-se

desde a plantação das sementes que servirão como matéria prima para tecidos, até o

momento em que as peças produzidas são comercializadas no varejo, tornando o setor um

dos mais poluentes do mundo. Poluição de águas, ar e solo, esgotamento de recursos

naturais e degradação da biodiversidade, são algumas das consequências do descaso por

parte das fábricas têxteis com a água que utilizam em sua cadeia de produção, os resíduos

que geram e que são descartados sem a mínima consciência, e a emissão de gases nocivos

na atmosfera como o gás carbônico, que contribuem para o efeito estufa.

Após a constatação feita sobre o impacto negativo da indústria em questão para o

meio ambiente, identifica-se a necessidade da introdução de conceitos sustentáveis como

forma de reduzir estes impactos, o que exige criatividade. Segundo a UNCTAD

(Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento) a criatividade tem

sido tratada como o principal elemento para a inovação. Do conceito de criatividade,

surge o da economia criativa que mesmo ainda sem uma definição exclusiva acerca do

que este vem a ser, tem sido muito explorado, e reconhecido pela ONU como a maior

estratégia para desenvolvimento do século XXI. Ainda segundo a UNCTAD, “A

economia criativa é um conceito em evolução baseado em ativos criativos que

potencialmente geram crescimento e desenvolvimento econômico”. Isto é, pode-se chegar

à conclusão que o desenvolvimento decorrente da economia criativa está muito atrelado a

um desenvolvimento sustentável, uma vez que promove inclusão social, diversidade

cultural e desenvolvimento humano simultaneamente ao crescimento econômico.

A economia criativa então se torna um elo primordial para a ligação entre

sustentabilidade e moda. “A transformação criativa não se limita a produtos inovadores;

ela também se estende aos métodos de produção”. (FLORIDA, 2011, p. 52). Assim

sendo, as várias etapas da cadeia produtiva de um produto de moda como uma calça

jeans, por exemplo, podem ter como fundamento a sustentabilidade proveniente da

criatividade dos gestores destes processos produtivos.

Estilo de vida e grupos sociais

“Eu a defino (classe criativa) como uma classe econômica e defendo que seu papel

econômico sustenta e molda os hábitos sociais e culturais, bem como o estilo de vida de

seus membros. (...) Minha definição de classe enfatiza o modo como as pessoas se

agrupam e estabelecem identificações baseadas principalmente no papel econômico que

desempenham. Preferências sociais e culturais, hábitos de consumo e identidade social,

tudo isso vem daí. ” (FLORIDA, 2011, pg. 68).

Para que um empreendimento na área dos negócios da moda seja rentável, este

precisa primeiramente satisfazer as necessidades de seu público alvo. O passo inicial seria

a realização de uma segmentação de mercado, que consiste em separar consumidores em

potencial em grupos de forma que seus integrantes compartilhem das mesmas

necessidades a ser atendidas. Estes grupos sociais geralmente partilham interesses

comuns que são traduzidos por um estilo de vida semelhante, que pode ser identificado

por meio de seu comportamento de consumo, como por exemplo, marcas e produtos

específicos, hábitos, formas de lazer, alimentação, estilo de roupas e padrões de

comportamento em geral. Compreender como estes grupos despendem seu tempo e seu

dinheiro é crucial

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