Maria Antonieta e suas contribuições para a moda e a relevância para a moda contemporânea.

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Fig 2- Vestido Chemise Fig.3-Robe a La Francaise

http://wwwrainhasedeusas.blogspot.com/2010_07_01_archive.html

Com a permissão do rei Maria Antonieta começa a cavalgar, mas para as cavalgadas diárias ela decide inovar rejeitando o traje tradicional que as amazonas deveriam usar .

“Desta vez, a rebelião indumentária de Maria Antonieta foi mais radical... para suas expedições a cavalo, ela abandonou as saias longas e rodadas das amazonas e adotou as calas apertadas e as selas de homem”(Weber,2006,pág.95)

E apesar do colete e do paletó dos trajes das amazonas já possuírem referências do vestuário masculino, calças de equitação em estilo masculino não constituíam o traje de montaria feminino. Maria Antonieta logo introduziu as lapelas viradas, mangas com punhos e saias abotoadas em seu próprio guarda-roupa, tornando as roupas com corte masculino como os gilets, fraques e rendigotes a última moda no vestuário feminino, esses rendigotes exigiam acessórios masculinos, mostra-se assim que Maria Antonieta cultivava o gosto por peças marcadas pela androginia.

Mais simbólicos ainda de sua era foram os poufs, nome dado aos penteados-esculturas que o cabeleireiro Léonard criou para a rainha e que foi grandemente imitado pelas damas. O penteado era feito da seguinte maneira Léonard montava uma estrutura de arame recoberta de lã, tecido, crina de cavalo e gaze que seria presa na cabeça de sua cliente, e que era firmado à custa de muita pomada e talco.

Por cima de toda essa estrutura vinha o tema: de Maria Antonieta, ficaram célebres o pouf à l'inoculation (uma serpente enroscada numa oliveira e, atrás, um sol gigante, para celebrar a decisão de Luís XVI de se vacinar contra a varíola), o pouf à l'independence (um navio com suas quatro velas ao vento) e o pouf à la jardinière, composto de uma alcachofra, uma cenoura, alguns aipos entre outros vegetais.

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Fig.4- Adaptação do rendigote Fig.5- Traje de montaria

http://www.pbs.org/marieantoinette/life/life_2324_resource.html

Isso representou uma violação as normas de comportamento feminino e as modas adotadas pelas damas.

Segundo weber 2006 a partir de 1775 ela e suas amigas tornaram-se adeptas de mais uma das modas adotadas pela rainha o robe a la polonaise, a polonaise representava um afastamento dos trajes aristocráticos, ela era muito mais curta e em vez de arrastar-se pelo assoalho ela mostrava os pés e os tornozelos da mulher.

Com o passar do tempo ela abandonou os as cores e os padrões de tecidos mais atrevidos por delicadas listras, bolinhas e buquês, segundo weber 2006 essas mudanças não eram insignificantes e mostravam a disposição da rainha para se desvencilhar dos ornamentos e costumes da elegância real tradicional e jogar o jogo da moda seguindo regras próprias e anticonvencionais.

Ela também reescreve as regras expandindo o repertório de tecidos usados em seu vestuário além de sedas e cetins já usuais, embora os mantenha com novas cores e padrão ela começa a usar tecidos mais simples como algodão estampado conhecido como toiles de jouy, a gaze a musselina e o linho, às vezes esses tecidos eram tingidos com cores sóbrias outras vezes eram simplesmente brancos, logo os boulevares de Paris estavam repletos de vestidos brancos.

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Fig. 6- Robe a La Polonaise

http://lifetakeslemons.wordpress.com/tag/marie-antoinette/

Com essas transformações feitas por Maria Antonieta de simplificação do vestuário ficou muito mais fácil para as mulheres de classes sociais inferiores copiarem o estilo e as modas da rainha, acontecendo assim uma democratização da moda e o rompimento das fronteiras de classe.

Antes mesmo de essas mudanças constantes serem vistas como essenciais para identidade contemporânea, a rainha da França já as utilizava, não sendo vista com bons olhos pela sociedade francesa, que não desejava mudanças bruscas em seu sistema politico e de moda.

“A capacidade de mudar é tratada, na era Moderna - e, principalmente, após a década de 1960 -, não como desequilíbrio, mas como um estado ideal. O que se modifica é tratado como "melhor" do que aquilo que permanece." (MESQUITA, 2004, pág. 18)

2.2-Maria Antonieta e a contemporaneidade.

A forma de se vestir permitiu à Maria Antonieta marcar sua posição e se mostrar como uma mulher altiva, que não seguia padrões estabelecidos. Até hoje, seu estilo é fonte de inspiração para as mais diversas criações.

A Barbie, famosa boneca criada em 1959 homenageou a rainha, essa Barbie faz parte da coleção Women of royalty series. Desde os anos 80, começaram a aparecer alguns modelos limitados da Barbie, verdadeiras relíquias para colecionadores. São Barbies de várias épocas, reproduzidas com riqueza de detalhes. São modelos que, de alguma forma, fazem uma homenagem, lembrando alguém ou alguma época. Assim dois ícones de épocas diferentes foram unidos Maria Antonieta com todo seu esplendor e a Barbie ícone de padrão estético.

Maria Antonieta (1755-1793) era uma lançadora de moda inquieta e contestadora. Chocou ao vestir calças para cavalgar, até então exclusivas dos homens. Deixou de lado os espartilhos de barbatana de baleia e adotou peças leves para facilitar seu dia a dia e se aproximar dos camponeses. Quando queria exibir sua posição, surgia em público com vestidos suntuosos e penteados gigantescos de quase 1 metro de altura, os famosos poufs. Para a historiadora francesa Caroline Weber, tudo isso faz dela uma precursora das celebridades atuais, em especial a cantora Madonna.

A moda contemporânea tem usado as celebridades como impulsionadoras de produtos que devem ser consumidos, e o mesmo acontecia com Maria Antonieta que constantemente mudava seu estilo e era imitada exaustivamente pelos nobres, o que a levava a buscar outra renovação, fazendo com que o sistema de moda tivesse continuidade na sociedade, exatamente como fazem as celebridades atuais.

Em entrevista a jornalista Bianca Nunes da editora abril Caroline Weber cita o porquê da comparação a cantora contemporânea Madona e por que ela foi uma rainha diferente das outras.

Ela