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Crítica de Adorno à indústria cultural

Por:   •  22/8/2018  •  781 Palavras (4 Páginas)  •  299 Visualizações

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da importância da indústria cultural para o capitalismo é a morte do papel da arte enquanto exercício de racionalidade. Adorno conclui que não há espaço para reflexão nos produtos da indústria cultural. Os produtos do entretenimento são baseados no imediatismo, dispensando esforço intelectual dos apreciadores para compreensão da obra. Os roteiros das tramas são previsíveis, as músicas são verborrágicas, o sensacionalismo preenche a programação da televisão. Essa forma mastigada e digerida de arte mina o esforço para reflexão. Essa constatação embasa pessimismo de Adorno para declarar a morte da arte, já que a “arte séria” seria aquela que requer “atenção, concentração, esforço e compreensão”.

Nessas configurações, a indústria cultural limita a criticidade do indivíduo. Seus produtos aparecem como mero instrumento de lazer, usados para fugir e descansar da realidade. O capitalismo é genial em criar a necessidade de haver um lazer, devido à vida técnica, gélida e sofrida, e o próprio capitalismo apresenta uma alternativa a essa realidade (dentro de seus interesses econômicos, políticos, e de dominação), com a indústria cultural.

Assim como Cordeiro Silva concluiu, considero que a crítica de Adorno faz-se atual, de forma essencial. Os produtos culturais artísticos permanecem como mercadorias. Vivemos no capitalismo avançado, e a indústria cultural está fortemente consolidada devido ao patamar que a globalização atinge no mundo contemporâneo. Entretanto, a crítica de Adorno é passível de crítica e refutação no que tange a impossibilidade da coexistência entre a mercadoria cultural e a arte crítica, visto que os movimentos de contracultura tentam resgatar o papel de reflexão e a criticidade que a arte deveria ter. Mas o alcance desses movimentos é restrito, pois os movimentos de contracultura são apreciados em círculos relativamente pequenos, em comparação a grande massa. Apesar de que, no fim das contas, o próprio capitalismo, estruturalmente, fagocita esses movimentos, transformando-os em mercadoria de uma forma ou de outra, o que corrobora com o pessimismo adorniano.

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