ATRÁS DAS NOÇÕES DE MEIO AMBIENTE E DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL: QUESTIONANDO ALGUMAS REPRESENTAÇÕES SOCIAIS
Por: YdecRupolo • 3/4/2018 • 3.616 Palavras (15 Páginas) • 465 Visualizações
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- Vislumbrava-se que os estoques de certos recursos indispensáveis para o funcionamento do aparelho industrial eram limitados e tentava-se prever o prazo de seu esgotamento, caso continuasse-se sua exploração ao mesmo ritmo.
- Intensificação e aceleração dos processos de produção acompanham-se do consumo e do gasto de bens comuns, considerados sem valor no mercado.
- O ar e a água acham-se submetidos a fenômenos maciços de degradação ligados a atividades industriais e agrícolas. Exemplo: Desastre de Minamata - Japão (1956), causado pela poluição pelo mercúrio.
- Solos e vegetação natural: danos ambientais gravíssimos provocados pela agricultura intensiva e por uma exploração madeireira descontrolada.
- Consumo de recursos ia muito além do que descrevia o modelo técnico de produção e que se exportavam custos coletivos não integrados dentro do preço do custo.
Progressos do conhecimento científico tinham revelado a complexidade do funcionamento da biosfera: por meio das inter-relações biológicas e físicas estreitas que unem os vários elementos dos ecossistemas, uma perturbação local pode ter desdobramentos longínquos no tempo e no espaço, com consequências muitas vezes imprevisíveis. Nestas condições, a própria noção de “recurso” torna-se difícil de segmentar e definir dentro de limites fechados.
- Por exemplo, um processo de produção pode ter como consequência, ao final de uma longa cadeia ecológica, uma diminuição dos recursos explorados por outra atividade produtiva: poluições despejadas nos rios por atividades industriais ou agrícolas podem provocar, a centenas de quilômetros de distância, uma queda dramática dos recursos disponíveis pela pesca marítima.
- De um ponto de vista mais geral, elementos do meio físico-químico, considerados até então como bens “naturais” abundantes e sem valor se tornam bens raros e seu uso, custoso.
Por outro lado, definições mais abstratas e complexas da noção de “recurso” aparecem:
- A partir de um melhor conhecimento do funcionamento dos ecossistemas,
- Como consequência de uma utilização muito mais diversificada das substâncias vegetais, animais ou minerais.
- Por causa do desenvolvimento de novos usos como o turismo.
- “Biodiversidade” tornou-se um “’recurso”, assim como a beleza de uma paisagem.
- Metade do século 19:
- Progressos na higiene e na medicina;
- Aceleração exponencial do crescimento demográfico mundial (1 bilhão de seres humanos no planeta em torno de 1830, 2 bilhões em 1940, 4 bilhões em 1975, Mais de 6 bilhões em 2005, 7 bilhões em 2011).
Tal ritmo de crescimento populacional age como fator multiplicador sobre o aumento da demanda de produtos e torna o desafio ainda mais difícil enfrentar. Efetivamente:
- Não apenas o modelo e econômico ainda vigente fundamenta-se no princípio de um crescimento contínuo da produção;
- Mas os países mais pobres dão-se o objetivo de alcançar o mais rapidamente possível o nível de vida dos mais ricos;
- E, alem disto, é necessário cumprir estas exigências numa situação na qual o número dos indivíduos cujas necessidades devem ser satisfeitas cresce mais e mais rapidamente!
“Como conciliar o caráter limitado dos recursos não renováveis e a reatividade dos ecossistemas com o fato que, no futuro, a demanda de produção agrícola e industrial não vai deixar de aumentar?”
Será possível uma conciliação entre estes dois tipos de exigências e quais são as condições para realizá-la?
Debate nos anos setenta:
- “Relatório do Clube de Roma”:
- alertava a opinião pública e os responsáveis políticos e econômicos do mundo sobre os limites do crescimento da produção, por serem limitadas a reservas mundiais de recursos não renováveis – particularmente energéticas.
- Relatório chegou à conclusão que uma crise econômica ia acontecer durante o século 21.
- Fator principal da catástrofe: crescimento populacional acelerado.
- Sua posição foi resumida de modo extremamente redutor no slogan do “crescimento zero”.
- Era a expressão midiática de uma reflexão crítica mais geral que se desenvolveu durante os anos 60 e 70, relativa aos modelos econômicos dominantes.
- Evolução remetia a uma tomada de consciência coletiva da necessidade de pensar num modo diferente a relação das sociedades humanas.
- Meio ambiente não podia mais ser considerado como uma fonte inesgotável onde se pudesse abastecer sem restrições, nem como uma matéria passivamente submetida à vontade dos homens.
Preocupações com as consequências dos empreendimentos humanos:
- Século 19: preservar a “Natureza” das atividades danificadoras do Ser humano foi um tema recorrente.
- A partir da metade do século vinte: tornou-se assunto central para políticas públicas.
- 1948: criada uma União Internacional pela Proteção da Natureza. Esta se tornou em 1956 a União Internacional pela Conservação da Natureza, Instituição existente ate hoje.
- 1972: Primeira Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente Humano: atestou o impacto internacional destes novos questionamentos.
- Daquela reunião ia sair, em 1974, uma nova instituição internacional: o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente.
- A partir deste período a palavra Environment começou a tornar-se de uso comum.
Conteúdo semântico das palavras utilizadas em várias línguas para designar este novo objeto de preocupações:
- Palavra “environment”
- Língua inglesa: designa “tudo o que fica entorno a um ser vivo”. A partir da segunda metade do século 20, o sentido reduziu-se e precisou-se para apontar mais estreitamente “o conjunto de elementos
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