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ATRIBUTOS MORFO-FISIOLÓGICOS DE MUDAS DE IPÊ AMARELO

Por:   •  18/9/2018  •  1.798 Palavras (8 Páginas)  •  355 Visualizações

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Os resíduos utilizados no presente trabalho foram: cinza de caldeira coletada na fazenda Cantagalo, situada no município de Baixa Grande do Ribeiro – PI; o pó de rocha ornamental coletado em uma serraria na cidade de Bom Jesus – PI; o calcário e o carbonato de cálcio utilizados no presente trabalho como referência são provenientes do próprio campus com reatividade de 90% e 100%, respectivamente. O solo de textura arenosa foi coletado no Campus CPCE e o de textura argilosa foi coletado na Fazenda Cantagalo.

Os solos foram peneirados com malha de 2 milímetros e depois pesados. Os resíduos e os corretivos também foram pesados, equivalentes a uma dose de 3 Mg ha-3, em seguida foram incorporados ao solo e transferidos para sacos de polietileno com volume de 1 kg, permanecendo incubados por trinta dias. Aos sete dias após a incorporação dos resíduos foi realizada a análise do pH do solo em água e solução de CaCl2 0,01M de acordo com a metodologia descrita em Embrapa (2006).

A irrigação foi realizada pelo método gravimétrico, mantendo a umidade do solo a 70% da capacidade máxima de retenção de água. Foram colhidos frutos maduros de Ipê-amarelo no município de Bom Jesus-PI, após a colheita os frutos foram mantidos em temperatura ambiente, em local sombreado até a semeadura. Antes da semeadura, as sementes foram embebidas em água por 12 horas. A semeadura foi realizada no inicio de Novembro de 2014, semeando-se quatro sementes por unidade experimental, os sacos foram acondicionados em um viveiro coberto com telado de 50% de sombreamento. Realizou-se o desbaste das plântulas 30 dias após a semeadura, permanecendo apenas uma muda por recipiente.

A avaliação da qualidade biométrica das mudas ocorreu 90 dias após a semeadura. Foram determinadas as seguintes características: comprimento da parte aérea (CPA), medida com régua milimetrada, a partir do coleto até a gema apical; diâmetro do coleto (DC), medido utilizando-se um paquímetro digital ao nível do solo; matéria seca da parte aérea (MSPA) e matéria seca de raízes (MSR), determinadas em estufa de circulação forçada a 65ºC até peso constante e índice de qualidade de Dickson (IQD), (DICKSON et al., 1960).

As relações entre as características medidas foram determinadas pela divisão entre elas. O índice de qualidade de Dickson (IQD) foi determinado por meio da seguinte equação:

IQD=MST/(A/D) + MSPA/MSR

Onde: MST = massa seca total; A = altura parte aérea; D = diâmetro do coleto;MSPA = massa seca da parte aérea; MSR = massa seca das raízes.

Todas as características avaliadas foram submetidas a análises de variância, posteriormente, as médias foram comparadas pelo teste de Tukey a 5% de significância utilizando o programa estatístico SISVAR (FERREIRA, 2011).

Resultados

Para a relação massa seca da parte aérea e massa seca da raiz (MSPA)/(MSR), das mudas de ipê amarelo cultivadas nos solos com diferentes classes texturais e resíduos inorgânicos e corretivos não houve diferença significativa (Tabela 1). A relação matéria seca da parte aérea e massa seca da raiz é considerada como um índice eficiente e seguro para expressar o padrão de qualidade de mudas (PARVIANEN, 1981), propondo-se, que 2,0 seria a melhor relação entre estes atributos, sem, no entanto definir a espécie. Para essa variável no presente estudo, as médias foram superiores a 2,0 indicando que as mesmas são adequadas para o transplantio à campo (Tabela 1).

Para a relação do comprimento da parte aérea e diâmetro do coleto (CPA)/(DC) das mudas de ipê-amarelo cultivadas nos solos de textura argilosa ou arenosa não houve diferença significativa entre as médias, assim como para os tratamentos com resíduos inorgânicos e corretivos (Tabela1). Em geral, o CPA das mudas de ipê-amarelo no solo de textura argilosa variou entre 12,12 cm (testemunha) e 14,25 cm (pó de rocha) e no solo de textura arenosa os valores variaram entre 12,20 cm (calcário) e 14,33 cm (pó de rocha). Segundo Carneiro (1995) a altura das mudas na ocasião do plantio exerce importante papel na sobrevivência e no desenvolvimento nos primeiros anos após o plantio, havendo limites no crescimento em altura das mudas no viveiro, acima e abaixo dos quais, o desempenho das mudas não é satisfatório depois de plantadas. De acordo com vários autores, mudas de espécies arbóreas estão aptas para plantio no campo quando a altura da parte aérea estiver entre 15 e 30 cm (PAIVA & GOMES, 2000).

Não observou-se diferença significativa para a variável diâmetro do coleto (DC) das mudas cultivadas com incorporação de resíduos ou corretivos em ambas as texturas de solo estudadas ou entre as texturas dentro de cada produto avaliado. De acordo com o intervalo citado por Gonçalves et al. (2000), como ideal para mudas de boa qualidade(entre 5 mm e 10 mm), observa-se na Tabela 2 que em todos os tratamentos e textura de solo estudadas as mudas apresentam baixa qualidade para esta variável. Reis (2008) afirma que mudas com baixo diâmetro de colo apresentam dificuldades para permanecer eretas após o plantio, e o tombamento decorrente dessa característica pode resultar em morte ou deformações que comprometem o valor silvicultural dos indivíduos.

O índice de qualidade de Dickson (IQD) variou entre os tratamentos e as classes texturais de solos estudadas (Tabela 1). Para as mudas produzidas no solo de textura argilosa a maior média foi observada no tratamento pó de rocha com valor de 0,20, porém nos demais tratamentos não houve diferença significativa. Já no solo de textura arenosa os maiores valores para o IQD foram obtidos nos tratamentos com pó de rocha, cinza e carbonato, seguidos da testemunha e o menor valor observado no tratamento com calcário. Comparando os valores do IQD entre os solos

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