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A mídia e o espetáculo do futebol

Por:   •  4/6/2018  •  3.967 Palavras (16 Páginas)  •  292 Visualizações

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2. Desenvolvimento

A cultura brasileira e o país do futebol

Quando se fala em futebol no Brasil convém destacamos que em períodos de Copa do Mundo, os brasileiros despertam um sentimento de coletividade, numa espécie de “nacionalismo cíclico”. Na época do mundial, casas, ruas, fachadas de edifícios, lojas, shoppings centers e edifícios públicos são decorados nas cores rituais para celebração da nacionalidade: verde e amarelo. Em dias de jogos do Brasil há uma profunda alteração da vida cotidiana no país; acontece algo como uma espécie de tradição de “semi­feriado”; o horário bancário muda; estabelecimentos comerciais fecham; o trânsito das grandes cidades sofre alterações. Nos semáforos, vendedores ambulantes vendem fitinhas, chapéus, camisetas da seleção, cornetas, bandeiras nas cores nacionais.

Trilhando na mesma linha Bittencourt (2009), acrescenta que o evento cíclico da Copa do Mundo exerce um verdadeiro fascínio na sociedade brasileira. A seleção brasileira de futebol, como principal protagonista deste evento, impregna o sistema de representações que partilhamos e tem seus efeitos sentidos em esferas como a economia, a religião, a família, o grupo de amigos, a política, a história, a educação e educação física. Para o referido autor, a Copa não é um simples jogo, ela não tem um fim em si mesmo, mas através dela. Participamos de um jogo de identidades, pomos em jogo nossa brasilidade e nossa relação com o mundo.

A princípio cabe ressaltar principalmente, na atual década, verifica-se um aumento representativo dos megaeventos esportivos a exemplo; a realização dos megaeventos esportivos que foram e serão sediados no país, a Copa do Mundo de Futebol Masculino ocorrida em 2014 e os Jogos Olímpicos e Paraolímpicos no Rio de Janeiro em 2016 (JO/PO Rio 2016) Os Megaeventos esportivos são caracterizados como eventos de alcance mundial, que necessitam de estrutura e financiamento para acontecer. Por serem eventos culturais e esportivos de porte colossal, grandes invenções criados pelo avanço científico e tecnológico, resultantes do grande boom da globalização.

Partindo desse entendimento, destaca-se que os megaeventos, bem como suas relações e conjunturas, são considerados “campo fértil de investigação de relações sociais complexas e paradoxais da sociedade moderna”. Outro ponto importante são os valores e número de pessoas envolvidas com esse evento chegam ambos à casa dos milhões. Milionárias também são as cifras ostentadas pelo mercado midiático. Assim como a monocultura do futebol, a mídia também possui uma importância social que supera largamente a dimensão do “reclame” e dos segundos em que produtos são anunciados e notícias são veiculadas. (ALMEIDA; MEZZADRI; MARCHI JR., 2009, p.181).

Por conseguinte, o dinheiro proveniente da veiculação dos anúncios ele sustenta toda a mídia, ou seja, cada emissora de rádio, jornal, revista ou rede de televisão “comercial” depende, para sua sobrevivência no mercado, da chamada “verba publicitária” A par deste papel de “mola-mestra” do sistema da mídia, a publicidade ainda exerce uma enorme influência na cultura contemporânea, não apenas no Brasil, mas em todo o mundo capitalista.

Percebe-se bem que a maioria dos atletas de fim de semana ou não atletas, eles costumam jogar futebol, com uma frequência de sempre e às vezes bastante significativa, mas ainda assim, o hábito de assistir futebol pela TV é maior do que o hábito da prática esportiva do futebol. Conforme Pires:

No campo da cultura esportiva, ao referenciar se na vivência proporcionada pela mediação tecnológica por meio da indústria midiática em seu tempo livre, em detrimento da experiência formativa que pode ser oportunizada pelo esporte, o sujeito passou sucessivamente de praticante a espectador, deste o telespectador, e agora, a teleconsumidor (PIRES, 2003, p. 22).

Pires (2003) ainda complementa a respeito da tendência do sujeito de ir aos poucos deixando de praticar esporte e passar a assistir aos jogos nos estádios, na TV e consumir produtos relacionados ao espetáculo esportivo (como camisas e acessórios de clubes futebolísticos, TV por assinatura para assistir jogos exclusivos em canais esportivos etc.). Deste modo, deixam de ser um sujeito ativo da prática de esporte e passa a ser mais sedentário e passivo do ponto de vista da prática esportiva.

Sendo assim, a mídia consegue exerce grande importância no futebol brasileiro, para que possamos ampliar nossos conhecimentos sobre o esporte, e assim criar referencia para discussões sobre o real poder que as mídias exercem sobre o futebol brasileiro; um esporte que na atualidade, movimenta cifras milionárias e se transformou num negocio altamente lucrativo, foi a partir da década de 70 que ocorreram diversas mudanças na estrutura do futebol, a partir desse contexto a monocultura do futebol foi transformado num elemento fundamental da “indústria do entretenimento”.

De acordo com REIS (2000) “ foi a partir da gestão de João Havelange na presidência da FIFA (1974-1998) que o futebol teve um grande avanço na forma de espetáculo e transformou-se na mercadoria mais rentável da “indústria do lazer ”. Portanto existem diversas formas da mídia trabalhar com o futebol, dentre elas estão à exploração dos espaços publicitários, a propagação da mídia impressa, a transmissão através dos rádios, a Internet, o celular, e a televisão.

Através do espetáculo da monocultura do esporte pela televisão, principalmente no que tange o futebol, o carro chefe em veiculação na mídia, se faz com o intuito de cada vez mais prender o telespectador nesta ou naquela emissora. São dezenas de câmeras, microfones de captação de som ambiente, replays, tira-teima, comentaristas esportivos, especialistas em arbitragem, convidados especiais, dentre outras atrações para deter o telespectador nas transmissões. Essa guerra tecnológica entre as emissoras acaba seduzindo o telespectador a ficar na comodidade de seu lar, em frente ao seu televisor. Para que possamos compreender o que foi dito, o artigo de CAMARGO nos mostra que:

As novas tecnologias e a colocação de câmeras de vídeo em pontos estratégicos, assim como a utilização de recursos gráficos e digitais, garantem o melhor ângulo de cada lance dos jogos, possibilitando uma edição mais competente, permitindo também diminuir as dúvidas dos lances incertos. Além disso, existe uma competição acirrada fora dos gramados entre as emissoras de televisão, pela conquista da audiência, dos anunciantes, e dos patrocinadores.

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