A RELAÇÃO ENTRE DINÂMICAS ECONÔMICAS E MIGRAÇÕES INTERNACIONAIS
Por: Jose.Nascimento • 12/12/2018 • 4.769 Palavras (20 Páginas) • 338 Visualizações
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Atualmente sabe-se que, cerca de seis em cada dez migrantes internacionais residem em países considerados de “elevado rendimento”.
- Emigração
Num contexto global e de acordo com as Nações Unidas, emigração é o ato de sair do país onde nasceu com a intenção de permanecer num outro país por um período de, pelo menos, doze meses, ou que se espera vir a ser de, pelo menos, doze meses.
Para medir a emigração o indicador utilizado mais frequentemente é o da naturalidade, considerando-se emigrante quem reside num país diferente daquele em que nasceu. Assim, aplicando esta definição em relação a Portugal, serão emigrantes portugueses os residentes num país estrangeiro que nasceram em Portugal.
- Imigração
Num contexto global, a imigração é o ato de chegar a um país com a intenção de permanecer por um período que é, ou se espera que seja, de pelo menos doze meses.
- Em Portugal
- Introdução
A emigração portuguesa tem sido uma constante desde a II Guerra Mundial. Até meados dos anos 60 foi uma emigração predominantemente intercontinental, como destinos principais a América e as ex-colónias de África. A partir de então, e até hoje, encaminhou-se sobretudo para destinos europeus.
Entre 2010 e 2013, verificou-se que o número de saídas de Portugal cresceu mais de 50% e entre 2013 e 2014, a emigração estabilizou em torno das 110 mil pessoas por ano, ao mesmo tempo que, a imigração diminui, sendo possível observar atualmente que o número de estrangeiros a viver em Portugal que regressa aos seus países de origem é maior que aqueles que permanecem.
Portugal é atualmente o país da União Europeia com mais emigrantes em proporção da população residente, apresentando mais de dois milhões de emigrantes portugueses, o que significa que mais de 20% dos portugueses vive fora do país onde nasceu. Em contraste, é um dos países com uma percentagem de imigrantes em proporção da população residente abaixo da média dos países da EU (ver gráfico 1).
Com uma alta emigração e baixa imigração, em termos acumulados, Portugal situa-se no conjunto dos países europeus de repulsão.
O Reino Unido é hoje o país para onde emigram mais portugueses seguindo-se a Suíça, a França e a Alemanha. Já fora da Europa, estão como principais destinos de emigração portuguesa Angola, Moçambique e Brasil (ver gráfico 2).
Ainda como destinos dos emigrantes portugueses estão os países escandinavos, onde o crescimento da emigração, em particular qualificada, tem sido constante nos últimos anos.
No entanto, a França continua a ser o país do mundo onde vivem mais emigrantes portugueses, mesmo não sendo o principal destino destes atualmente, devido à grande vaga de emigração dos anos 60/70 (ver gráfico 3).
- Emigração
Como já foi referido anteriormente, a emigração portuguesa tem sido uma constante desde a II Guerra Mundial, embora com intensidade variável.
No final dos anos 60 foi atingido o primeiro pico de grande intensidade, seguido de uma interrupção na década que se seguiu à Revolução de 1974.
Em consequência da integração de Portugal na Comunidade Económica Portuguesa, em 1986, voltou a crescer de forma progressiva e constante, embora a níveis mais baixos quando comparados com o final dos anos 60. A liberdade de circulação no espaço europeu explica assim o aumento da emigração portuguesa.
De 1974 até aos primeiros anos do século XXI, Portugal foi, sobretudo, um país de imigração.
No entanto, a seguir à entrada no Euro, verificou-se uma estagnação do crescimento económico em Portugal e consequentemente o aumento do desemprego o que se traduziu no aumento da emigração.
Entre 2008 e 2010 verificou-se uma diminuição da emigração que voltou a aumentar a partir de 2010.
Analogamente pode-se verificar que ao longo das décadas, cresceu a proporção de emigrantes portugueses a viver na Europa, sobretudo em países do espaço económico europeu.
Em 2001 o país da UE em que viviam mais emigrantes portugueses era a França, seguindo-se Espanha, Reino Unido, Alemanha e Luxemburgo.
Atualmente, Portugal é um país de emigração, com aproximadamente 110 mil novos emigrantes portugueses por ano, como se pode comprovar com os dados presentes no Gráfico 4.
Em termos acumulados (stock), estima-se que haverá hoje no mundo cerca de 2,3 milhões de portugueses emigrados, isto é, de pessoas nascidas em Portugal a residir no estrangeiro há mais de um ano (Pires e outros, 2010).
- Perfil dos emigrantes portugueses
Na emigração portuguesa predominam os indivíduos em idade ativa, mas existe uma tendência para o envelhecimento resultado do recente crescimento da emigração ser ainda insuficiente para compensar a redução verificada entre 1974 e os finais do século XX.
O grupo etário dos emigrantes portugueses com mais de 64 anos aumentou entre 2011 e 2011 devido principalmente ao contributo do grande envelhecimento observado nos países de destino americanos, onde diminui a intensidade dos fluxos de entrada de novos portugueses.
Existe também um predomínio, entre os emigrantes portugueses, de indivíduos com baixas qualificações, embora se observe um crescimento significativo da proporção dos mais qualificados, verificando-se entre 2001 e 2011 o aumento da percentagem de portugueses emigrados com formação superior a residir nos países da OCDE praticamente para o dobro.
Ao longo da realização das tarefas propostas em aula foi possível concluir que atualmente os emigrantes portugueses são predominantemente jovens recém-licenciados, recrutados por agências empregadoras, com percursos de mobilidade profissional e com poucas intenções de regressar a Portugal no futuro.
- A fuga de cérebros
Segundo a IOM a fuga de cérebros é a perda sofrida por um país como resultado da emigração de pessoas altamente qualificadas.
Este fenómeno está a conduzir à saída de milhares de jovens qualificados de Portugal,
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