A MATEMÁTICA NA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS
Por: Salezio.Francisco • 26/3/2018 • 3.278 Palavras (14 Páginas) • 356 Visualizações
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Porém, nos deparamos com alunos dessa modalidade de ensino que não gosta da disciplina, às vezes por achar uma matéria difícil de entender, outras por não encontrar utilidade para a vida diária e ainda se sentem desmotivados em sala de aula devido aos métodos tradicionais e mecânicos utilizados por alguns professores atualmente.
Sabemos que a EJA é uma modalidade de ensino formada por Jovens e Adultos que não conseguiram concluir os estudos em idade apropriada, muitas vezes pelos motivos já citados e ainda pela dificuldade de conciliar trabalho e escola, falta de interesse e muito mais.
Quando essas pessoas retornam para sala de aula, os educadores necessitam buscam uma intensa aprendizagem. O que observamos é que os mesmos não estão preparados para trabalhar com esses alunos, reproduzindo as vezes o ensino regular de maneira inadequada e facilitadora.
A matemática deve ser trabalhada de maneiras diferentes para sanar as dificuldades e superar os desafios apresentados pelos alunos do EJA. O professor de matemática desempenha um papel muito importante nesta educação, pois além de todo o conhecimento sólido da disciplina que leciona, este terá que desenvolver outros meios de modo que possa alcançar seus objetivos e ainda precisa reverter o modo como estes alunos encaram a matemática.
Por este motivo a formação do professor deve ser levada em consideração, pois ele precisa ter conhecimentos de novas metodologias, propostas, pesquisas as novas tendências para ministrar a sua disciplina com êxito.
Nos dias atuais observamos um crescente número de alunos que não gosta de matemática, possui dificuldades em entender a disciplina e o porquê de estudá-la. Vemos que a história do ensino da matemática está repleto de fracassos e dificuldades dos alunos da EJA. Muitos destes estudantes até sabem a importância deste ensino para o cotidiano, porém possuem dificuldades em resolver simples operações. Muitas dessas dificuldades, deve-se ao ensino da matemática ter ficado, por muito tempo, restrito ao uso de simples fórmulas e resoluções de cálculos desvinculados da realidade.
Outro motivo, é a falta de preparo dos professores de matemática e até o desinteresse dos mesmos, que utilizam-se ainda de métodos antigos para ensinar o conteúdo e não buscam inovar suas aulas. Desse modo os alunos sentem-se desmotivados para aprender e o seu insucesso escolar era destinado à disciplina de matemática.
Devemos lembrar que os jovens e adultos fazem parte de um grupo de alunos amadurecidos que vivenciam diariamente problemas em casa, no trabalho e até mesmo a falta dele, passam por dificuldades financeiras, falta de tempo para estudar e muito mais. Tudo isso deve ser levado em consideração pelo professor, pois estes alunos necessitam de estratégias diferenciadas de ensino que possam atender as necessidades e interesses destas pessoas em formação.
A matemática sempre esteve presente no cotidiano das pessoas na forma de noções como juros, porcentagens, cálculo de áreas e volumes, resoluções de problemas e etc. Porém percebemos que várias são as dificuldades e desafios enfrentados pelos alunos do EJA para entender e aprender a disciplina de matemática.
Em muitas escolas, observamos que o ensino de matemática é ministrado baseando-se em métodos antigos, seu conteúdo é visto como algo pronto e acabado que não sofre mudanças.
Segundo D’Ambrosio (1996, p.81):
O grande desafio para a educação é pôr em prática hoje o que vai servir para o amanhã... Nenhuma teoria é final, assim como nenhuma prática é definitiva, e não há teoria e prática desvinculadas.
Percebemos então que a teoria e a prática devem estar vinculadas e nada no mundo se encontra pronto e acabado, tudo sofre mudanças principalmente na área da matemática.
Portanto, a matemática, deve ser trabalhada em sala de aula de maneira lúdica, devemos buscar novas propostas pedagógicas que estejam comprometidas com a construção do conhecimento matemático, que levem e consideração a atividade do jovem e do adulto, que envolvam não somente os saberes escolares, mas que estes estejam relacionados com os saberes do mundo do trabalho, da experiência que são trazidos através das vivências dos alunos.
A vida fora da escola deve ser considerada como ponto de partida, onde através dela novos conhecimentos serão formados em sala de aula. Para tal o papel do professor é de extrema importância, pois este deve organizar um ambiente favorável a ação, a experimentação e a troca de informações entre os alunos.
Tanto na educação escolar ou na de adultos devemos considerar os conhecimentos prévios que cada educando trás, que são resultados da prática social do homem e de sua formação. Por isso a alfabetização do adulto deve ser considerado um processo pedagógico distinto da infantil e apesar de ser um direito de todos, a realidade educacional brasileira nos mostra a contradição existente entre os direitos do povo e a prática social.
A educação de jovens e adultos é uma modalidade de ensino muitas vezes esquecida e que fica em segundo plano. Porém sabemos que essa educação é uma segunda chance para àqueles que por muitas razões não puderam estudar em idade apropriada. Segundo Moacir Gadotti e José E. Romão (2003, p. 31) os jovens e adultos vêem a escola como um meio de superar suas dificuldades:
Os jovens e adultos trabalhadores lutam para superar suas condições precárias de vida (moradia, saúde, alimentação, transporte, emprego etc), que estão na raiz do problema do analfabetismo.
A matemática é a ciência dos números e das formas, das relações e das medidas, está em toda parte e se faz presente em diversas fases da vida. Por isso que os professores precisam mudar a sua forma de ensinar, precisam buscar processos educacionais comprometidos com a educação e que dêem ênfase a formação do cidadão. Para Beatriz S. D’Ambrósio o professor de matemática deverá ter visão do que é a matemática, visão do que constitui a atividade matemática, visão do que constitui a aprendizagem de matemática e ainda visão do que é um ambiente propício a aprendizagem de matemática. Para isso o professor deve estar sempre indo em busca de novos conhecimentos, entender e conhecer os alunos. Encará-los como um ser pensante dotado de alta capacidade intelectual.
De acordo com Álvaro Vieira Pinto (2003, p. 84):
Assim, o que compete ao educador é praticar um método crítico de educação de adultos que dê ao aluno a oportunidade
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