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A própria menção da sigla EJA (Educação de jovens e adultos)

Por:   •  21/11/2017  •  2.417 Palavras (10 Páginas)  •  508 Visualizações

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cerca de 30% dos alunos da EJA são jovens com idades entre 15 e 19 anos, olhando sob a perspectiva da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Lei n° 9.394 de 20 de dezembro de 1996, conclui-se que estes alunos ainda estão em idade escolar, porém, com atraso em relação a sua série, ou seja, um aluno de 15 anos em tese deveria estar no 1ºAno do ensino médio, porém a realidade muitas vezes é divergente disto.

Analisando os alunos da EJA sob uma perspectiva social, podemos chegar à conclusão que são de certa forma descriminada pela sociedade devido a baixa escolaridade, muitas vezes rotulados como “ignorantes”, analfabetos não no sentido literal, mas em seu sentido pejorativo. Segundo Arroyo (2001) o fracasso escolar tem ocorrido por causa da desigualdade que está presente em nossa sociedade.

De um modo geral, os sujeitos da EJA são tratados como uma massa de alunos, sem identidade, qualificados sob diferentes nomes, relacionados diretamente ao chamado “fracasso escolar”. Arroyo (2001) ainda chama a atenção para o discurso escolar que os trata, a priori, como os repetentes, evadidos, defasados, aceleráveis,deixando de fora dimensões da condição humana desses sujeitos, básicas para o processo educacional. Ou seja, concepções e propostas da EJA comprometidas com a formação humana passam, necessariamente, por entender quem são esses sujeitos e que processos pedagógicos deverão ser desenvolvidos para dar conta de suas necessidades e desejos. (ANDRADE,2004, p.1).

Na ultima quarta-feira de Janeiro, o Jornal do Brasil publicou uma pesquisa realizada pelo MEC, onde eles traçaram o perfil do jovem brasileiro que está cursando o Ensino médio. A pesquisa coordenada por Miriam Abramoway e revelou que 74% dos alunos que frequentam o programa de EJA já abandonaram pelo menos uma vez. Além que de 39% dos pais desses alunos não possuem escolaridade ou possui apenas o ensino fundamental incompleto.

Mas quais são realmente os motivos que levam o aluno a tomar essa decisão? Qual o importância do papel do professor neste momento?

Como mencionado anteriormente o motivo mais relevante para alunos abandonarem a escola se dá devido à pobreza, a condição social que sua família vive, onde precisam trabalhar para conseguir o sustento, e de acordo com a pesquisa de Abramoway para estudantes do sexo feminino o motivo mais comum é a gravidez não planejada.

Dos alunos entrevistados 40% afirmam que repetiram o ano, pois não se esforçaram o suficiente, ou seja, assumiram a responsabilidade do fracasso, deixando de lado a responsabilidade do sistema escolar de proporcionar um ensino de qualidade. O que nos chama a atenção é o fato de 10% dos alunos desabafarem que seus professores não acreditam que eles possam ter um futuro ou simplesmente não se interessam por isso.

Na pesquisa foi apontada e constatada a importância do papel do professor, pois alunos se sentiam estimulados a continuarem os estudos e concluir o ensino médio, como na maioria dos alunos passam o dia trabalhando quando chegam à escola se esquecem por um momento de todas as diversidades da vida, pois a aula era interessante, a barreira entre aluno e professor não existiam e os alunos conseguiam interagir, conversar e debater sobre a matéria ensinada, além de arrumar um tempo para elaborar trabalhos interessantes. Isso é o que nos renova a esperança de um ensino de qualidade onde nenhum aluno pense em deixar os estudos para trabalhar, as pessoas que fazem uma grande diferença nessa escola são os apaixonados por sua profissão, desde a tia do refeitório da escola ao professor que encantam através do zelo por sua profissão e que futuramente serão como espelhos para os alunos que desejarem seguir esse caminho.

A educação de jovens e adultos é um campo de práticas e reflexão que inevitavelmente transborda os limites da escolarização em sentido restrito. Primeiramente, porque abarca processos formativos diversos, onde podem ser incluídas iniciativas visando à qualificação profissional, o desenvolvimento comunitário, a formação política e um sem numero de questões culturais pautadas em outros espaços que não escolar. Alem disso, mesmo quando se focalizam os processos de escolarização de jovens e adultos, o cânone da escola regular, com seus tempos e espaços rigidamente delimitados, imediatamente se apresenta como problemático (DI PIERRO; JOIA& RIBEIRO, 2001, p.58).

Segundo uma pesquisa da Revista Nova Escola, referente ao censo escolar de algumas cidades do Ceara os fatos são preocupantes, percebe-se que 20% dos alunos que estão matriculados na educação de jovens e adultos são adolescentes entre 15 e 17 anos, porém diante de uma porcentagem baixa de matriculados, nessa modalidade, as variações em anos não mudaram, segundo os dados do senso escolar os especialista nessa área tem ficado um tanto atenciosos, porque os adolescentes que estão frequentando a EJA deveriam esta cursando o ensino regular não a EJA.

Em 2007, o Conselho Nacional de Educação (CNE) discutiu a possibilidade de elevar para 18 anos a idade mínima para o ingresso no Ensino Fundamental da EJA (hoje, é exigido ter 15 anos). A medida, que tinha como objetivo proibir o ingresso de adolescentes na modalidade, não foi aprovada pelo MEC. Para Elaine, da UFRJ, a decisão foi acertada. "Em um mundo ideal, a proposta é muito boa. Mas não podemos tirar a oportunidade de milhares de adolescentes de estudar. Quanto mais possibilidades de atender essa população, maiores as chances de garantir a permanência na escola e a conclusão dos estudos. (revista escola.abril.com.br/politicas-publicas/jovens-) Acesso: em 31 jan. 2016

Ao analisar alguns depoimentos dos alunos entrevistados pela revista, observa-se que os motivos do porque isso ocorre, são variados, abaixo falaremos sobre alguns motivos;

- Gravidez precoce; tem aumentado significamente nos últimos anos, isso tem afastados as adolescentes grávidas das salas de aula, fazendo assim que elas percam o ano escolar, isso quando não decidem parar de estudar para poder cuidar do filho.

- Trabalho; hoje 1 aluno entre 4 cumprem carga horária de 8 horas de trabalho, com toda a dificuldade de uma vida de pobreza, onde os pais trabalham mas não conseguem uma renda para comprar o próprio alimento, os filhos para ajudar vão em busca de trabalho, as vezes eles encontram apenas alguns “bicos”. Para ajudar a manter a renda da família, eles passam o dia trabalhando e quando chega a hora de ir para a aula, estão esgotados, não pensam duas vezes em faltar “naquela aula chata de matemática”, assim o desinteresse de frequentar as aulas vão diminuindo. Por isso

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