A FORMAÇÃO ÉTICA NO DOCENTE NO ENSINO SUPERIOR
Por: Jose.Nascimento • 7/2/2018 • 2.217 Palavras (9 Páginas) • 569 Visualizações
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Pensar eticamente em um futuro muito elaborado para a docência, seria hoje crime. Vejamos, muitos docentes utilizam de seu ensinamento “maternal”, que por hora respondem positivamente. Mas, pensar na busca de novas fontes de ensinar, de aprender, de novos métodos, chegaremos a educandos da genialidade de Albert Einstein.
Portanto, partimos para uma analise sobre a ética na educação, qual a formação e profissionalização do docente no ensino superior e algumas reflexões sobre a ética na formação do docente no ensino superior.
1 ÉTICA NA EDUCAÇÃO
No presente capítulo, busca-se analisar que o estudo da educação é indispensável ao conhecimento da educação contemporânea. Esta compreensão histórica nos possibilita encontrar o caminho de uma educação realmente voltada para o desenvolvimento pleno do homem e sua realização como cidadão. A educação atual é ao mesmo tempo, reflexo do passado e preparação para o futuro, desta forma, o conhecimento do passado é a chave para entender o futuro.
A relação entre ética e educação poderia ser tomada como uma pressuposição, dado ser bastante razoável considerar que, de algum modo, a educação deva comportar uma dimensão ética. Ambas, ética e educação, dizem respeito à ação humana, referindo-se à maneira de agir das pessoas e essas dispõem, em algum grau, de um senso moral oriundo do processo de socialização. A ética é indispensável em todos os aspectos da vida profissional docente e visando esta importância, este artigo tem como objetivo investigar sobre a necessidade da formação ética do educador, compreendida, vivenciada e exercida também na prática pelo corpo pedagógico, orientador, administrativo, funcional e discente da escola.
A formação ética tem uma grande e determinante influência na vida pessoal de todos os segmentos da escola, refletindo em sua desenvoltura e responsabilidade no contexto cultural em que está inserida. Nesse sentido, o interesse pelo tema Ética na educação surgiu também da necessidade de realizar um estudo mais aprofundado sobre essa questão, sobretudo neste início de século em que existe uma inversão de valores e, portanto, uma crise no que diz respeito aos valores morais e humanos.
O tema ética na educação não é novo, mas foi com os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs) e o estudo de alguns teóricos como Paulo Freire, que iniciaram uma nova proposta para a sala de aula, redirecionando as diretrizes que valorizam o aluno, suas múltiplas inteligências, sua realidade, suas concepções prévias, sua produção, em um espaço dialógico-lúdico, atendendo as exigências do novo cenário sócio educacional, transformando o aprendizado em algo significativo, contextualizado e fundamentado.
Sabemos que o homem vive em sociedade, convive com outros homens e, por isso lhe cabe pensar e se interrogar: Como devo agir essencialmente diante dos outros homens? Trata-se de uma pergunta fácil de ser formulada, mas difícil de ser respondida. Quanto a isso, alguns teóricos ao longo da história identificaram a ética como conjunto de princípios e padrões de conduta, logo dão importância ao pensamento reflexivo sobre os valores e as normas que regem as condutas humanas desde os primórdios dos tempos.
Na perspectiva filosófica de Kant (1985), a autonomia dos sujeitos corresponde à conquista da sua maioridade intelectual e moral. É por meio de uma consciência autônoma, que os indivíduos sabem resolver problemas diversos, desenvolvendo uma reflexão própria. Para tanto, é preciso utilizar conhecimentos e não apenas informações, e apoiar-se em princípios éticos e não apenas em vivências que, muitas vezes, podem não traduzir os valores morais do coletivo. Sem dúvida, toda educação exige, em alguma medida, o diálogo entre os sujeitos que realizam. Assim, a ética torna-se indispensável, sobretudo, porque pode contribuir para o processo de humanização dos homens, considerando os valores que norteiam suas condutas.
Segundo o filosofo Aristóteles (2012), a virtude está no centro da ética e também da educação, a questão é explicar sob que condições uma ação pode ser considerada virtuosa. De certa maneira, a virtude é adquirida do mesmo modo que a arte, pois nem uma nem outra surge em nós por natureza. Ambas são adquiridas pela prática reiterada de determinados atos. No entanto, há uma importante diferença, entre o exercício dos atos virtuosos e o das artes ou ofícios. Se na arte (techne) o importante é o produto pronto, no caso da virtude moral o resultado da “obra” demanda de alguns elementos a mais.
Outros desafios dizem respeito a promover uma educação ética que ensine os educandos a combater preconceitos e discriminações de naturezas diversas, e abrir-se ao diálogo com valores diferentes daqueles presentes em seu meio social. Para tanto, o educador precisa assumir um compromisso que articule conhecimento científico e consciência político-social na prática educativa, como nos alerta Freire (1996):
O preparo científico do professor ou da professora deve coincidir com sua retidão ética. É uma lástima qualquer descompasso entre aquela e esta. Formação científica, correção ética, respeito aos outros, coerência, capacidade de viver e aprender com o diferente, não permitir que o nosso mal-estar pessoal ou a nossa antipatia com relação ao outro nos façam acusá-lo do que não fez, são obrigações a cujo cumprimento devemos humilde, mas perseverantemente nos dedicar. (p. 16)
De fato a formação ética dos indivíduos nas instituições exige um novo relacionamento entre professor e aluno, de forma a ocorrer o reconhecimento e a legitimidade da ética no processo educativo. Por isso, mais do que ensinar conceitos e valores como cidadania, crítica, democracia, solidariedade e respeito, é preciso que os atores vivenciem e compartilhem tais valores no ambiente de ensino. Este pode ser o caminho para que ocorram atitudes transformadoras no espaço de ensino superior.
É importante ressaltar que, o vinculo entre ética e educação, implica fazer frente ao determinismo que ameaçam a autonomia dos sujeitos. Há uma relação muito estreita entre ética e educação. Em decorrência disso, a dimensão ética na relação professor-aluno assume grande importância. Nesse sentido, merece registrar que em uma relação pedagógica o que se aprende, de fato, não é tanto o conteúdo ensinado, mas, sobretudo, a natureza do vínculo entre educador e educando que se estabelece na relação.
2 A FORMAÇÃO E PROFISSIONALIZAÇÃO DO DOCENTE NO ENSINO SUPERIOR
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