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O Rio Grande do Sul

Por:   •  28/5/2018  •  4.592 Palavras (19 Páginas)  •  520 Visualizações

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Os paulistas não deixaram de entrar em contato com indígenas da região, também para garantir o intercâmbio que se baseava no resgate do aborígine escravizado pelas tribos rivais. Daí resultou que habitantes de São Vicente, Santos e Piratininga, antes mesmo do aparecimento das bandeiras, fizessem ali freqüentes penetrações.

Os bandeirantes destruíram a província do Guairá, desceram à província do Tape, no coração do Rio Grande, e à província do Uruguai, desvendando as aldeias e aprisionando os índios, que levavam como escravos para suas lavouras. As aldeias foram arrasadas, seus habitantes mortos ou aprisionados, e os sobreviventes fugiram com os jesuítas, para o sul, onde se fixaram junto à margem direita do rio Uruguai.

Próxima às bases de socorro do poder espanhol do Paraguai e do Rio da Prata, não encontraram a tranqüilidade esperada. Expulsos violentamente pelos bandeirantes, não puderam consolidar suas conquistas territoriais. A vitória alcançada contra os paulistas na batalha de Mbororé, em 1641, não foi suficiente para permitir a fixação das missões. O êxodo das populações indígenas se intensificou, com a transferência dos jesuítas e dos índios para a margem direita do rio Uruguai, no Paraná.

Concluiu-se a primeira fase da civilização jesuítica no território do atual Rio Grande do Sul, com o abandono de terras abertas aos que primeiro chegassem para ocupá-las que foram os aventureiros e colonizadores. Somente depois de 1680, com a fundação da Colônia do Sacramento, na margem superior do rio da Prata, a região passou a ser objeto de disputa política por parte de portugueses e espanhóis.

A pressão dos bandeirantes não pôs fim à presença dos jesuítas na margem oriental do rio Uruguai. Retornaram os religiosos cinqüenta anos depois do êxodo, atraídos pelas disponibilidades econômicas da região, sobretudo pelo gado. Inaugurou-se, na volta ao território perdido, à segunda fase da penetração jesuítica, que na realidade só terminou com a fulminante ação militar de 1801 a qual incorporou definitivamente a região ao Rio Grande do Sul.

2.2 SETE POVOS DAS MISSOES

Foram desenvolvidos na atual região do Rio Grande do Sul. Coube aos espanhóis o papel de idealizar e construir essas missões compostas por sete missões, que foram: de São Francisco de Borja, de São Nicolau, São Miguel Arcanjo, São Lourenço Mártir, São João Batista, São Luiz Gonzaga e Santo Ângelo Custódio.

Eles se estabeleceram na margem leste do Rio Uruguai com a finalidade principal de catequizar os indígenas. A primeira missão a ser criada foi a de São Francisco de Borja, em 1682, fundada pelo padre Francisco Garcia. Em 1707, essa missão já contava com 2.814 habitantes e após isso, deu origem à cidade de São Francisco de Borja. Em seguida, a missão de São Luiz Gonzaga contava em 1707 com uma população de apenas 1.997 pessoas.

A missão de São Nicolau já era habitada, porém seus habitantes tinham sido expulsos pelos bandeirantes de Francisco Bueno, refugiando-se na Argentina e fundando por lá a redução dos apóstolos. Contudo, em 1627, esses antigos habitantes voltaram para a região de origem e fundaram a redução de São Nicolau. Outro exemplo da problemas entre jesuítas e bandeirantes foi a redução de São Miguel Arcanjo, que foi atacada e, consequentemente, abandonada pelo seu fundador Cristóvão de Mendonça e pelos indígenas que lá habitavam. Essa redução somente foi repovoada em 1687, com a chegada de mais de 4.000 pessoas e reconstruída da maneira que era antes do ataque dos bandeirantes. Vale lembrar que a missão de São Miguel Arcanjo foi dividida em duas, indo cerca 2.800 pessoas para a nova redução de São João Batista.

O declínio dessas missões se deu pelas divergências das políticas entre Portugal e Espanha, principalmente após o Tratado de Madri, de 1750, em que as missões do Sul do Brasil ficaram com os portugueses em troca da Colônia do Sacramento para os espanhóis. Mesmo assim as disputas continuaram entre padres e indígenas que não queriam abandonar suas reduções de origem e se deslocarem para outras regiões.

2.3 PELEIA DOS FARROUPILHAS

Depois de proclamada a independência, o Brasil passou a ser um Império. Durante esse período o território brasileiro era dividido em províncias. As mais importantes era o Rio de Janeiro e São Paulo, porque lá se cultivava café, o mais importante produto da economia brasileira na época do Império.

Os presidentes das províncias eram escolhidos pelo imperador. Os fazendeiros do Rio Grande do Sul estavam muito descontentes com o governo imperial. Primeiro porque o presidente da província, Dr. Fernandes Braga, pouco se interessava pelo desenvolvimento do Rio Grande. Depois, porque o governo imperial cobrava impostos muito altos sobre o principal produto da economia gaucha, o charque. Como o charque da região da Prata pagava menos impostos para entrar no Brasil, assim dificultava manter a produção, já que o charque gaúcho ficava mais caro.

Os fazendeiros queriam redução dos impostos sobre o charque e um presidente da província escolhido por eles, ou seja, uma república.

A revolução começou em 20 de setembro de 1835, com a tomada de Porto alegre pelos revoltosos. As tropas saíram das antigas Pedras Brancas, atual cidade de Guaíba, sob comando de José Gomes de Vasconcelos Jardim e Onofre Pires, com um total de 200 homens armados.

Em 1836, após vencer os soldados imperiais, o farroupilha Antonio Neto leu a seguinte proclamação:

“Camaradas! Nos que compomos a primeira briga do Exercito Liberal devemos ser os primeiros a proclamar, como proclamamos a independência desta província, a qual fica desligada das demais do Império e forma um estado livre e independente, com o título de República Rio-Grandense e cujo manifesto as nações civilizadas se fará oportunamente. Camaradas! Gritem pela primeira vez: Viva a Republica Rio-Grandense! Viva a Independência! Viva o exercito republicano rio-grandense!”

A luta entre os farroupilhas e os imperiais durou dez anos e se espalhou até o atual estado de Santa Catarina, onde foi fundada a República Juliana.

Bento Gonçalves, Davi Canabarro, Onofre Pires, Antonio de Souza Neto, Gomes Jardim, José Garibaldi e Lucas de Oliveira foram alguns dos lideres farroupilhas que mais se destacaram no conflito.

A Revolução Farroupilha acabou quando D. Pedro II tornou-se o imperador do Brasil e tinha no comando das

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