A arte e o publico

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A primeira década do século XXI é caracterizada por uma primeira fase (2000 a 2005) em que predominam filmes de autor, se acentuam tendências experimentais, se aposta em motivos ousados, em que se desvela injustiças sociais, filmes que revelam alguma inquietação pelo evoluir da situação que afeta o país e as mentalidades. Nesses primeiros cinco anos, alguns desses filmes transpõem fronteiras, marcam presença em festivais importantes, são exibidos comercialmente nalgumas salas independentes, não só em França como era habitual, e acabam por merecer as atenções de novos comentadores.

A situação altera-se radicalmente com o aparecimento, a partir de 2005, de filmes comerciais cujo público-alvo são as audiências habituais das telenovelas. Fazem-se produções baratas e rentáveis. Em suma: a televisão invade o cinema, investe em produções em que figuram vedetas do pequeno ecrã e outras que enchem o grande ecrã com os seus dotes físicos. Isso resulta, o alvo é atingido e quase todos esses filmes se tornam sucessos de bilheteira.

- O público e o cinema

No final dos anos 90, o cinema perde terreno para a televisão e para a internet. Os espetadores preferem aceder aos filmes através de outras plataformas de forma fácil e barata, recorrendo muitas vezes á pirataria.

De acordo com dados recolhidos pelo ICA – Instituto do Cinema e do Audiovisual, em 2010 as salas de cinema em Portugal registaram uma afluência de 16,6 milhões de espectadores, o que representa um crescimento de 5,4% face a 2009 e constitui o valor mais alto desde 2005.

Em 2012 frequentaram as salas de cinema em Portugal 13,8 milhões de espectadores, ou seja, menos 12% do que em 2011.

Evolução anual dos espetadores (2007-2012)

[pic 6]

Gráfico 1

Fonte: Instituto do Cinema e do Audiovisual,2012

Esse facto revela-se uma tendência cada vez maior devido a existência de outras plataformas de difusão como a televisão, a internet, o DVD, os vídeos on-demand etc..No entanto é a televisão que representa o maior número de espetadores (77.3%).

O preço dos bilhetes constitui um dos principais entraves para a ida ao cinema, para além da oferta televisiva, nomeadamente a televisão por cabo, que permite assistir a inúmeros filmes sem sairmos do conforto do lar.

1.2-O teatro

- Algumas considerações…

O teatro em Portugal sempre teve grande expressão, através dos mais variados géneros, tais como o drama, comédia, musical ou de revista. Desde Gil Vicente, primeiro autor de comédia português, que o teatro evoluiu astronomicamente, até atingir o elevado patamar que as várias companhias teatrais apresentam hoje em dia.

Muitas companhias tentam sobreviver, com escassos apoios do estado português, vivendo de receitas de bilheteira, patrocínios, ou sendo até mesmo os próprios atores a produzir os seus projetos

Neste momento, e apesar de o mundo teatral estar concentrado em Lisboa e no Porto, existem várias companhias itinerantes que percorrem todo o país, para levar ao povo, o que o povo não tem hipótese de ver, sem ser na televisão. Como expoente máximo do mundo teatral, neste momento no nosso país, temos o encenador Filipe La Féria, que sem subsídios do estado tem mantido o seu teatro Politeama aberto e com peças de grande qualidade, desde que encenou "Amália", que esteve mais de dois anos em cena, até começar agora com uma nova peça, "A Rainha do ferro velho", que tem como protagonistas, Maria João Abreu e José Raposo.

Infelizmente, os teatros têm sido condenados ao abandono, como por exemplo o Parque Mayer e o Capitólio.

O teatro em Portugal era essencialmente um meio de entretenimento, no entanto com o passar do tempo foi sendo substituído por novos formatos mais tecnológicos, tais como o cinema. Convém salientar que apesar disso ele não foi totalmente abolido.

- O público e o teatro

Nos últimos anos, o teatro tem vindo a perder espetadores. Entre 2009 e 2011 perdeu cerca de 350 milhares de espetadores. No entanto, a partir de 2011 assiste-se a uma subida gradual de 73 milhares de espetadores.

Gráfico 2-[pic 7]

Alguns géneros teatrais têm mais expressão em Portugal.

Tabela1- géneros teatrais[pic 8]

Hoje, a comédia encontra grande espaço e importância enquanto forma de manifestação crítica em qualquer esfera: política, social, económica. Encontra forte apoio no consumo de massa e é extremamente apreciada por grande parte do público consumidor da indústria do entretenimento.

A stand-up comedy tornou-se mais popular a partir do início do programa Levanta-te e Ri da SIC, embora já alguns humoristas praticassem profissionalmente este registo de comédia.

Atualmente, o Teatro de Revista subsiste apenas no Parque Mayer.

2--A música

- Algumas considerações…

A palavra música vem do grego mousika, "das Musas" ou "das belas-artes", é basicamente uma arte e ciência que combina sons. O fenômeno da música tem várias interpretações. Desde uma simples perceção até a evocação de um mundo psicológico, a música pode ser arte, entretenimento ou a expressão de uma cultura.

A música em Portugal é internacionalmente conhecida pela sua tradição folclórica, em grande medida devido ao Fado e nos estilos musicais deles derivados. Este é o género musical que melhor caracteriza o espírito português e é consequência da sua história e raízes culturais. Tem-se observado uma recente expansão em diversos estilos musicais, como o rock ou o hip-hop.

Antes do 25 de Abril, a música era muito influenciada pelo concurso televisivo da RTP, Festival RTP da Canção, devido à influência do Estado nos temas abordados.

Por outo lado, também assistimos a um florescimento da música de intervenção, com o intuito de criticar o Estado Novo e chamar a atenção do povo. Sérgio Godinho e Zeca Afonso são dois de muitos músicos que ficaram conhecidos.

No final da década de 1950 começa-se a fazer rock em Portugal com