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Utilização de resíduos de frutas e hortaliças na produção de ração para animais.

Por:   •  7/11/2018  •  6.097 Palavras (25 Páginas)  •  264 Visualizações

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3. CLIMA E ÉPOCA DE PLANTIO

A época de plantio, a altitude e a latitude da localidade determinam as condições agroclimáticas que prevalecerão ao longo do ciclo da batateira. No Brasil, levando-se em conta as diferentes regiões produtoras, planta-se e colhe-se batata ao longo do ano, diferentemente do que ocorre nos países europeus.

As exigências climáticas da bataticultura são peculiares e precisas, ressaltando-se que o fator limitante, nas condições brasileiras, tem sido a temperatura elevada, mormente a noturna. Quando esta se mantém acima de 20 °C, durante 60 noites ou mais, não ocorre a tuberização. A planta exige uma diferença entre as temperaturas diurnas (amenas) e noturnas (mais baixas) em torno de 10°C – a denominada “termopericidade diária”.

O fotoperíodo também afeta o desenvolvimento, sendo a planta de dia curto para a tuberização e de dia longo para florescimento. Entretanto, a variação fotoperiodica não constitui um fator limitante à produção nas condições brasileiras. A prova disso é que se planta e se colhe nas quatro estações em regiões com temperaturas propícias. No centro-sul, inclusive, distinguem-se três épocas características de plantio.

O plantio das águas (setembro a novembro) é praticado em larga escala, em regiões altas. Geralmente, a irrigação é dispensável, podendo a excessiva pluviosidade tornar-se fator limitante. A elevação da temperatura e o alongamento do fotoperiodo, durante o ciclo, resultam em crescimento exagerado da parte aérea, provocando o acamamento da planta, tornando os folíolos menores e retardando a tuberização. A alta incidência de doenças fúngicas e bacterianas, devido à umidade elevada, aumenta o risco de insucesso. A colheita ocorre em condições ruins em época chuvosa e as cotações nessa época costumam ser menos favoráveis. O plantio das águas responde por cerca de 55% da safra.

O plantio da seca (fevereiro a abril) é realizado em altitudes medianas. A temperatura e o fotoperiodo declinam ao longo do ciclo e favorecem a cultura. Inicialmente, há dias longos luminosidade elevada e temperaturas diurnas cálidas, possibilitando emergência rápida e bom crescimento vegetativo inicial. Depois disso as temperaturas caem gradativamente, favorecendo a expansão da superfície foliar. O encurtamento do fotoperíodo estimula a tuberização e o crescimento vegetativo inicial. Depois disso, as temperaturas caem gradativamente, favorecendo a expansão da superfície foliar. O encurtamento do fotoperíodo estimula a tuberização e o crescimento dos tubérculos, também favorecidos pela temperatura noturna em declínio. A pluviosidade, no inicio da cultura, pode ser suficiente para atender à demanda de água, devendo ser complementada pela irrigação posteriormente.A colheita ocorre na seca e em temperaturas amenas – o que favorece a qualidade dos tubérculos e a capacidade de conservação. As cotações na colheita são mais elevadas em relação ao plantio das águas. O plantio da seca origina cerca de 32% da safra, e a área cultivada vem se expandindo, inclusive pela maior utilização da irrigação.

O plantio de inverno (maio a julho) vem sendo praticado em altitudes variadas, mesmo em regiões baixas, com inverno suave e livre de geadas, que pode ser fator limitante. A irrigação é indispensável, já que as chuvas invernais são escassas. A temperatura e o fotoperíodo mantêm-se favoráveis ao longo do ciclo. Plantando-se durante o inverno, a bataticultura pode integrar vantajoso programa de rotação com culturas produtoras de grãos que já foram colhidas. A qualidade e a capacidade de conservação dos tubérculos e o preço obtido pelo bataticultor tende a ser o mais elevado. O plantio nessa época responde por apenas 13% da safra, porém vem crescendo com o uso intensivo da irrigação, o que contribui para regularizar a oferta de batata ao longo do ano.

4.CULTIVARES

A espécie cosmopolita originou-se da subespécie andigena, em decorrência da adaptação desta ás condições europeias. Na região andina, próximo ao equador, o fotoperíodo é de 12 horas, continuamente, mas a batata andina foi adaptada ás condições europeias com dias longos de até 16 horas. Plantas que não tuberizam foram eliminadas, perdendo-se muito da variabilidade genética original. Disso resultou a perda da resistência a doenças – uma das desvantagens das cultivares europeias. Observe-se que a batata andina, depois de selecionada para a Europa, voltou a ser plantada nos trópicos, não sendo de admirar que o desempenho se mostre longe do desejável.

Uma cultivar de batata é uma coleção de plantas idênticas, em termos de genótipo, originarias

de uma única planta matriz, que foi propagada vegetativamente. Portanto trata-se de um clone, cuja identidade é mantida ao longo do tempo a menos que ocorra uma esporádica mutação somática. Há disponibilidade de centenas de cultivares mundialmente, e novas cultivares vêm sendo lançadas a cada ano pelos fitomelhoristas.

A escolha de uma cultivar deve ser baseada em dados de campo, sob risco de insucesso, considerando-se, também, a preferência do consumidor. A preferência é por tubérculo de película e polpa amarelas, sendo a polpa branca e a película rosada menos aceitas. O tubérculo deve apresentar película lisa e gemas superficiais e ser alongado, de formato uniforme e tamanho médio. Em resumo: a batata mais valorizada comercialmente é aquela que apresenta características similares às da cv. Bintje, dificultando a escolha de cultivares pelos produtores e o trabalho dos fitomelhoristas.

A bataticultura brasileira vem apoiando-se em cultivares europeias, já que o melhoramento genético não tem recebido incentivo. A partir da década de 1940, dezenas de cultivares vem sendo introduzidas, constituindo uma interminável sucessão. Entretanto, a grande maioria não permanece em cultivo por muito tempo, sendo substituída por novas introduções. Uma exceção é a tradicional cultivar holandesa Bintje, que se matem graças às suas qualidades comerciais e culinárias, embora apresente sérias deficiências agronômicas. Aliás, a maioria das cultivares importantes apresenta alta incidência de problemas fitossanitários, obrigando à pulverização frequente com defensivos.

Exemplos de cultivares europeias atualmente utilizadas, algumas tendo se firmado na preferência do produtor e outras sendo introduzidas: Agata, Agria, Asterix (rosada), Baraka, Bintje, Caesar, Cupido, Marabel, Markies e Monalisa – todas para preparo doméstico; para a agroindústria de batata frita são utilizadas

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