Projeto de intervenção - CAPS AD III

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Por entendermos que neste novo modelo de saúde mental o sujeito que ocupa a centralidade, se faz necessário que o indivíduo se reconheça no processo, que reconheça seu protagonismo, que ele não é um mero receptor, para que se envolva efetivamente nas atividades, e que esse envolvimento ocorra de forma reflexiva, crítica e analítica.

Assim construiremos com os usuários uma forma para que eles reconheçam a importância do seu papel, nesse processo que é coletivo (envolve os usuários, técnicos, gestores comunidade), mas que é também singular. O próprio conceito de CAPS que surgiu como alternativa ao modelo manicomial, pressupõe um certo grau de autonomia, de escolha e de decisão, como expressa a Política Nacional de Humanização do Ministério da Saúde: “Os usuários não são só pacientes, os trabalhadores não só cumprem ordens: as mudanças acontecem com o reconhecimento do papel de cada um” (2013. Pág 05).

O “reconhecimento do papel de cada um” é possível através da participação consciente, em todos os segmentos do tratamento, como: cuidado pessoal, cuidado com os espaços, tanto institucionais como pessoais, que frequenta, respeito ao se relacionar com os profissionais e outros usuários, participação nas oficinas e grupos, comprometimento em tomar a medicação de forma correta, entre outros.

E para que se faça uma leitura desta realidade, que produza um conhecimento, interventivo e reflexivo, que vá de encontro ao código de ética e o projeto ético político do Serviço Social, que tem como valor o (...) compromisso com os usuários, com base na liberdade, democracia, cidadania, justiça e igualdade social (Resolução CFESS nº 273/93) /Lei 8.662/93, ao reconhecer a;

Liberdade como valor ético central e das demandas políticas a ela inerentes - autonomia, emancipação e plena expansão dos indivíduos sociais.

Assim como;

Art 5º

b - garantir a plena informação e discussão sobre as possibilidades e consequências das situações apresentadas, respeitando democraticamente as decisões dos/as usuários/as, mesmo que sejam contrárias aos valores e às crenças individuais dos/as profissionais, resguardados os princípios deste Código.

É necessário lançar mão do arcabouço teórico metodológico, que fundamenta este projeto ético político, a Teoria critico-dialética, que nos permite ter clareza, que este indivíduo é perpassado por várias determinações, para que a culpabilização ou a individualização propagada pela teoria liberal não seja resultado deste trabalho.

4. OBJETIVOS

4.1. OBJETIVOS GERAIS

- Trabalhar junto aos usuários e supervisora de campo na confecção de um jornal formulado pelos próprios usuários, respeitando a subjetividade de cada um.

4.2. OBJETIVOS ESPECÍFICOS

- Estimular o diálogo e a participação efetiva dos próprios usuários na oficina;

- Criar um mecanismo de comunicação interna onde usuários e os profissionais possam socializar informações de interesse coletivo.

- Fazer com que os usuários possam se enxergar como protagonistas do projeto.

5. METODOLOGIA

Os participantes deste projeto serão os usuários do CAPS AD III Vitória- ES que estão em internação, e os que fazem acompanhamento na atenção diária as quartas feiras, pois neste dia que acontece a oficina de leitura de jornal, de 13:30 as 15:00 horas, já que este projeto é uma ampliação da própria oficina, teremos dias destinados à confecção do jornal. O jornal terá uma tiragem mensal.

Pretende-se alcançar todos os pacientes que participam da oficina de leitura de jornal, que são cerca de 15 participantes semanais, porém deixaremos em aberto para os demais pacientes que se interessarem em participar.

Será implementado em forma de oficina nas últimas duas semanas de cada mês, onde os usuários irão apresentar suas sugestões de notícias, e iremos juntos selecioná-las e organizá-las. Cada tema em sua determinada área. Depois de captadas todas as notícias, passaremos para o computador, e colocaremos na diagramação correta, no modelo de jornal. Imprimiremos, e disponibilizaremos vários exemplares para toda a unidade.

O jornal pretende agregar várias áreas de conhecimento como, política, esporte, economia, saúde em geral, e também outros temas trazidos por eles, como humor e entretenimento.

Os resultados esperados com essa intervenção é o cumprimento dos objetivos propostos contribuindo para eficácia do tratamento, e na relação dos próprios usuários internamente, não só entre si, mas com toda a equipe técnica.

6. METAS

Conseguir com que o jornal atinja no mínimo 80% dos usuários em tratamento no CAPS III - AD.

7. MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO

A avaliação será realizada a cada tiragem do jornal, ou seja, a cada um mês pela Assistente Social e Estagiários com o objetivo de identificar quais foram os resultados alcançados, se condizem com objetivos propostos, se apontam para uma nova intervenção e se cumprem com a orientação teórica proposta.

8. CRONOGRAMA

- Reunião com o coordenador para delimitação do tema do projeto. (JUNHO)

- Reunião com os usuários na oficina de leitura de jornal. (JUNHO)

- Preparação do rascunho do projeto. (JUNHO)

- Digitação e correção do projeto. (JUNHO)

- Início da confecção do jornal. (AGOSTO)

- Encontro com a supervisora de campo para avaliação e feedback do projeto. (AGOSTO À DEZEMBRO, uma vez a cada mês)

Mês

Junho

Julho

Agosto

Setembro

Outubro

Novembro

Dezembro

Reunião com o coordenador para delimitação