Política Social e Serviço Social

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da profissão que devem ser adotados para não cair numa dupla armadilha mecanicista em tal análise. Cite e explique:

a) os dois ângulos de análise da profissão propostos pela autora;

Endógeno (internas): análise da profissão teórica e metodológica que o próprio SESO tem de si (exemplo PEP).

Exógeno (externas): circunstâncias objetivas, conjuntura, determinações externas.

b) os dois elementos da armadilha.

Refletir teoricamente sobre o SESO sob a perspectiva conservadora que legitima o poder vigente ou sob a perspectiva “transformadora e revolucionária” da atividade profissional. Ambas por serem contraditórias, acabam tornando-se análises unilaterais, que não esclarecem o caráter e a importância da prática profissional na sociedade atual bem como deslegitimam as organizações políticas das classes sociais no processo de transformação da sociedade enquanto sujeitos ativos que inferem e são inferidos nas e pelas relações sociais.

6. A questão social, base de justificação do Serviço Social, foi reconhecida pelo Estado – hegemonizado pela burguesia – tornando-se área de intervenção estatal. Aponte de que formas essa intervenção é realizada e sob que condições ocorre esse reconhecimento pelo Estado das demandas da classe trabalhadora (aspectos econômicos e ideológicos).

“É só a partir da concretização das possibilidades econômico-sociais e políticas segregadas na ordem monopólica (concretização variável do jogo de forças políticas) que a ‘questão social’ se põe como alvo de políticas sociais.” (NETTO, 2011. p.29)

Ao mesmo tempo em que ocorria a transição do capitalismo concorrencial para o capitalismo monopolista, cresciam as organizações que legitimavam as lutas do proletariado e a conquista da cidadania. Esta transição também interfere na funcionalidade do Estado. Segundo a teoria marxiana, no capitalismo concorrencial o Estado zelava pelas condições externas da produção capitalista e garantia a propriedade privada dos meios de produção burgueses. Sua intervenção era emergencial, esporádica e pontual. O Estado, no capitalismo monopolista entrelaça suas funções políticas e econômicas, tornando-se o comitê executivo da burguesia e intervindo de forma a garantir os superlucros dos monopólios. A partir das demandas da classe trabalhadora - o crescimento do exército industrial de reserva influi significativamente nestas demandas -, surge a política social e sua função ideológica de controle social da classe trabalhadora legitimando o Estado burguês. E, em sua essência, a política social é a dialética entre cessão e conquista.

7. É pela necessidade de intervir nas expressões da questão social que o Estado passa a requerer um tipo especializado de profissional: o assistente social. No entanto, segundo José Paulo Netto, a profissão não surge de maneira automática pela mera existência da questão social, mas é um fenômeno historicamente determinado. Em que contexto sócio-histórico emerge o Serviço Social? Discorra sobre as particularidades da sociedade burguesa fundada numa nova organização da economia e da vida social.

Partindo da Revolução Industrial (Século XVIII) até chegar ao capitalismo monopolista, a classe trabalhadora foi -ainda está - se construindo ao longo do processo da luta de classes. De “classe em si” para “classe para si” com avanços e retrocessos. Em meio a este contexto de lutas, de embates, é que o Serviço Social e a Política Social emergem, estão inseridas no processo de reprodução das relações sociais (reprodução espiritual & material) e das relações de produção capitalista. No momento em que as inovações tecnológicas são inseridas no MPC gerando o exército industrial de reserva, contribuindo para precarização do trabalho (salários e jornadas) e dividindo a classe trabalhadora na busca por colocação no mercado de trabalho; surge a pauperização das massas trabalhadoras expropriando condições de vida materiais e espirituais, ao mesmo tempo em que gera riqueza para classe burguesa. O pauperismo é uma das expressões da questão social. E quando o Estado, enquanto “administrador” extra-econômico passa a incorporar algumas demandas e necessidades sociais da classe trabalhadora, ele passa a requerer um profissional especializado, o assistente social. A questão social é a base de justificação do Serviço Social enquanto profissão.

8. A reprodução das relações sociais é particularizada pela nova forma de organização monopólica da sociedade burguesa. Que características marcantes fazem parte desse processo na fase monopolista do capitalismo?

As contradições e desigualdades são exponenciadas de tal forma, que evidenciam a dinâmica do capital monopolista no que concerne propriedade privada dos meios de produção e a introdução de novas tecnologias com o objetivo de economizar trabalho vivo; a alta taxa de acumulação, a elevação nos lucros nos setores monopolizados; a expropriação; a alienação; dentre outros. Economicamente o que se vê é uma alteração nos processos e nas relações de produção, donde emerge um número elevado de trabalhadores que migram da produtividade para o exército industrial de reserva. E é nessa lógica que se distingue as condições de vida da classe proletária e da burguesia que detém os meios para contratá-la, manifestam-se interesses divergentes que separam o proletariado e a burguesia. De um lado o proletariado que não tem suas necessidades consideradas nem supridas, do outro lado, a ascensão, a dominação e a afirmação da burguesia como classe dominante.

9. O Estado é a instância por excelência do poder extra-econômico, segundo Netto. Discorra sobre o papel do Estado no capitalismo monopolista de acordo com o autor.

A burguesia, no capitalismo monopolista, necessitava de um “administrador” para regular as relações sociais, para promover a coesão social, garantindo seus objetivos econômicos, e é neste sentido que o Estado emerge como poder extra-econômico. Ele opera de modo a criar condições necessárias à acumulação e à valorização do capital monopolista. O Estado funciona como um “mediador” entre os interesses