Relação entre “Questão Social”, Assistência Social e gênero no surgimento e desenvolvimento do Serviço Social
Por: kamys17 • 31/10/2017 • 1.003 Palavras (5 Páginas) • 570 Visualizações
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O Serviço Social é relacionado com a história da Assistência Social e com todas as configurações que a determina, por isso irá constituir-se como uma profissão feminina.
A necessidade do capital em torno do conservadorismo surge da eclosão da “Questão Social”, da ameaça à ordem, com a organização da classe trabalhadora. O pensamento conservador é mediado pela marca feminina da profissão e influenciado pela Igreja.
Contra a teoria de Marx, e seu objetivo de superação da sociedade, a Igreja, idealistas e defensores da sociedade irão se aliar por meio do pensamento conservador. A Igreja interpretou a “Questão Social” como problema moral, fruto de desarmonia. Com isso, publicou duas Encíclicas papais para servir como referência para intervenção na “Questão Social”. A articulação entre burguesia e Igreja, contra a teoria de Marx ou qualquer ameaça à ordem capitalista, configura a herança conservadora da profissão.
Sob a influência do conversadorismo que o Serviço Social irá dar respostas à “Questão Social” como maneira de mascarar as contradições imanentes do capital. Os problemas sociais eram considerados, pela perspectiva positivista, comoproblemas familiares, devendo haver união, como ensinavam as encíclicas. O significado ideopolítico do surgimento do Serviço Social encontra-se atrelado à reprodução dos interesses das classes dominantes, através do controle e da persuasão ideológica sobre as classes subalternas.
“O acesso de mulheres ao mercado de trabalho era vinculado às profissões que lhes permitissem desempenhar seus tradicionais papéis de mães e donas de casa”. O Serviço Social configurou-se como uma alternativa de trabalho para as mulheres adequadas às qualidades femininas exigidas pela sociedade patriarcal.
A profissão surgiu da necessidade do capital em controlar os conflitos sociais e nada melhor que a compaixão, docilidade e acolhimento para envolver a classe trabalhadora e atenuar os conflitos sociais. Esse processo é resultante de uma sociedade patriarcal que institui o que é atividade de homem e de mulher. A divisão sexual do trabalho deve ser analisada como construção histórica com a reprodução da desigualdade de gênero associada a interesses dominantes.
O conceito de gênero é utilizado para dar ênfase ao caráter social, cultural e relacional das distinções baseadas no sexo, visando superar o determinismo biológico. Visa desmistificar papéis construídos socialmente, atribuídas às mulheres e aos homens. São moldadas e determinadas socialmente as atividades, qualidades como profissões femininas e masculinas. Não há dicotomia entre sexo e gênero, os dois compõem uma unidade dialética, não são categorias opostas.
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