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Parto Cesário na Cidade de Manaus

Por:   •  3/4/2018  •  4.845 Palavras (20 Páginas)  •  363 Visualizações

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Essa pesquisa servirá para esclarecer a necessidade desse procedimento de parto por cesária, se pode apresentar risco tanto para a mãe, quanto para o bebê se comparados ao parto normal, e também se esse procedimento pode ser considerado um nascimento prematuro para o bebê.

A cesárea é um procedimento cirúrgico originalmente desenvolvido para salvar a vida da mãe e/ou da criança, quando ocorrem complicações durante a gravidez ou o parto. É, portanto, um recurso utilizável quando surge algum tipo de risco para a mãe, o bebê ou ambos, durante a evolução da gravidez e/ou do parto.

“O Ministério de Saúde preconiza que cada cem mulheres, apenas 25 tenham parto cesárea e 75 normais. Infelizmente aqui não acontece é isso que acontece, o Instituto da Mulher realiza cerca de 7,2 mil partos por ano, sendo que destes 40% são cesáreas e 60% normais. (COSTA, 2013)”.

Entre as diretrizes adotadas pela maternidade, que faz parte da estrutura da Secretaria de Estado de Saúde (SUSAM), está a definição de protocolos a serem seguidos pelos ginecologistas-obstetras, utilização dos Manuais do Ministério da Saúde e da Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia, realização de cursos de atualização e aperfeiçoamento de todos os profissionais.

É obrigatoriedade da inclusão, no prontuário das pacientes, do Consentimento Livre e Informado e a abertura do Partograma, que é a representação gráfica da evolução do trabalho de parto, além da sensibilização de todos os profissionais das vantagens do parto normal, além disso, também instituídas as Discussões de Casos Clínicos e Análises de Condutas adotadas por amostragem. A Organização Mundial de Saúde tem como índices ideais a serem atingidos, em maternidades de baixa e média complexidade, entre 15 a 16% de cesáreas. As dificuldades em atingir essas recomendações, atualmente, estão relacionadas a fatores como idade da paciente cujos extremos representam um maior índice de complicações, qualidade do pré-natal incluindo as comorbidades detectadas e o início tardio do mesmo, além das condutas pré-concepcionais.

- Parto Cesário

Dentro do centro cirúrgico, ocorre a aplicação da anestesia, na região lombar da paciente, entre duas vértebras da coluna. A dor da picada não é intensa, mas é perceptível. Existem três variações de anestesia: a raquidiana (ou raquianestesia), a peridural e o duplo bloqueio. Todas prezam pela possibilidade da mãe permanecer acordada durante o parto, mas sem sentir dor do peito para baixo. Qual (ou quais) será utilizada no parto depende de cada caso.

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“A aplicação da anestesia é direcionada de acordo com a paciente, seu quadro clínico, a situação do trabalho de parto, entre outros fatores”, afirma o anestesiologista Dr. Oscar César Pires, Diretor do Departamento Científico da Sociedade Brasileira de Anestesiologia (SBA).

A diferença básica entre os tipos de anestesia é o local onde o anestésico é aplicado. “A ráqui é administrada muito próxima aos nervos da medula espinhal”, explica o Dr. Ricardo Goldstein. “Já a peridural é colocada em um espaço mais distante e com uma membrana separando-a dos nervos. O duplo bloqueio nada mais é que a combinação entre as duas técnicas: um cateter é colocado dentro do espaço peridural para posterior administração do anestésico durante o trabalho de parto”.

Assim que a anestesia faz efeito, é realizada uma incisão transversal de aproximadamente 10 cm na pele, por cima do osso púbico (naquela região conhecida como “linha do biquíni”), e outra menor no útero, cortando oito camadas de tecido no caminho. Rompida a parede uterina e a bolsa das águas, o médico tem acesso ao bebê, que é puxado. Fora da barriga, ele é avaliado por um médico, que verificará sua oxigenação, cortará o cordão umbilical e o entregará para o neonatologista, para uma avaliação mais completa. Tudo correndo bem, ele será mostrado à mãe e entregue ao acompanhante, enquanto a placenta é retirada e os pontos são dados em cada uma das camadas de tecido cortadas. Caso não haja maiores complicações, a cesárea dura cerca de uma hora.

- CAUSAS

Segundo a presidente da Sociedade Amazonense de Ginecologia e Obstetrícia, Hilka Espírito Santo, existem inúmeras causas que favorecem o alto índice de cesárea. “Muitas mulheres não fazem o pré-Natal, o que acaba favorecendo uma cirurgia na hora do parto. Associado a isso, tem a gravidez na adolescência”, disse, acrescentando que muitas adolescentes não têm infraestrutura física para encarar um parto normal.

De acordo com o diretor do Instituto da Mulher Dona Lindu, Agnaldo Costa, até mesmo a agenda do obstetra impossibilita o parto normal. “Os compromissos dos médicos obstetras no Brasil não permitem o acompanhamento adequado do desenvolvimento do trabalho de parto”, afirmou.

Ele disse, ainda, que existem muitas solicitações dos familiares da futura mãe para realizar o parto cesárea. “A própria paciente, muitas vezes, não é devidamente orientada durante os pré-natais para ter um parto normal”.

Para o médico Marco Lourenço Silva, a preferência pelo parto cesárea está incutida na cultura dos brasileiros. “O medo da dor faz com que muitas mulheres recorram à cesariana”, disse.

“Como todo procedimento cirúrgico, a cesárea não é isenta de riscos, estando associada, no Brasil e em outros países, a maior morbimortalidade materna e infantil, quando comparada ao parto vaginal (FAUNDES & CECATTI, 1991; MCCLAIN, 1990; MILLER, 1988)”.

Ele afirmou, ainda, que a indicação da cesárea deverá ser muito criteriosa, pois não é isenta de riscos. Ocorre uma maior mortalidade materna e fetal, onde as causas de complicação materna estão associadas a hemorragias, embolia pulmonar, infecções, insuficiência cardíaca ou complicações relacionadas com a anestesia.

A cesárea é um recurso que a ciência dispõe para as mulheres quando o risco de ter um filho em parto normal é maior. Para as pacientes portadoras de HIV, por exemplo, o indicado é cesárea, porque o risco de contaminação da criança é menor do que no parto normal.

De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), o ideal é que apenas 15% dos partos sejam cesáreas, pois é neste percentual que se verificam indicações reais para a realização de uma cirurgia.

“A escolha de qualquer intervenção médica, em termos éticos, deve basear-se no balanço entre riscos e

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