PROJETO DE PESQUISA: OS DIREITOS DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE: UMA ANÁLISE SOBRE O ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE
Por: Sara • 18/7/2018 • 5.009 Palavras (21 Páginas) • 493 Visualizações
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Entretanto, mesmo com a vigência do Estatuto, muitas crianças e adolescentes ainda convivem com a privação dos seus direitos básicos, o que, muitas vezes, as obriga a abandonar as atividades referentes à sua faixa etária e encarar a condição de adulto, responsável pela sobrevivência pessoal e/ou familiar. Percebe-se nisso a existência de uma situação de negação de direitos que é a expressão política da negação e recusa da cidadania destas crianças e adolescentes, negação essa que vai influenciar o surgimento de táticas de combate à miséria e de sobrevivência. Toda criança e adolescente é sujeito de direito, pessoa em condição peculiar de desenvolvimento, credora da prioridade absoluta e da proteção integral e especial afirmada na Lei.
As questões atuais discutidas em relação à participação social e o controle social merecem uma atenção primordial para a área da criança e do adolescente, demonstrando o impasse que esse segmento enfrenta na regulamentação das políticas sociais e na efetivação de seus direitos de cidadania. Buscando ações prepositivas na elaboração e fiscalização de políticas sociais eficazes, de forma que seja fruto da participação social e de controle da sociedade sob o Estado.
2. JUSTIFICATIVA
O presente projeto de pesquisa tem por fundamento o dever da família, da sociedade e do Estado de assegurar à criança e ao adolescente, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à 6
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dignidade, ao respeito, à liberdade e a convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão. Relata também uma reflexão sobre os avanços dos direitos da criança e do adolescente no Brasil, a partir de iniciativas anteriores de órgãos internacionais como a ONU – Organização das Nações Unidas.
A necessidade de proporcionar proteção especial à criança vem sendo consolidada ao longo da história da humanidade, com ênfase maior no século XX, onde podem ser vistas e elencadas algumas iniciativas por partes de organismos de defesa dos Direitos Humanos. A Constituição Federal de 1988 refere em seu artigo 1º, incisos II e III a cidadania e a dignidade da pessoa humana como fundamentos da República Federativa do Brasil, competindo à família, a sociedade e ao poder público o dever de não violar o gozo e a fruição desses direitos, assim como o dever de proteger e assegurar o exercício das crianças e adolescentes.
A Constituição Federal prescreve em seu artigo 227:
É dever da família da sociedade e do Estado assegurar à criança e ao adolescente, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão.
Portanto esta pesquisa procurará responder de que forma os direitos da criança e adolescentes estão sendo efetivados a partir de referenciais teóricos existentes sobre o tema em questão. Vale ressaltar que segundo o ECA – Estatuto da Criança e do Adolescente, considera-se criança, para efeito desta Lei, a pessoa até doze anos de idade incompletos, e adolescente aquela entre doze e dezoito anos de idade. E em casos expressos em lei, aplica-se excepcionalmente este Estatuto às pessoas entre dezoito e vinte e um anos de idade. (ECA-1990, art. 2º).
3. PROBLEMÁTICA
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As crianças e adolescentes tem seus direitos fundamentais respeitados no espaço privado do lar, tendo em vista seu desenvolvimento físico, mental, social, moral e espiritual como prediz a ciência e o Direito?
4. OBJETIVOS
Compreender o processo histórico do Direito da Criança e do adolescente e das garantias atuais. Levantar a bibliografia sobre a evolução da proteção social voltada para criança e adolescente englobando: políticas públicas, leis e decretos históricos da criança e do adolescente no Brasil.
4.1. OBJETIVOS ESPECÍFICOS
➢ A atuação e colaboração do serviço social para a questão.
➢ Identificar o papel do Estado na garantia dos direitos da Criança e do adolescente;
➢ Analisar os paradoxos da responsabilidade sobre a criança e adolescente;
➢ Realizar análise do ECA-Estatuto da Criança e Adolescente.
5. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
5.1. A EVOLUÇÃO DO CONCEITO DE INFÂNCIA
A infância deve ser enfocada historicamente dentro da cultura ocidental desde antiguidade clássica até os dias contemporâneos de hoje. Houve um tempo em que não se tinha a concepção da infância tal qual hoje a entendemos, ou seja, como um ser singular em fase de desenvolvimento e com a particularidade que a diferencia do adulto.
Segundo Ariès (1973), durante os séculos X a XII, não havia uma percepção de transição da infância para a fase adulta. A criança era apenas a projeção do adulto em escala reduzida. Logo que ela se livrava da dependência física, misturava-se aos adultos, transpondo a juventude. As idades da vida correspondiam apenas a funções sociais, atividades delimitadas a partir do estado físico: idade dos brinquedos, da escola, do amor ou dos esportes, da corte, da cavalaria e, por último, 8
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a idade sedentária, dos homens do estudo. O movimento da vida coletiva ignorava as particularidades de cada período da vida do homem.
Ariés (1973) assegura que o surgimento do termo “infância” acontece apenas no século XII, junto com as transformações que começam a se processar na transição para a sociedade moderna. De acordo com sua interpretação, o sentimento de amor pelas crianças foi, durante muitos séculos, despercebido, chegando mesmo a não existir.
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