Os Avanços do Serviço social nas últimas décadas
Por: vanessa campos • 7/6/2018 • Resenha • 943 Palavras (4 Páginas) • 259 Visualizações
O presente texto busca fazer uma reflexão teórica acerca dos avanços do Serviço social nas últimas décadas, abordando sobre as tendências atuais do capitalismo e como elas afetam e desafiam a profissão e a sua direção social estratégica que se firmou nos anos 80 e 90, tratando também da Questão Social, uma das temáticas mais discutidas no Serviço Social, por ser esta o objeto de formulação teórica, metodológica e política da profissão.
Para situar o Serviço Social nas décadas de 1980 e de 1990 e suas mudanças é importante destacar em sua trajetória as principais origens ideopolíticas ao longo dessa trajetória. O Serviço Social, desde a sua emergência na Europa e nos Estados Unidos no século XIX, até a década de quarenta, foi embasado pela tradição europeia, a qual se caracterizava pela filantropia e pelo assistencialismo. Pois o Serviço Social trabalhava na manutenção da ordem vigente, no controle e na adequação dos indivíduos ao meio, os considerados desajustados sociais, e não tinha nenhuma crítica as desigualdades propiciadas pelo capitalismo.
A partir anos 60 no Brasil, que o Serviço Social adentra no processo que chamamos de Renovação do Serviço Social, considerado como um marco histórico entrando na fase monopólica, onde grandes indústrias nacionais e estrangeiras principalmente no setor automobilístico começam a chegar ao país e dominar mercado. Assim, teremos um contexto político da Ditadura Civil Militar (autoritarismo) e no setor econômico uma economia brasileira monopolizada fazendo cada vez mais ligações estreitas com o capitalismo internacional, principalmente norte americano.
A universalização da etapa de desenvolvimento capitalista monopólica intensifica e generaliza não só o produto do trabalho, mas também a relação de compra e venda da força de trabalho, à forma mercadoria, mercantilização da vida social.
O Serviço Social é, então, demandado enquanto participe do conjunto de profissões justificadas pelas necessidades de controle da força de trabalho e de legitimação da ordem societária burguesa, bem como das instituições e do próprio Estado, como mediadores das classes e projetos em disputa na sociedade.
O Estado, ao buscar legitimação política, acata as demandas da classe trabalhadora, que deseja que seus interesses e suas reinvindicações imediatas sejam atendidas. A necessidade de compatibilizar as questões relativas aos interesses da industrialização e acumulação capitalista à legitimação do sistema com as necessidades das classes trabalhadoras são demandas que requererem e legitimam socialmente a profissão, enquanto partícipe da divisão social do trabalho capitalista em sua fase monopólica.
Nos anos 1990, a crise que se instaura é a do neoliberalismo, que chega ao Brasil com a proposta de “reformar” o Estado, que é quando o Serviço Social já está consolidado enquanto profissão da sociedade, que já está consolidado a perspectiva crítica e com o projeto ético- político definido. Então, quando o neoliberalismo chega a terras brasileiras, já se tem o Serviço Social que corrigiu os erros do passado colocado para atuar profissionalmente em defesa da classe trabalhadora, numa perspectiva de ampliação e viabilização de direitos pelas políticas sociais. Embora no campo da academia na construção de conhecimento, de artigos e textos o Serviço Social está avançado, mas são poucos os profissionais que tem conseguido no seu exercício profissional trazer outra base teórica crítica para o cotidiano.
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