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O contexto da década de 80 para o Serviço Social

Por:   •  24/10/2018  •  1.898 Palavras (8 Páginas)  •  235 Visualizações

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do currículo.

Nota-se que um outro aspecto a ser considerado na contextualização da Revisão curricular refere-se às preocupações emergentes no debate profissional contemporâneo, que buscam resgatar as conquistas substanciais do denominado “ movimento de reconceituação do Serviço Social”, de âmbito latino-americano, superando as debilidades teórico-metodológicas que o marcaram e adequando suas reflexões ao novo momento conjuntural da sociedade brasileira e aos avanços identificados na analise teórica sobre o Serviço Social.

Os profissionais nesse contexto buscavam superar o que eram impostos a eles, que era responder as meras demandas do mercado de trabalho. Na verdade o que eles almejavam era ter uma atuação profissional que defendessem os interesses das classes sociais subalternas.

Porém esta perspectiva vem enfrentando desafios postos pela sociedade brasileira. Questionam-se as diretrizes da formação profissional predominantes no ensino de Serviço Social brasileiro, seus objetivos e conteúdos; criticam-se a estrutura curricular, os estágios práticos e a supervisão, e a pedagogia de ensino.

È importante destacar que durante o processo de revisão do projeto de curso existe uma situação histórico-conjuntural vivida no País. Neste momento o país estava vivendo uma crise econômica que influenciavam diretamente na divisão internacional do trabalho e fruto de um modelo de crescimento econômico concentrador de renda e de capital implementado pelo Estado. Com isso o custo de vida da população era elevado, os salários eram rebaixados em comparação com os preços das mercadorias, desemprego, inflação, fome, violência, etc. Esta crise era fruto de uma política recessiva no tratamento da economia brasileira, que aliada a crise do capitalismo a nível internacional, vem afetando a maioria da população, recaindo sobre o conjunto de trabalhadores.

É neste quadro conjuntural, que diversas categorias profissionais dentre elas os assistentes sociais questionam o significado de suas funções sociais no contexto das relações sociais vigentes: na sua prática profissional, sua presença organizada na sociedade e, também, a formação profissional ministrada.

O projeto de pesquisa curricular.

Segundo a autora o projeto de pesquisa curricular da faculdade de Serviço Social foi elaborado e aprovado no final de 1980 para ser implementado a partir de 1981. Definiu-se como uma análise avaliativa da implementação da experiência de revisão do currículo do curso de Serviço Social da PUC-SP, levada a efeito pela Faculdade de Serviço Social no período de 1978/1980, da qual deveria derivar uma nova proposta de currículo cuja concepção adotada envolvesse as três dimensões básicas que compreendem o projeto educacional da faculdade: docência teórico-prática, investigação e serviços prestados à população, na linha de integração Universidade/Comunidade.

O projeto justificava a atualidade da pesquisa curricular, inserindo-o no conjunto das preocupações com a formação profissional do assistente social, expressas de diferentes formas naquele momento:

• Através de uma nova proposta de currículo mínimo elaborada pela ABESS e então em tramitação no MEC;

• Através do Encontro Prévio à Assembleia Geral Ordinária da Associação Latino-Americana de Escolas de Serviço Social, realizado na PUC- SP em julho de 1980, tendo como tema a formação profissional do assistente social;

• Ao nível de estudantes, cujo III Encontro Nacional de Estudantes de Serviço Social (ENESS), realizado em outubro de 1980, também teve a formação profissional como tema central.

Foram constituídos vários objetivos da pesquisa e a partir destes seriam priorizados conteúdos para serem garantidos no curso.

Para a autora as diretrizes propostas para o desenvolvimento da pesquisa curricular incluíam o desencadeamento de uma pesquisa participativa pelos agentes envolvidos no processo de formação profissional, cujos resultados fossem fruto de um trabalho coletivo dos Departamentos, cabendo à equipe responsável a coordenação do processo.

Ela afirma que a efetivação da proposta de pesquisa envolveu a participação da equipe em eventos internos e externos à faculdade de Serviço Social da PUC-SP, até agosto de 1982.

Destaca-se abaixo alguns eventos importantes tanto internos quanto externos:

• Planejamento curricular anual da Faculdade de Serviço Social da PUC-SP (fevereiro de 1981);

• I Seminário de Estudos da Faculdade de Serviço Social (29-04-81);

• Seminário Regional da ABESS- Região Sul II, preparatório à XXII Convenção Nacional (12 e 13-05 de 1981);

• II Seminário de Estudos da Faculdade de Serviço Social (19, 20 e 21-08 de 1981);

• Comissão Curricular da Faculdade de Serviço Social, criada pelo Conselho Departamental para analisar a propor alterações curriculares nas disciplinas do ciclo profissionalizantes para o ano de 1982 e que teve vigência de novembro de 1981 a fevereiro de 1982.

• Seminário do Departamento de Metodologia da Intervenção do Serviço Social da Faculdade de Serviço Social da PUC-SP (20 a 25- 1982);

• Encontro Regional da ABESS – Região Sul II (Taubaté, 25-09-1982).

• I Encontro Nacional de Ensino em Serviço Social (Rio de Janeiro, 08 e 09-10 de 1982).

• Seminário “O Serviço Social na América Latina: Balanço e Perspectivas”, promovido pela CELATS (Lima, Peru, de 30-10 a 08-11 de 1982).

A equipe participou também, junto com outras faculdades, de debates internos à PUC-SP.

De acordo com a autora a aprovação do currículo mínimo para o curso de Serviço Social pelo Conselho Federal de Educação, em agosto de 1982, com o prazo máximo de dois anos para a sua implantação, trouxe novos determinantes à revisão curricular em processo na faculdade de serviço Social da PUC-SP, que deveria necessariamente incorporar o currículo aprovado.

Com isso foi necessário a criação de comissões compostas de professores, alunos e supervisores de estágio e coordenadores de curso, para elaboração e implementação do novo currículo.

De acordo com o texto analisado é nesta trajetória da profissão que aparece o “cliente” do Serviço Social e a ação profissional se desenvolve a partir de um “diagnóstico” da sua situação,

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