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O QUE É SERVIÇO SOCIAL

Por:   •  21/3/2018  •  2.761 Palavras (12 Páginas)  •  231 Visualizações

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Com o florescimento da indústria, principalmente no Brasil, o Serviço Social acha um campo mais fértil para se desenvolver, mas sendo paralelo à sua atuação na área pública, pois nessa havia e ainda há certa autonomia em relação a outros campos de atuação. Porém, no momento em que se achava que havia todas as condições para a elaboração de uma concepção desenvolvimentista do Serviço Social, surgiram situações que levaram o Serviço Social tanto na América Latina, quanto no Brasil em uma profunda crise existencial: notou-se que, apesar dos métodos estarem corretos, estes dos países desenvolvidos, não davam certo em países subdesenvolvidos e que era impossível serem profissionais neutros, aplicando métodos de forma fria e descomprometida numa realidade com problemas sociais tão graves. Surgiu assim, a Geração 65, onde o Serviço Social descobre a luta de classes.

A Geração de 1965 começou a lutar por um Serviço Social com feições próprias, com métodos e técnicas mais de acordo com a realidade vivida.

Mas sofreu o duro transe de ver questionada toda sua concepção de mundo e de sociedade, vendo ruir paulatinamente os alicerces de tudo em que acreditava, inclusive os da profissão. Não se falava em subdesenvolvimento, e sim, em dependência, capitalismo monopolista. A harmonia e o equilíbrio social deram lugar a contradições, conflitos de interesses. Os assistentes sociais deixaram de falar em pobre, carente, patologia social, desenvolvimento comunitário para falar em mudanças de estrutura, trabalhadores, compromisso com a população e revolução.

A autora também ressalta as mudanças de caminho feito pelos países da após se estabelecer uma crise política e o Serviço Social entrar em pânico. Questionamentos como “o que fazer se fosse implantado o socialismo” vieram à tona. No Brasil acha-se uma possível solução, chamada de “milagre”, que seria o arrocho, a repressão e o Ato Institucional nº 5. Nos demais países da América do Sul, a resposta foi o que chamaram de Movimento de Reconceituação do Serviço Social, onde todas as concepções já não valiam mais, pois reproduzia a ideologia burguesa, capitalista e explorada e que era necessário procurar outras concepções.

Diante disso, o Serviço Social passou a se chamar Trabalho Social e a concepção desenvolvimentista e técnica deu lugar a uma concepção “conscientizadora-revolucionária”. Seu método de trabalho pautava-se pelo materialismo histórico e dialético e seus textos eram baseados nas ideias marxistas. A reconceituação do Serviço Social variava de acordo com o modelo político que havia no país. No caso do Brasil, havia uma ditadura militar acontecendo. O movimento e a modernização do Serviço Social tiveram que se adequar as exigências do momento, em que o Estado e o capitalismo monopolista era quem dirigia o processo de modernização da sociedade brasileira.

Em consequência disso, muitos assistentes sociais passaram a confundir a prática profissional com a militância política. Eles eram a imagem do controle social e dos interesses do Estado, e com isso, os mesmos passaram a realizar o seu trabalho de forma infeliz. Fazer um balanço dos acontecimentos passados é fácil, mas retomar o presente é mais difícil, pois a história continua. A autora nesse final deixa claro o pessimismo em que se encontravam os profissionais do Serviço Social.

Ainda nesse capitulo, a autora destaca uma mudança de cenário, o aparecimento da questão social, que foi essencial para o surgimento das primeiras formas da profissão no Brasil. Ela sai da década de 60 e retorna ao período de 1920 a 1930, onde “a questão social que se impõe nesse momento nada mais é do que a necessidade de se levar em consideração os interesses da classe operária”. (p. 40) A implantação do Serviço Social se dá a partir da iniciativa particular de vários grupos da classe dominante, que têm como líder a Igreja Católica, e por incrível que pareça, a implantação do mesmo não fazia parte das reivindicações dos operários, então, são os grupos burgueses que vão contribuir para que a profissão seja aceita na sociedade. Isso acontecia porque as jornadas de trabalho eram de até 16 horas diárias, conforme a necessidade da empresa, independente de sexo ou idade, sem contar com a falta de direitos, como auxilio doença. Qualquer tipo de lazer, educação ou saúde ficava a cargo da filantropia e caridade.

Com o objetivo de defender o único patrimônio, a vida, formaram-se as Sociedades de Resistência e os sindicatos, que de inicio visavam à defesa do poder aquisitivo, mas logo depois começaram a lutar pela promulgação de uma legislação trabalhista. O Estado não deu muitas respostas em relação isso, a única resposta concreta às greves e movimentos foi a repressão policial, que não adiantou muito, pois o proletariado continuou lutando.

O Estado vendo-se obrigado a ceder, no fim da década de 1920, os trabalhadores conseguiram a Lei de Férias (15 dias) e o Código de Menores, que regulamentava a jornada de trabalho das crianças. As empresas regiram de forma “preocupada” a essas conquistas, principalmente sobre os dias de folga, pois por não ter educação, o operário seria vitima fácil do ócio e dos vícios.

Então, passa a ser necessário medidas sociais complementares para esse tempo livre, como o proporcionamento de equipamentos de lazer, educação formal, mentalidade de culto ao lar e sua boa organização, ajustando o proletariado à ordem capitalista industrial e produzindo certa “racionalidade” em seu comportamento e postura diante a sociedade.

Em um segundo momento, a autora parte para as décadas de 1940 a 1950, destacando a expansão da ação social com a Liga das Senhoras Católicas e da Associação das Senhoras Brasileiras e o surgimento das primeiras escolas de Serviço Social. Em 1936, foi fundada a Escola de Serviço Social de São Paulo. Do inicio à formação técnica foi um processo muito rápido.

Após esse período a questão social torna-se cada vez mais uma questão política e menos de policia. As tarefas desenvolvidas pelos assistentes sociais brasileiros não diferem muito daquelas exercidas pelas pioneiras da profissão, no começo do século XX. Com a criação das primeiras escolas de Serviço Social, o governo vai criando instituições que vão assumir a assistência social e legalizando a existência da profissão no Brasil. Mesmo sem bons resultados, o Conselho Nacional de Serviço Social demonstrou preocupação com a questão da assistência social.

A Legião Brasileira de Assistência, criada em 1942, foi a primeira instituição publica

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