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HISTÓRICO-SOCIAIS DA EMERGÊNCIA DO SERVIÇO SOCIAL

Por:   •  15/9/2018  •  2.850 Palavras (12 Páginas)  •  423 Visualizações

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assume múltiplas funções. Como tal, o Estado sempre interveio no processo econômico capitalista, o traço intervencionista do Estado, a serviço de franjas burguesas revela-se precocemente. No entanto, com o ingresso do capitalismo no estágio imperialista, essa intervenção muda funcional e estruturalmente. Até então, o Estado atuara como coisa das condições externas da produção Capitalista. Mas exatamente, no capitalismo monopolista, as funções políticas do Estado embicam-se organicamente com as suas funções econômicas.

As funções econômicas diretas consistem na atuação do Estado como empresário, a entrega aos monopólios de complexos construídos com fundos públicos, os subsídios imediatos aos monopólios e a garantia explícita de lucro pelo Estado. Já as indiretas aparecem como subsídios indiretos, os investimentos públicos em meios de transporte e infra-estrutura, a preparação institucional da força de trabalho requerida pelos monopólios e, com saliência peculiar, os gastos com investigação e pesquisa.

Dentro do Capitalismo Monopolista, o capital se comporta de várias maneiras. Articulação entre funções econômicas e funções políticas do Estado burguês no capitalismo monopolista se uma possibilidade entre outras assentadas nas virtualidades objetivas deste estágio de desenvolvimento do capitalismo A sua realização é mediatizada pela correlação das classes e das forças sociais em presença. Com efeito, as alternativas sócias- políticas do capitalista monopolista, sem configurar um leque infinito, comportam matizes que vão de um limite a outro – do Welfare State ao fascismo.

1.2. Problemas sociais: entre o “público” e o “privado”.

Na era monopólica, o Estado altera suas funções. O giro que a organização monopólica da sociedade burguesa conferiu ao enfrentamento as refrações da questão social deriva da contínua, sistemática e estratégica intervenção estatal sobre elas. As seqüelas da ordem burguesa passaram a ser tomadas como áreas e campos que legitimamente reclamavam, e mereciam, a intervenção da instancia política que, formal e explicitamente, mostrava-se como expressão da coletividade. Por meio da questão social veio o reconhecimento de classe, cobrando respostas do Estado. A classe burguesa e trabalhadora se organiza. A contradição surgiu, pois os interesses não se coincidem.

Parece inconteste que o giro mencionado feriu efetivamente a programática liberal que acompanhou o desenvolvimento do capitalismo em seu período precedente e que se cristalizou como uma das mais paradigmáticas e resistentes construções ideológicas da burguesia. Sem entrar na discussão particular do relevo atribuído pelo ideário liberal à funcionalidade estatal, basta recordar que a própria consideração dos direitos sociais.

O fenômeno nada tem de enigmático. Por uma parte, a ordem burguesa supõe necessariamente que, o destino pessoal é função do indivíduo como tal; por outra parte, a criação, pela via de ações públicas, de condições sociais para o desenvolvimento dos indivíduos não exclui a sua responsabilização social e final pelo aproveitamento ou não das possibilidades que lhes são tornadas acessíveis.

O Estado passa a responsabilidade para o individuo. O que era público torna-se privado e posteriormente individual. Nesse momento, o capital na era monopólica ao mesmo tempo em que reconhece sua responsabilidade, coloca a culpa no outro. Ele converte a questão social em problema social afirmando que o feitor é o próprio indivíduo.

Focado no individual, o capital da um tratamento isolado da responsabilidade pela questão social. Assim, mostrando como questão psicológica e moral, culpando o sujeito. Expor as expressões da questão social como problema psicológico. A tendência a psicologizar a vida social, própria da ordem monopólica, é tão compatível com os processos econômico-sociais que o imperialismo detona quanto se manifesta adequada à sua reprodução – mas sobretudo se revela como um importante lastro legitimador existente.

A passagem da moralização da sociedade à individualização dos problemas sociais é um processo que enlaça, fornecendo tanto referências ideais quanto instrumentos operativos para implementar sob as óticas "pública" e "privada" a intervenção sobre as refrações da "questão social", a conexão nela estabelecida coloca, no patamar compatível com a dinâmica econômico-social e política da idade do monopólio. O "tratamento" dos afetados pelas refrações da "questão social" como individualidades sociopáticas funda instituições específicas - o que ocorre é a conversão dos problemas sociais em patologias social.

1.3. Os projetos decisivos dos protagonistas histórico-sociais.

Trato dos projetos societários em disputa na sociedade na época do Capitalismo Monopolista da burguesia, classe média e proletariado, esses últimos são os protagonistas histórico-sociais, sendo o objeto da nossa reflexão foi construída por eles, que no seu decurso se confrontaram com projeções e estratégias próprias e diferenciadas. Vão surgindo os sindicatos, greves a partir do momento em que os trabalhadores se reconhecem como classe e viram que estava sendo explorados. A questão social aparece quando os trabalhadores tomam consciência do pauperismo.

O proletariado em rápido processo de organização sindical e político-partidária (com estes dois níveis frequentemente se entrecruzando e confundindo) que protagoniza o cenário da sociedade burguesa entre a comuna de Paris e a Primeira Guerra Mundial. A visão dos trabalhadores é que sua exploração é fruto da ordem burguesa, então objetivo da classe é superar a burguesia. O projeto político-social do proletariado euro-ocidental se encontra nitidamente perfilado: é um projeto anticapitalista, referenciado por uma prospecção socialista e uma prática sindical classista.

A questão social é objeto de luta do trabalhador, sua classe se organiza e se revolta. A questão social é colocada no seu terreno especifico o do antagonismo entre o capital e o trabalho, nos confrontos entre seus representantes; como objetivo de intervenção revolucionária por agentes que se auto-organizam preocupados com a consciência dos fins e a ciência dos meios. A classe deixa de ser classe em si (sem consciência) tornando-se classe para si, ou seja, a massa. O protagonismo burguês tem desenvolvido o seu componente de direção e hegemonia, cumpre-lhe articular o projeto político-social que seja concorrente ao de seu aniversário e, simultaneamente, que atenda às exigências da nova dinâmica econômica. Um tal projeto não

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