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FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE DO TOCANTINS

Por:   •  7/6/2018  •  2.109 Palavras (9 Páginas)  •  293 Visualizações

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Acerca da divisão das raças e subespécies a revista eletrônica Brasil 247 (2012) afirma:

No século 18, o botânico sueco Carl von Linné criou o sistema de classificação dos seres vivos – ainda hoje utilizado – e estabeleceu o nome científico de Homo sapiens para a espécie humana. Mas, sem contrariar o pensamento dominante na época, dividiu a humanidade em subespécies de acordo com a cor da pele, o tipo físico e pretensos traços de caráter: os vermelhos americanos, “geniosos, despreocupados e livres”; os amarelos asiáticos, “severos e ambiciosos”; os negros africanos, “ardilosos e irrefletidos”; e os brancos europeus, “ativos, inteligentes e engenhosos”. Essa classificação da diversidade humana em “grandes raças” não só foi totalmente aceita como também serviu de base para classificações futuras, que alteravam a de Linné e oscilavam entre uma variedade que ia de três a 400 raças.

Há que se observar que nos dias de hoje o termo “raça” tem sido suprimida de forma sutil, derrubando antigos e enraizados conceitos. Sustentar a ideia de que a humanidade é composta por “raças” é legitimar discursos de ódio, exclusão e desigualdade.

No Brasil, país em que desde a sua formação a diversidade de povos é o alicerce do povo que somos hoje, índios, africanos, europeus compuseram as partes do grande mosaico que é a população brasileira atual. Não obstante, a ideologia eugênica e higienista nazista foi marcante na nossa história e em suas vítimas, segundo o historiador Sidney Aguilar Filho:

No Brasil do fim do século XIX e início do XX as teorias racistas, quase sempre, tinham fundamento “científico” no “lamarkismo–social”: o aperfeiçoamento da(s) raça(s) passaria(m) pela moralidade e por um progresso civilizatório que seria transmitido hereditariamente. Da mesma forma, a imoralidade e o regresso à barbárie também seriam transmissíveis às gerações futuras, criando assim uma relação direta entre moralização dos costumes e evolução das raças. Obviamente, para os lamarckista-sociais a moralidade e a civilização defendidas eram eurocêntricas. A transposição das teorias evolucionistas da Bioquímica para a História da Humanidade ganhou notoriedade e novas áreas do “conhecimento” se multiplicaram, dentre elas, o higienismo, o sanitarismo, a criminologia, a antropometria e a eugenia. Surgiu uma politécnica de “engenharias sociais” interligadas por pressupostos “científicos” que se mostraram com o tempo grosseiramente equivocados, os quais influenciaram as políticas estatais e os serviços públicos.

Em sua tese Aguilar defende que houve no Brasil nas décadas de 30 e 40 política estatal de segregação com fins de eugenia principalmente nas áreas da educação e saúde favorecendo a exploração do trabalho e uso da violência como práticas educativas de crianças e de adolescentes dando continuidade ao preconceito racial existente no Brasil, modernizando-o, através de fundamentos pretensamente científicos. As teorias racistas eram na maioria das vezes fundamentadas no “lamarkismo–social” em que o aperfeiçoamento das “raças” passariam pela moralidade e por um progresso civilizatório que seria transmitido hereditariamente. Aguilar afirma ainda que:

Na Europa industrializada e nos EUA as teorias raciais compuseram o ideário do

capitalismo imperialista de maneira mais intensa com a conquista do continente africano e asiático, aumentando conforme os massacres perpetrados exigiam explicação sobre o injustificável. A conquista e a escravização que no colonialismo moderno foram justificadas pela religião e pela guerra justa, a partir de meados do século XIX passaram a se firmar na ciência. A “natural dominação da raça mais evoluída” levando a “civilização e o progresso” aos “inferiores, bárbaros e primitivos”. A reprodução da ordem do “superior” serviu como ideologia da conquista, de instrumentos para a dominação política e para a exploração econômica. Nas três últimas décadas do século XIX, Inglaterra, França, Bélgica, Alemanha, Itália e os Estados Unidos da América disputaram para si a ideologia do povo evoluído com a missão divina de civilizar a humanidade.

O foco da pesquisa de Aguilar baseia-se na confirmação de que pessoas da elite brasileira simpatizantes da ideologia nazista, segregacionista, com a finalidade de manter a ordem burguesa vigente visava “limpar” a sociedade, eliminando os indivíduos que não enquadravam no modelo de sociedade civilizada, relegando-os aos trabalhos pesados, mão de obra barata para a manutenção de seus negócios.

Aguilar traz a tona acontecimentos até então escondidos pelo medo das vítimas que no interior de São Paulo foram escravizadas, maltratadas e, sobretudo com o respaldo do Estado. As vítimas, foco da pesquisa, eram crianças sob a tutela do estado do Rio de Janeiro e que foram submetidas à degradação, violência, tudo assegurado pela constituinte vigente na época.

A infância dessas crianças foram perdidas e marcadas não apenas pela falta de humanidade e sim pela convicção de que uma “raça superior” pode escravizar a outras, sem levar em consideração o papel que cada um de nós tem na historia.

Lévi- Strauss em a Raça e Historia, trata sobre a importância e sobre a contribuição das raças humanas para a civilização;

Falar da contribuição das raças humanas para a civilização mundial poderia assumir um aspecto surpreendente numa coleção de brochuras destinadas a lutar contra o preconceito racista. Resultaria num esforço vão ter consagrado tanto talento e tantos esforços para demonstrar que nada, no estado atual da ciência, permite afirmar a superioridade ou a inferioridade intelectual de uma raça em relação a outra, a não ser que se quisesse restituir sub-repticiamente a sua consistência à noção de raça, parecendo demonstrar que os grandes grupos étnicos que compõem a humanidade trouxeram.

A pesquisa de Aguilar expõe que o Brasil um país extremamente multicultural não ficou livre da força da Eugenia Nazista, e que apesar de toda diferença existente no Brasil, a desigualdade é extrema.

Segundo dados do censo realizado pelo IBGE no ano de 2010 que colheu dados sobre características gerais da população, religião e pessoas com deficiência apontam que apesar da predominância a população negra ainda sofre com a desigualdade racial. Comparando com os dados do censo do ano 2000, o percentual de pardos cresceu de 38,5% para 43,1% (82 milhões de pessoas) em 2010. A proporção

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