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A PRÁTICA DO SERVIÇO SOCIAL

Por:   •  29/3/2018  •  1.599 Palavras (7 Páginas)  •  266 Visualizações

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O profissional de Serviço Social enfrenta nas suas atividades o desafio de lidar com as questões sociais relativas á exclusão social. Desta forma quando o profissional insere em organizações ele vive um processo contínuo e dinâmico da ação e na produção de conhecimentos, buscando uma renovação profissional a partir de um projeto ético, em diferentes espaços organizacionais.

Para Carvalho (1999, p. 12), a gestão social é, em realidade, a gestão das demandas e necessidades dos cidadãos. A política social, os programas sociais, os projetos são não apenas canais dessas necessidades e demandas, mas também respostas a ela. O assistente social tem sido reconhecido como o profissional cuja formação aborda aspectos que o possibilitam reconhecer, analisar e dar significado às necessidades sociais apresentadas pelos usuários que demandam ações de análise, planejamento e intervenção.

Discutir política pública e social implica reconhecer os diversos papéis que o Estado assume principalmente o papel regulador da vida em sociedade. Vivemos uma tensão entre a defesa de direitos sociais e a mercantilização dos atendimentos sociais (Iamamoto, 2001). Em relação à tendência da refilantropização mercantilizada, não podemos perder de vista a legislação social.

Segundo Silva (2009), a Lei Orgânica da Assistência Social de 1993 e toda a legislação criada posteriormente a ela, mesmo a que regula a relação das ONGs, implantam a concepção de assistência social como direito. Assim, usuários são vistos como cidadãos, que requerem do estabelecimento de outro tipo de relação além do favor, da caridade e do assistencialismo. As ONGs precisam adequar-se ao novo marco regulatório. "A legislação social é em boa parte responsável por essa mudança cultural da assistência social" (Silva, 2009, p. 54).

A partir desse contexto, observa-se que as ONGs não são a sociedade civil. Na verdade, são expressões condensadas de relações sociais, econômicas, políticas e culturais circunscritas historicamente e que hoje aparecem hegemonicamente como canais por onde a sociedade civil, principalmente a massa pauperizada, está sendo atendida. Em suma, as ONGs, como parte da sociedade civil, o que nos leva a considerar que também são arenas de lutas e disputas de projetos societários.

Neste sentido, além de se constituírem em novos espaços de trabalho para os assistentes sociais, uma aproximação sobre a atuação dos profissionais de Serviço Social nas ONGs demonstra que este campo é bastante tensionado como são em regra os demais espaços de atuação dos assistentes sociais. Tendo em vista a perspectiva de abordagem adotada nesta dissertação, torna-se importante trazer para a reflexão sobre o trabalho dos assistentes sociais nas ONGs as questões que nortearam o percurso analítico até aqui empreendido.

3. CONSIDERAÇÕES FINAIS

O embate vivenciado pela profissão na época do Movimento de Reconceituação, onde se debatiam as perspectivas de prática tradicional, modernização conservadora e ruptura, ainda não se encerrou. Contudo, não são poucos os profissionais que atuam sob a perspectiva de viabilização de direitos, conscientização de responsabilidades, produção de conhecimento e socialização de informações; apontando possibilidades para que o cidadão usuário de seus serviços seja atendido e também em sua possibilidade de emancipação. Isto significa que a profissão avança em direção ao fortalecimento de uma identidade profissional pautada na competência teórica e prática.

Pode-se observar que o Serviço Social é fruto de um intenso debate, contradições e inovações dentro do contexto histórico brasileiro, sobretudo sob influência europeia. Na década de 30 em um contexto de conflitos e tensões nas relações sociais entre a classe burguesa e proletariado, houve a necessidade de uma alternativa para o enfrentamento da questão social. Enquanto a exploração de uma classe sobre a outra se tornava cada vez maior, o Estado ao reconhecer a necessidade de intervenção, para não perder o controle, concede algumas Políticas Sociais. Para isto, faz-se necessário um profissional capacitado que fosse gestor das mesmas e que trabalhasse, sobretudo em função da consolidação do capitalismo e que pudessem mediar as relações entre essas duas classes como forma de manutenção do poder.

Com o reconhecimento da profissão na divisão social e técnica do trabalho, e da pressão sofrida pela sociedade que exigia um posicionamento profissional, o Serviço Social percebe a necessidade de um novo olhar a sua pratica profissional, dando maior atenção a suas bases teóricas e metodológicas. Isto ocorre a partir de avanços em estudos acadêmicos, qualificação, pesquisas dando-lhes um olhar critico da realidade social, embasando-se na teoria social critica de Karl Marx, que representou uma inovação na prática profissional seguindo alguns parâmetros como a Lei que regulamenta a profissão, o Código de Ética e as Diretrizes Curriculares, que juntos formam o Projeto Ético-Político da profissão, guiados para a construção de uma nova ordem societária.

A partir daí os profissionais assumem um novo direcionamento, não mais mediadores de conflitos, mas sim, executando, elaborando, supervisionando e avaliando estudos, pesquisas, planos e programas na área do serviço social, e principalmente atuando frente às expressões da questão social, na consolidação de seu Projeto Ético-Político, e na efetivação da garantia de direitos sociais.

4 – REFERÊNCIAS

FRAGA, Cristina Kologeski. A atitude investigativa no trabalho do assistente social. Revista Serviço. Social e Sociedade.

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