A GESTÃO SOCIAL
Por: Kleber.Oliveira • 20/11/2018 • 2.687 Palavras (11 Páginas) • 391 Visualizações
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Apesar de ser um tema pouco debatido pela população em geral, muitos vem a fazer uma leitura de sua significação como sendo uma gestão voltada para o social. Singer (1999) afirma que gestão social diz respeito às ações que intervêm nas diferentes áreas da vida social para a satisfação das necessidades da população. Ele propõe que a gestão social seja viabilizada através de políticas e práticas sociais articuladas e articuladoras das diversas demandas.
França Filho (2003, 2008) explica a diferença entre gestão pública, gestão privada e gestão social, fazendo uma comparação, entre os conceitos para compreendê-los. Neste sentido, a gestão social é entendida pelo autor em duas perspectivas, como processo e como fim. Enquanto problemática de sociedade, ou seja, a gestão social enquanto fim (nível macro) se aproximaria da gestão pública, pois ambas buscam atender às demandas e necessidades da sociedade. Entende-se que a gestão das demandas da sociedade pode acontecer para além do Estado, via sociedade. Por outro lado, a gestão social enquanto processo, vista como uma modalidade específica de gestão (nível organizacional) busca "subordinar as lógicas instrumentais [típicas da gestão privada / estratégica] a outras lógicas, mais sociais, políticas, culturais ou ecológicas" (FRANÇA FILHO, 2008, p. 30).
Contudo o termo gestão social sugere que as demandas e necessidade do social podem partir da própria sociedade, através das suas mais diversas formas e mecanismos de auto-organização, e não só do Estado. Portanto, na prática seria comum organizações sociais que incorporam uma lógica instrumental nas suas ações de gestão.
[Gestão social] corresponde então ao modo de gestão próprio às organizações atuando num circuito que não é originariamente aquele do mercado e do Estado, muito embora estas organizações entretenham, em grande parte dos casos, relações com instituições privadas e públicas, através de variadas formas de parcerias para consecução de projetos. Este é o espaço próprio da chamada sociedade civil, portanto uma esfera pública de ação que não é estatal (FRANÇA FILHO, 2008, p. 32).
Segundo o Dicionário Infopédia Gestão significa utilização racional de recursos em função de um determinado projeto ou de determinados objetivos; e social significa algo pertencente ou respeitante à sociedade.
2.1 Princípios da Gestão Social: descentralização, participação social e intersetorialidade
A intersetorialidade se anuncia como uma das formas de operacionalização da gestão social viável que se apoia em uma articulação possível entre os diversos atores sociais (gestores, técnicos e usuários).
a estratégia intersetorial, com a efetivação de trabalhos simultâneos para obtenção de resultados integrados, nos remete ao trabalho em rede, com a interconexão dos atores envolvidos visando assim intervenção propositiva frente aos complexos problemas sociais contemporâneos.
O conceito incorporado na análise da gestão social, se fundamenta com a descrição de Maia (2005):
[...] um conjunto de processos sociais com potencial viabilizador do desenvolvimento societário emancipatório e transformador. É fundada nos valores, práticas e formação da democracia e da cidadania, em vista do enfrentamento às expressões da questão social, da garantia dos direitos humanos universais e da afirmação dos interesses e espaços públicos como padrões de uma nova civilidade (MAIA, 2005, p. 78 ).
O enfoque interdisciplinar estabelece uma estratégia para aplicar este pensamento na operacionalização da gestão social, que requer envolvimento do ser social, participação, diálogo, comunicação, transparência, dentre outros elementos.
A interdisciplinaridade e a intersetorialidade são, também, características importantes dos programas de apoio sócio-familiar, que devem articular diferentes políticas sociais básicas – em especial a saúde, a assistência social e a educação – e 4 manter estreita parceria com o SGD,2 sem prejuízo do envolvimento de políticas como habitação, trabalho, esporte, lazer e cultura, dentre outras (BRASIL, 2006, p. 39)
A intersetorialidade apresenta-se como uma perspectiva inovadora na política pública para a condução e operacionalização dos serviços ofertados, e para a reorganização da gestão, viabilizando uma nova relação entre o munícipe e os gestores, considerando-se as peculiaridades locais e o envolvimento dos seres sociais que compõem as tramas dessas relações, trazendo sua singularidade e subjetividade, implicados como sujeitos no processo de participação e descentralização das políticas implantadas. E a partir da efetivação dos processos sociais, podemos almejar a condução de um novo projeto societário, como senso de responsabilidade, de compartilhamento, parceria, envolvimento, articulação, cooperativismo, interface, conexão, participação, diálogo, trabalho em rede, integração, dentre outros.
A intersetorialidade necessita de diálogo, envolvimento, interface, conexão, participação, e isso supõe articulação em rede. Uma estratégia primordial dá-se por meio do diagnóstico ou mapeamento da rede por permitir que se desenvolva o conhecimento transversal dos possíveis envolvidos no processo para a implementação da intersetorialidade.
3. O Trabalho do Assistente Social enquanto gestor
A Gestão Social é um campo de atuação para o profissional formado em Serviço Social, ele é responsável pela elaboração, implementação e avaliação de programas e projetos sociais realizando diagnóstico para atuar nas diversas expressões da questão social que são apresentadas, desvelando a realidade desses sujeitos buscando apresentar respostas profissionais sustentáveis para transformar essa realidade, como também buscar a efetivação de seus direitos, as atribuições do gestor são diversas pôs ele pode trabalhar em várias áreas como educação, habitação, saúde, poder judiciário e empresas públicas e privadas, no entanto, para que essas respostas sejam eficazes devem ser construídas a partir de três elementos fundamentais na gestão social que são o planejamento, a execução e a avaliação.
O planejamento ou gestão propositiva que envolve o processo de formulação das políticas; a execução que é a efetivação das ações que foram planejadas e a avaliação que ocorre por meio de indicadores de avaliação que buscam conhecer os impactos e os resultados obtidos pela política, por isso e muito importante
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