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A DIVERSIDADE RELIGIOSA

Por:   •  7/12/2018  •  2.892 Palavras (12 Páginas)  •  371 Visualizações

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Todavia, devemos engendrar o respeito à diversidade, sendo fundamental valorizar cada pessoa, independente de qual religião pertença, tendo consciência de que cada uma teve e tem sua contribuição ao longo da história.

Segundo Gadotti (1992, p. 21), “A escola que se insere nessa perspectiva procura abrir os horizontes de seus alunos para a compreensão de outras culturas, de outras linguagens e modos de pensar, num mundo cada vez mais próximo, procurando construir uma sociedade pluralista. Contudo para vivermos democraticamente em uma sociedade multicultural, é preciso conhecer e majoritariamente compreender e buscar respeitar as diferentes culturas que a constituem.

Talvez a grande dificuldade atual da humanidade esteja em entender que, ser humano é entender que a diversidade leva à unidade, que a unidade leva à solidariedade, que a solidariedade leva à igualdade, que a igualdade leva à liberdade, que a liberdade leva à diversidade. (BOURDOUKAN, apud Cadernos da EJA – Diversidades e trabalho. 2007, p. 26 e 27).

A vida em sociedade é repleta de paradigmas, sendo esses ligados ao pensamento conservador patriarcal, logo, a erradicação do conservadorismo é o caminho que, obviamente levaria a superação da exclusão de religiões ditas “estranhas”, e é cabível ressaltar que em estado laico não deveria haver estranheza aos movimentos subjetivamente diferentes que majoritariamente são elencados e apregoados em vários e vários setores da sociedade, entre eles a própria escola.

É possível deduzir portanto que, persiste-se em aplicar o ensino religioso nas escolas públicas sendo o Estado laico, seria fundamentalmente a apropriação de uma metodologia condizente com a posição do Estado, em outras palavras, a disciplina de religião assumiria a missão de elucidar a visão dos alunos no que toca a diversidade cultural e religiosa, visto que a laicidade do estado pressupõe a proteção à posição religiosa de cada aluno(cidadão), e a aplicação de uma disciplina voltada para a proclamação de uma única religião fere constitucionalmente o direito dos que tem uma posição diferente.

A liberdade religiosa é um dos direitos fundamentais da humanidade, como afirma a Declaração Universal dos Direitos Humanos (1948) em seu art. XVIII: Toda pessoa tem o direito à liberdade de pensamento, consciência e religião; este direito inclui a liberdade de mudar de religião ou crença e a liberdade de manifestar essa religião ou crença, pelo ensino, pela prática, pelo culto e pela observância, isolada ou coletivamente, em público ou particular. (NAÇÕES UNIDAS, 1948.)

A própria Constituição Brasileira (1988) em seu art. 5º, inciso VI diz: “É inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e as suas liturgias.” (BRASIL, 1998, p. 5). É preciso cuidar para que não seja realizado dentro da escola discriminação quanto as diversidades religiosas existentes mantendo equilíbrio e imparcialidade, em busca da promoção do respeito pelo outro e a “celebração” da diversidade.

No que toca o ensino religioso nas escolas públicas como colocado no Art. 210 § 1º: “O ensino religioso, de matrícula facultativa, constituirá disciplina dos horários normais das escolas públicas de ensino fundamental. ”, pergunta-se, qual religião deve ser ensinada? Se estado laico é um estado sem religião, ensinar religião A ou B seria despir alunos ligados a religiões C e D do direito previsto na própria constituição federal, e que, por sua vez a abnegação dessa violação dar-se-ia somente pela admissão de uma forma de ensino que abordasse não uma religião exclusiva, mas, a diversidade como forma de enriquecimento intelectual e humano no que diz respeito a crença.

O Estado não pode criar obstáculos para a divulgação dos ensinamentos das religiões. Religião e privacidade e ninguém deve ser obrigado a declarar sua religião ou ausência dela para quem quer que seja.

É preciso que todos tenham clareza de que sempre vai haver diferenças, e que independente de qual religião se pertença o respeito será sempre a melhor atitude a ser tomada.

Segundo o Portal do MEC, o conceito de diversidade leva em conta as diferenças históricas, culturais, sociais e econômicas do povo brasileiro que se refletem dentro das salas de aula. E que atualmente, as políticas educacionais do Ministério da Educação buscam assegurar o direito de aprender a todos sem prejuízo da valorização das especificidades de cada um, balizadas pelo princípio da equidade.

Boa parte das aproximações entre pessoas e as diversas religiões partem de princípios ligados a questões familiares, históricas e culturais, isso nos permite entender, que baseado no conceito antes apresentado, que as aulas de religião, apresentando uma única proposta de religião, golpeiam efetivamente a proposta de equidade tornando-a contraditoriamente ineficiente e falha.

Todos devem garantir a liberdade religiosa. Viver numa sociedade multicultural como a brasileira é respeitar o outro nas suas mais diversas dimensões, inclusive a religiosa, não importa que a religião do outro seja diferente da nossa, deve-se respeitá-la do mesmo modo, sem impor uma forma de pensar ou sentir a religião.

1.2. Perspectiva do Assistente Social com base no projeto ético político dos profissionais de Serviço Social

O profissional de Serviço Social, inserido na escola, não desenvolve ações que substituem aquelas desempenhadas por profissionais tradicionais da área de Educação. Sua contribuição se concretiza no sentido de subsidiar, auxiliar a escola, e seus demais profissionais, no enfrentamento de questões que integram a pauta da formação e do fazer profissional do/a Assistente Social, sobre as quais, muitas vezes a escola não sabe como intervir.

Assim, a intervenção do assistente social é uma atividade veiculadora de informações, trabalhando em consciências, com a linguagem que é a relação social (MARTINELLI, 1998), que estando frente às mudanças sociais, pode desenvolver um trabalho de articulação e operacionalização, de interação de equipe, de busca de estratégias de proposição e intervenção, resgatando-se a visão de integralidade e coletividade humana e o real sentido da apreensão e participação do saber, do conhecimento.

O/a assistente social é, como bem sabemos, um profissional que luta inexoravelmente pela concessão e efetivação dos direitos sociais, e o seu projeto ético-político está vinculado ligado a Ascenção

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