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Por: Jose.Nascimento • 1/11/2018 • 4.234 Palavras (17 Páginas) • 500 Visualizações
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No decorrer do trabalho, perceberemos a evolução histórica da inclusão de indivíduos portadores de necessidades especiais em nosso sistema de ensino e sociedades, verificaremos que a inclusão sempre foi tarefa árdua e dependente da boa vontade dos pais, professores e sociedade.
Porém, para que a aprendizagem e a inclusão aconteçam de fato devemos refletir, debater e reformular, de maneira consciente, o dia a dia educativo e sua prática, criando experiências que colaborem significativamente para o desenvolvimento e a aprendizagem dos portadores de necessidades especiais, permitindo a sua inserção ativa na sociedade.
Assim, a primeira parte do trabalho aborda o processo para a inclusão escolar dos portadores de necessidades especiais na escola regular no Brasil e suas dificuldades, já em sua segunda parte o trabalho traz uma discussão sobre a importância da participação dos pais e da escola, bem como as barreiras encontradas para a construção de espaços inclusivos e por fim, e por fim discute a problemática da formação de professores para uma escola
inclusiva e as adaptações curriculares para a inclusão dos portadores de necessidades especiais na escola regular.
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- REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
Foi ao longo do século XIX que os brasileiros interessados na questão da educação especial começaram a se organizar para o atendimento às pessoas com deficiência, pois até então, os alunos com necessidades especiais, durante muito tempo, foram considerados como incapazes de acompanhar o processo educativo, ainda que no Brasil-Império houve algumas tentativas de inclusão, conforme o documento “Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva”, elaborado pelo MEC/SEESP (BRASIL, 2008).
No Brasil, o atendimento às pessoas com deficiência teve início na época do Império, com a criação de duas instituições: o Imperial Instituto dos Meninos Cegos, em 1854, atual Instituto Benjamin Constant – IBC, e o Instituto dos Surdos Mudos, em 1857, hoje denominado Instituto Nacional da Educação dos Surdos – INES, ambos no Rio de Janeiro. No início do século XX é fundado o Instituto Pestalozzi (1926), instituição especializada no atendimento às pessoas com deficiência mental; em 1954, é fundada a primeira Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais – APAE; e, em 1945, é criado o primeiro atendimento educacional especializado às pessoas com superdotação na Sociedade Pestalozzi, por Helena Antipoff. (BRASIL, 2008, p.02).
Porém, enquanto ainda não haviam os institutos acima citados, os indivíduos que portavam qualquer tipo de necessidade especial estes eram separados da sociedade,e obrigados a viverem em confinamentos, viviam exclusos e sem tratamento adequado, a cultura era tão pobre quanto como se deveria lidar com pessoas com necessidades especiais que para sociedade era muito mais fácil considerar estes como pessoas possuídas por maus espíritos e alegar que não poderiam conviver com pessoas normais.
Ainda acompanhando a linha de estudo de Arlete Aparecida Bertoldo Miranda acerca do tema, entre os séculos XVIII e XIX os indivíduos que
apresentavam necessidades especiais continuaram sendo separados do convívio social fora somente no século XX que foram criadas e desenvolvida escolas que ofereciam uma educação especial voltada para os portadores de necessidades especiais. Porém o avanço em direção a integração social desses indivíduos somente ocorreu em 1970, que tinha como objetivo a integração das pessoas portadoras de necessidades especiais integrado-os socialmente a indivíduos que não possuem necessidades especiais. (MIRANDA, 2003, p.02)
Com o passar do tempo e o desenvolvimento social e moral da sociedade, diversos estudos apontam o que é, e como deve ser educada uma pessoa com necessidades especiais e também quem são essas pessoas e o tipo e grau de sua deficiência, se faz necessário observar que o educador especial deve ter treinamento especifico para saber lidar com os individuo portador de necessidades especiais assim Mônica de Carvalho Magalhães Kassar nos alerta:
A educação especial tem sido vista como qualitativamente diferente da educação. Podemos mesmo dizer que parecem existir dois tipos de educação: a educação e a educação especial. Essa distinção parece tão óbvia que podemos percebê-la simplesmente observando alguns aspectos, como por exemplo, a existência de cursos específicos para a formação de professores, ou curso em nível de pós-graduação que tratam especificamente da questão educação especial. (KASSAR, 1995, p.15).
A Organização das Nações Unidas (ONU), trás na “Declaração dos Direitos das Pessoas Portadoras de Deficiências”, de 09 de dezembro de 1975, que o portador de deficiência é aquele que:
O termo “pessoas deficientes” refere-se a qualquer pessoa incapaz de assegurar por si mesma, total ou parcialmente, as necessidades de uma vida individual ou social normal, em decorrência de uma deficiência congênita ou não, em suas capacidades físicas ou mentais. (ONU, 1975, p.01)
Devemos entender que os portadores de necessidades especiais, possuem os mesmos direitos que um cidadão comum e também os mesmos sentimentos, ocorre que por algum obstáculo físico ou mental não podem realizar certas tarefas que pessoas normais realizam, mas são pessoas que assim como as outras sentem, criam e raciocinam. Mas o direito a educação também lhe são devidos.
Porém, durante muito tempo, os direito conquistado pelos portadores de necessidades especiais tinham apenas um caráter assistencial, até porque levou-se muito tempo para que os mesmos fossem aceitos na sociedade como pessoas que apenas portam certo tipo de limitação e não invalidez total.
A educação especial deixou de ter caráter assistencial somente em meados do século XX, pois com a evolução moral da sociedade, verificou-se a necessidade de se estender a educação aos portadores de necessidades especiais para que estes passassem a integrarem e conviverem com a sociedade, assim entende Regina L. Garcia:
A integração é um fator predominante na relação desenvolvimento/aprendizagem. É através de suas inter-relações sociais com as outras crianças que se desenvolve culturalmente e individualmente. Por ser basicamente um ser social, a criança necessita do outro para o seu desenvolvimento e aprendizagem. (GARCIA, 1997, p.89).
As primeiras tentativas
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