Resenha de Libras

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A autora destaca ainda as dificuldades enfrentadas por surdos com maior nível de gravidade, pois para estes, além de serem vistas como pessoas deficientes, são vistas também como incapazes. A autora aponta como um dos fatores de ordem sociocultural o aspecto orgânico. Este aspecto vem de uma tradição clínica que buscava utilizar procedimentos terapêuticos o que desconsidera suas implicações culturais da comunidade surda.

Como forma de reverter esse panorama a autora afirma que é necessário transformas as escolas em instituições que viabilizem um ensino onde o conteúdo impulsione a independência intelectual, possibilitando-o de participar da sociedade de maneira crítica, e não apenas de se adaptar a ela.

No terceiro e último critério apresentado pela autora, a mesma trata sobre a relação conteúdo-cultura surda. O resgate aos conteúdos escolares traz a necessidade de contextualizar considerando o que é particular e o que é geral, ou seja, o que é individual do que é coletivo. Para a cultura surda, este apresenta particularidades específicas que os diferem dos demais grupos. Para este a maior particularidade está no meio de se comunicar que é realizada de maneira visual e gestual. O estudo de sua organização leva a possibilidade de adequar os procedimentos a estruturação curricular cultural de maneira mais efetiva vislumbrando resultados mais positivos em suas ações.

A autora defende as iniciativas de agrupamentos por meio de associações entre pessoas surdas como forma de fortalecimento, promoção e preservação de sua cultura. Por meio das associações é que os surdos podem contribuir para um novo modelo escolar que ainda se encontra direcionada por ouvintes. Redirecionando os rumos da escola, está por sua vez poderá se organizar de maneira mais eficiente atendendo aos anseios da comunidade surda.

Por meio da presente obra de Ana Dorziat, é possível compreender um pouco a respeito das discussões voltadas a inclusão de surdos em escolas regulares. A inclusão, mesmo baseada no envolvimento entre sujeitos surdos em um espaço próprio, só se desenvolve de maneira eficiente se ela for pensada de maneira organizada, planejada tendo como base ações que propiciem o desenvolvimento crítico e transformador do sujeito surdo dentro da sociedade.