Resenha: Documentário Morro dos Prazeres

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Se há uma implantação de uma Unidade Pacificadora, que veio com o intuito de resgatar esses valores sociais e aproximar “essa ilha” esquecida do continente, sem uma “ponte” adequada, como relato do próprio morador, que diz ser fundamental, um estudo aprofundado do local e conhecer a sua verdadeira cultura e valores que eles preservam por gerações e gerações, fazendo com que, essa comunidade permaneça com sua identidade histórica. E se isso não é valorizado e colocado em prática, fica muito difícil alcançar um objetivo mínimo.

E mais uma vez, vemos um belo exemplo de uma senhora, com todas as suas limitações e dificuldades de acesso a sua casa, consegue com maestria, demonstrar a felicidade num simples gesto daqueles que de alguma forma se empenham para ajudá-la.

Esse pensamento em prol do coletivo que é visto no documentário, por todos os moradores da comunidade, algo cultural e que deve ser respeitado e preservado, pois só assim, é possível amenizar todos os problemas enfrentados por todos os moradores.

Mas afinal, o que mudou com a chegada da UPP no morro dos prazeres? Difícil enumerar os benefícios trazidos pela implantação da Unidade Pacificadora, haja vista que o próprio documentário nos revela que ainda existe a violência dentro da comunidade e que também é possível constatar a venda e circulação de drogas dentro da comunidade.

E tudo isso, faz com que esses laços de violência perdurem constantemente dentro da comunidade. Será que essa política adotada está fadada ao fracasso?

Provavelmente sim, pois se ainda existir essa barreira e distanciamento dos policiais com a comunidade, não será possível torná-la um lugar mais pacifico e digno de moradia.

O documentário aponta o assassinato de uma policial, fruto de confronto entre policiais e moradores, e que não deveria existir, pois a forma ostensiva adotada pelos policias dentro da comunidade, só cresce mais ainda esse ódio constante que os moradores tem contra os policiais.

Talvez uma forma educativa, com a implantação de palestras e conscientização, tornaria a comunidade mais próxima e confiante daqueles que chegaram para levar a paz e segurança para o local.

Enfim, o documentário Morro dos Prazeres, que retrata a implantação da UPP e a presença constante de policiais na suas rotinas diárias de abordagem e revistas de moradores, não consegue alcançar uma finalidade satisfatória por parte de todos dentro da comunidade.

E acaba por refletir a carência e perda de finalidade por parte do foco central, que é resgatar o convívio social, levar o esporte, a educação, o lazer, a esperança de oportunidades, de qualificação de jovens que não tem se quer, uma chance de trilhar um caminho de sucesso.

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