RESENHA DO LIVRO : EDUCAÇÃO E MUDANÇA
Por: Rodrigo.Claudino • 16/5/2018 • 2.030 Palavras (9 Páginas) • 282 Visualizações
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Capítulo 2 – A educação e o processo de mudança social.
A educação não se resume aos estudos acadêmicos, mas está diretamente ligada à superação das de necessidades humanas. Paulo Freire aborda a temática não só como se estivéssemos no ambiente escolar, mas o tema é abordado de forma ampla para a vida em sociedade. A Educação está ligada à informação, sem limites ou parâmetros. O homem se educa para sua profissão. Neste cenário o autor acrescenta a questão da reforma agrária como tópico de necessidade nacional. Todos os homens precisam ter acesso à terra, pois é dela que vem tudo que todos os homens precisam para viver. Na questão da reforma agrária está também a identidade da sociedade brasileira, onde nos anos 80, ou hoje a terra é para poucos.
O homem é um ser que nunca atinge uma formação completa, pois busca sempre conhecer mais, este é o seu papel na sociedade ou no meio participa. Cabe a cada individuo informar-se e formar-se para colocar à disposição de sua comunidade todo seu conhecimento, assim todos os conhecimentos de todos os indivíduos, somados possam formar uma correte e para que esta corrente de conhecimentos traga estruturas suficientes para produzir transformação.
As necessidades de cada sociedade agem como mola propulsora no processo de mudança social, pois são coletivas e, portanto, precisam de um esforço coletivo de soluções. Para iniciar este processo é necessário que os indivíduos se coloquem à princípio como espectadores observando sua comunidade e detectando seu lugar neste ambiente e através desta observação possa posicionar-se como agente neste meio e através de suas ações possa adquirir condições de proporcionar mudanças pessoais e sociais. Para que este processo de autoconhecimento e disposição aconteça é necessário que este individuo demostre interesse em agir em prol do coletivo tendo ciência de que o coletivo é na verdade o individual de forma macro e que neste processo de agir no coletivo lhe trará imensos benefícios individuais.
A sociedade quando não gera benefícios em seus pequenos grupos fica à mercê somente das leis genéricas ditadas pelo Estado (jurisprudência), mas quando em pequenos grupos nos mobilizamos e a nossa sociedade particular é capaz de impulsionar verdadeiras mudanças sociais.
O autor também trata da questão da reforma agrária como sendo uma questão não somente nacional ou institucional, da qual toda estrutura cultural está interligada por Paulo Freire, a questão da reforma agrária é primordial para desarticular o organograma social instituído pela sociedade capitalista, onde as pessoas são separadas pelo capital adquirido. Na sociedade proposta por Freire não há detentores do saber, mas educandos todos somos educandos caminhando na mesma proposta social.
Capítulo 3 – O papel do trabalhador social no processo de mudança.
Para Paulo Freire as palavras tem seu valor individual cada uma com sua própria importância, mas nenhuma mais ou menos importante que a outra , todas complexamente envolvidas no contexto do texto, assim, a construção de uma frase é na verdade o desenho do mapa mental do texto.
A contextualização dá-se através da análise literal dos vocábulos que compõem a questão bem como a estruturação crítica em confronto ao tempo, ou seja, o momento político do leitor. Ainda hoje passados quase quarenta anos o texto é atual e necessário.
É preciso resgatar nas estruturas sociais o compromisso profissional ou seja o homem ativo, ágil, interativo em sua comunidade. O objetivo principal do homem comprometido é manter acessa a chama do compromisso , é instruir-se , informar-lhe e transmitir seus conhecimentos de forma a envolver-se e envolver sua comunidade no compromisso social e coletivo de enriquecer as relações sociais afim de perceber-se no meio e assim desenvolver constantemente ações que proporcionem desenvolvimento coletivo.
O trabalho não pode ser apenas um recurso para conseguir recursos afim de consumir bens e serviços. O trabalho deve assumir para cada um dos indivíduos ativos na comunidade um papel social onde cada função ou ação realizada possa contribuir para a comunidade, para a coletividade, neste mecanismo o trabalho, deve ser sempre realizado com responsabilidade e profissionalismo para que possa gerar benefícios, daí a importância de que cada profissional se apresente de capacitado para exercer a função a que se propõe.
O trabalhador social é este indivíduo, informado, formado e comprometido que possibilita reverter seu trabalho. Para este trabalhador suas ações ainda que vinculadas à um processo trabalhista de contrato econômico podem gerar de maneira singular, mudanças em sua comunidade. A cultura desta comunidade, torna ampla, pois passa a ser a representação dos saberes individuais, porém com domínio público, esta cultura é fruto do trabalho, pois o trabalho é toda ação individual que gera benefício coletivo. Não há trabalho que não seja útil ou que não produza elementos novos à cultura. O trabalho é ação humana, por isso, gera mudança. Paulo Freire neste aspecto enfatiza “ Cultura no sentido que aqui nos interessa, é tanto um instrumento primitivo de caça, e guerra, como o é a linguagem ou a obra de Picasso”(pág31)
Capítulo 4 – Alfabetização de adultos e conscientização.
Paulo Freire relata neste capítulo do livro sua experiência com alfabetização.
Ao registrar sua experiência, o autor revela uma pedagogia da palavra, livre, onde não há educandos ou educadores, mas pessoas que trocam diferentes saberes. Este é o legado que é apresentado neste momento da obra.
O homem é um ser pré- destinado ao saber, e em suas relações sociais, aprende. Deste o início de sua vida social, no menor dos núcleos sociais que é a família, o ser humano aprende sem parar, observando, agindo e interagindo. Desenvolvendo cultura e acumulando saberes. Porém este ser, fruto de ricas relações nunca encontra-se acabado, nunca chega seu destino, que é o saber, antes troca saberes e deseja adquirir outros saberes. Todo homem adquiri cultura, ou seja, saberes o tempo todo, com todos com quem ser relaciona, pois é um ser social e vive em sociedade.
O tempo cronológico não é o tempo do saber. O saber é adquirido de forma individual, por um metabolismo individual capaz de incorporar cada saber de uma forma e transformá-lo em uma mudança, também individual, mas que enriquece o coletivo. Não há prazo para o aprendizado, não há tempo
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