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O TRABALHO NA ESCOLA, A EXPLORAÇÃO DO PROLETARIADO E A OBSOLESCÊNCIA PROGRAMADA Priscila Zorzan

Por:   •  4/2/2018  •  2.381 Palavras (10 Páginas)  •  291 Visualizações

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A divisão manufatureira cria uma organização social do trabalho, dando uma nova força produtiva do trabalho. A manufatura como forma capitalista é um método de adquirir mais valia através do trabalhador, criando uma “riqueza social”, cria força produtiva para o capitalista e não para o trabalhador, deformando a produção individual.

Carvalho acredita que com a industrialização o trabalho manual foi separado do intelectual. E para que haja mais lucros é necessário um controle produtivo, ou seja, é preciso economia de tempo do trabalhador e aumento da produtividade. Assim as mudanças no trabalho passaram a ser produção em série. No momento em que predomina o taylorismo/fordismo, Fayol estabelece alguns princípios para a organização de qualquer tipo de empresa, sendo a divisão do trabalho e a especialização dos empregados, algumas delas. Com isso, haviam vários trabalhadores num único local, cada um com uma única tarefa, onde o trabalhador deveria saber fazê-la o mais rápido possível e com habilidade.

Sobre isto, Tonet ressalta que a separação do trabalho manual do intelectual gera a dominação, pois o proletariado não tem acesso ao conhecimento de todo o processo de produção.

Com a indústria, também surgiu, na década de 20, a obsolescência programada, pois com as máquinas a capacidade de produção era muito maior. Esse termo consiste em afirmar que os objetos e materiais devem ter uma vida útil mais curta, então há a necessidade de que o consumo aumente. A partir dos anos 50, esse termo é usado pela primeira vez nos EUA, no qual também afirmavam que as pessoas estavam consumindo maior número de produtos para satisfazer a própria vontade. Os donos de indústrias e os próprios empregados também eram a favor da vida útil dos objetos, pois os fabricantes ganhariam cada vez mais, e os trabalhadores tinham seu emprego garantido.

A obsolescência programada faz com que os recursos naturais sejam utilizados de forma errada, pois eles têm limite. Essa produção ocorre nos países desenvolvidos, nos quais as pessoas não arrumam os materiais, mas os descartam para os países subdesenvolvidos. Estes, por sua vez, tentam recuperá-los, mas muitas vezes são apenas lixos descartáveis dos países de primeiro mundo.

Os “resíduos” que a natureza produz, servem para alimentação e adubo de outros seres vivos. A proposta agora é para que a indústria comece a funcionar como a natureza, e que seus resíduos possam ser reaproveitados.

A escola antiga incentivava a produção de produtos que tivessem longa duração, mas com a escola nova, isso não foi mais possível, pois ela defendia essa produção com vida útil já programada.

O trabalho na Escola

Tonet afirma que, é necessária a efetivação de uma pedagogia que faça a ligação entre teoria e prática. Sendo assim, é a classe trabalhadora que deve lutar pela superação do capitalismo, pois é ela que produz toda a riqueza material, por meio de seu trabalho.

Porém, Carvalho mostra que no Brasil ainda não há uma educação de qualidade. E isso é por causa da má organização e administração pedagógica e política. Deve-se assumir um papel de administração onde a participação e o compartilhamento de responsabilidades do poder seja essencial. Assim, a cooperação e autonomia são indispensáveis para um bom trabalho. Mas essa cooperação é apenas aparência.

Ainda segundo Carvalho, a escola é vista como interesse de todos, onde entram em um acordo através da democracia. Os programas de mudanças, dizem que a escola deve ter uma reforma na administração, sendo dirigidos como cliente/consumidor. Assim haveria mais qualidade. Então, uma boa administração teria soluções para problemas socioeconômicos.

Mas não dá para deixar de lado que a democracia só ocorrerá quando materiais e cultura estiverem ao alcance de todos. A real administração democrática na escola é muito mais que apenas a participação dos trabalhadores, é o fim da divisão do trabalho, é a democracia na sociedade em geral.

Carvalho explica que com o surgimento da divisão do trabalho a escola também mudou sua organização, respondendo a essas necessidades, tendo leis rigorosas, divisão do trabalho, hierarquia, especialização, entre outros.

Em relação a esta inserção do trabalho na escola Pistrak (2000), diz que, em primeiro lugar é necessário entender como se deu este processo. Sustenta que antigamente, na concepção pedagógica a metodologia utilizada apresentava os conceitos também por meio de trabalhos manuais. Assim, relacionava-se trabalho e conhecimento científico. A outra concepção era de que qualquer trabalho manual que se adaptasse ao projeto de ensino servia de base para este. Mas a causa do fracasso escolar, nestes dois casos, ocorria, porque, ao invés do trabalho manual ficar submetido ao ensino, era o ensino que se adaptava aos trabalhos manuais apresentados. A terceira concepção separa o trabalho e o conhecimento científico. Afirma que o trabalho manual é importante para a educação.

Shulgin (2013), afirma em seu texto, que aborda um conteúdo referente à escola dos pioneiros (na Rússia), que o trabalho é necessário à vida. Então sustenta que, é necessário que na escola o trabalho seja efetivo. Isso ocorre porque é através do trabalho que se constrói a cultura e desenvolvimento de determinada sociedade. Porém, é preciso levar em consideração as capacidades de cada indivíduo, e respeitar a idade e individualidades dos sujeitos, porque se o trabalho realizado por estes for prejudicial à saúde, o trabalho tornar-se-á inútil, pois perderá o seu resultado, que é a qualidade de vida.

Sobre isto Pistrak (2000), afirma que, o trabalho dentro das escolas deve ser algo equilibrado. Não se pode explorar as crianças, fazendo-as realizar um trabalho exaustivo, mas também não se deve excluí-lo totalmente da escola. Pois o trabalho faz parte da sobrevivência. Por meio do trabalho a criança pode aprender também, hábitos de higiene pessoal, que é algo indispensável para a vida. Mas o trabalho precisa ter um sentido social e coletivo, para que tenha um significado importante na formação dos indivíduos.

Shulgin (2013), cita os diferentes tipos de trabalhos sociais exercidos na escola dos pioneiros:

1º Trabalho Social Cultural - no qual as crianças auxiliam na organização da escola, contribuindo para a sua formação.

2º Trabalho Social Produtivo - a maioria deles busca um benefício para a própria

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