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O Brincar

Por:   •  16/3/2018  •  8.045 Palavras (33 Páginas)  •  282 Visualizações

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estabelecendo, desta forma, uma relação estreita entre o brincar e a aprendizagem. (OLIVEIRA, 2000). O brincar faz parte do mundo da criança, assim elas aprendem melhor e se socializam com facilidade, apreendem a conviver em grupo, aprendem a tomar decisões e percebem melhor o mundo dos adultos.

O conjunto de brincadeiras significa uma reorganização da prática pedagógica desempenhada pelo professor, prática essa que deve abandonar paradigmas da educação e utilizar o brincar por meio das brincadeiras livres, como mais um instrumento para o desenvolvimento da criança (ALVES, 1994).

No que se refere à cultura do brincar é necessário pensar, na ação do cotidiano, de modo que teoria e pratica se dialoguem, sendo necessário promover um brincar de qualidade.

Neste sentido, consideramos que a brincadeira é de fundamental importância para o desenvolvimento de competências e habilidades infantis, esse trabalho traz o brincar e a brincadeira na educação infantil, sendo uma das características bem como seus elementos na construção das atividades lúdicas.

A Pesquisa realizada teve um caráter qualitativo, onde o objetivo foi analisar se os Professores utilizam o brincar para contribuir no processo de ensino-aprendizagem e na construção do conhecimento das crianças. Para que isto fosse possível, realizamos uma pesquisa de campo em duas escolas, sendo uma na escola da região do bairro Serra em Belo Horizonte e a outra na região do bairro Centro, em Nova Lima. O questionário foi utilizado como instrumento de coleta de dados.

O tema abordado visa compreender as contribuições do brincar para a aprendizagem das crianças na visão dos professores. Atualmente percebe-se que a infância está perdendo o seu lugar devido a uma adolescência cada vez mais precoce, baseada no consumismo, por isso é muito importante que resgatemos o seu valor, pois é por meio do brincar que podemos compreendê-la melhor.

Para Piaget (1976), é por meio do brincar na educação infantil que a criança vai compreender o mundo em sua volta e adaptar-se ao mundo social do adulto, o brincar permite tanto o desenvolvimento cognitivo quanto o afetivo da criança. O brincar está sob as suas duas formas: a de exercício, sensório-motor e de simbolismo, pois, proporciona uma assimilação do real e da atividade, fornecendo a criança um estimulo necessário e transformando o real em função das necessidades múltiplas do brincar. Por isso, os métodos alternativos da educação das crianças exigem que todos forneçam as crianças um material conveniente, lúdico, empolgante, a fim de que brincando, elas cheguem a assimilar com criatividade, tarefas que podem ser utilizados no seu dia a dia, transferindo o conhecimento adquirido na brincadeira, seja ele motor ou intelecto.

As brincadeiras fazem parte do desenvolvimento das crianças. Então, a intencionalidade do trabalho é entender como os professores utilizam essa preciosa ferramenta que é o brincar na educação das crianças na escola.

O tema foi escolhido devido ao fácil acesso as escolas e aos profissionais da área da educação.

O trabalho juntamente com as aulas que obtivemos na graduação em pedagogia nos leva a compreender como estes métodos são utilizados no contexto escolar para aprendizagem e desenvolvimento das crianças, para que possamos utilizar melhor esta ferramenta na educação das crianças, possibilitando assim, aos professores uma nova estratégia de ensino.

2. REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 O SER CRIANÇA

Ariès (1981) afirma que até o século XVII não existia uma definição específica sobre infância. As crianças eram consideradas como adultos em miniatura e não havia os cuidados específicos que encontramos hoje. A afetividade evocada pelo núcleo familiar não estava presente e a família tinha como papel transmitir os bens e o nome da linhagem. Ariès (1981) diz que, no inicio da época moderna o conceito de infância era inexistente e sim, sendo considerado um período de transição, a criança tinha uma infância curta, sua vivencia era pouca valorizada. Ariès (1981, p.52) relata que:

Isso sem duvida significa que os homens dos séculos X-XI não se detinha diante da infância, que esta não tinha para eles interesse, nem mesmo realidade. Isso faz pensar também que no domínio da vida real, e não mais apenas no de uma transposição estética, a infância era um período de transição, logo ultrapassado, e cuja lembrança também era logo perdida.

Além disso, eram comuns crimes de infanticídio e abandono. As características da família e da educação infantil encontrada hoje, só tiveram início no século XVIII, por meio de solicitudes da Igreja, dos administradores e moralistas.

Ariès (1981) e Heywood (2004) consideram que a partir do século XIX, as transformações sociais levaram a uma influência de educadores, filósofos, médicos e até administradores nos critérios educacionais. As famílias tornaram-se menores na tentativa de ter mais cuidados com os filhos. Apesar de algumas divergências, ambos os autores concordam que a grande modificação ocorreu no século XIX, quando aconteceu uma maior interferência de meios externos no controle da família.

Charlot (1986, p.108) ao estudar sobre a infância tendo como base uma perspectiva social, nos mostra que “a imagem da criança assume, nos sistemas filosóficos e pedagógicos, as do aspecto social dessas contradições”. Para o autor a representação da criança é socialmente determinada, uma vez que exprime as aspirações da sociedade e dos adultos que nela vivem.

O interessante seria olharmos para a criança como um todo, vendo suas habilidades, limitações e potencialidades. Entretanto, com tantas definições e concepções para o ser criança, cabe ao educador ou ‘cuidador’ legitimá-la enquanto um ser em crescimento, capaz de agir, interagir, descobrir e transformar o mundo.

O Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil (RCNEI) apresenta a criança sendo um ser único possuindo sua própria identidade e subjetividade. Tendo a criança, desejos, sentimentos, curiosidades, hipóteses tornando-a responsáveis por cada ação, descoberta, investigação realizada ao longo de seu crescimento. Ao estabelecer interações com outras crianças e com os adultos ela vai mostrando o que compreende da realidade em que vive.

Logo, as atividades das crianças, suas relações com o mundo e as mediações desse educador são as premissas para o desenvolvimento das capacidades humanas. Para Vygotsky (1998), as transformações no mundo psíquico da criança ocorrem sempre numa relação de reciprocidade.

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