Essays.club - TCC, Modelos de monografias, Trabalhos de universidades, Ensaios, Bibliografias
Pesquisar

O Brincar

Por:   •  16/3/2018  •  8.045 Palavras (33 Páginas)  •  237 Visualizações

Página 1 de 33

...

estabelecendo, desta forma, uma relação estreita entre o brincar e a aprendizagem. (OLIVEIRA, 2000). O brincar faz parte do mundo da criança, assim elas aprendem melhor e se socializam com facilidade, apreendem a conviver em grupo, aprendem a tomar decisões e percebem melhor o mundo dos adultos.

O conjunto de brincadeiras significa uma reorganização da prática pedagógica desempenhada pelo professor, prática essa que deve abandonar paradigmas da educação e utilizar o brincar por meio das brincadeiras livres, como mais um instrumento para o desenvolvimento da criança (ALVES, 1994).

No que se refere à cultura do brincar é necessário pensar, na ação do cotidiano, de modo que teoria e pratica se dialoguem, sendo necessário promover um brincar de qualidade.

Neste sentido, consideramos que a brincadeira é de fundamental importância para o desenvolvimento de competências e habilidades infantis, esse trabalho traz o brincar e a brincadeira na educação infantil, sendo uma das características bem como seus elementos na construção das atividades lúdicas.

A Pesquisa realizada teve um caráter qualitativo, onde o objetivo foi analisar se os Professores utilizam o brincar para contribuir no processo de ensino-aprendizagem e na construção do conhecimento das crianças. Para que isto fosse possível, realizamos uma pesquisa de campo em duas escolas, sendo uma na escola da região do bairro Serra em Belo Horizonte e a outra na região do bairro Centro, em Nova Lima. O questionário foi utilizado como instrumento de coleta de dados.

O tema abordado visa compreender as contribuições do brincar para a aprendizagem das crianças na visão dos professores. Atualmente percebe-se que a infância está perdendo o seu lugar devido a uma adolescência cada vez mais precoce, baseada no consumismo, por isso é muito importante que resgatemos o seu valor, pois é por meio do brincar que podemos compreendê-la melhor.

Para Piaget (1976), é por meio do brincar na educação infantil que a criança vai compreender o mundo em sua volta e adaptar-se ao mundo social do adulto, o brincar permite tanto o desenvolvimento cognitivo quanto o afetivo da criança. O brincar está sob as suas duas formas: a de exercício, sensório-motor e de simbolismo, pois, proporciona uma assimilação do real e da atividade, fornecendo a criança um estimulo necessário e transformando o real em função das necessidades múltiplas do brincar. Por isso, os métodos alternativos da educação das crianças exigem que todos forneçam as crianças um material conveniente, lúdico, empolgante, a fim de que brincando, elas cheguem a assimilar com criatividade, tarefas que podem ser utilizados no seu dia a dia, transferindo o conhecimento adquirido na brincadeira, seja ele motor ou intelecto.

As brincadeiras fazem parte do desenvolvimento das crianças. Então, a intencionalidade do trabalho é entender como os professores utilizam essa preciosa ferramenta que é o brincar na educação das crianças na escola.

O tema foi escolhido devido ao fácil acesso as escolas e aos profissionais da área da educação.

O trabalho juntamente com as aulas que obtivemos na graduação em pedagogia nos leva a compreender como estes métodos são utilizados no contexto escolar para aprendizagem e desenvolvimento das crianças, para que possamos utilizar melhor esta ferramenta na educação das crianças, possibilitando assim, aos professores uma nova estratégia de ensino.

2. REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 O SER CRIANÇA

Ariès (1981) afirma que até o século XVII não existia uma definição específica sobre infância. As crianças eram consideradas como adultos em miniatura e não havia os cuidados específicos que encontramos hoje. A afetividade evocada pelo núcleo familiar não estava presente e a família tinha como papel transmitir os bens e o nome da linhagem. Ariès (1981) diz que, no inicio da época moderna o conceito de infância era inexistente e sim, sendo considerado um período de transição, a criança tinha uma infância curta, sua vivencia era pouca valorizada. Ariès (1981, p.52) relata que:

Isso sem duvida significa que os homens dos séculos X-XI não se detinha diante da infância, que esta não tinha para eles interesse, nem mesmo realidade. Isso faz pensar também que no domínio da vida real, e não mais apenas no de uma transposição estética, a infância era um período de transição, logo ultrapassado, e cuja lembrança também era logo perdida.

Além disso, eram comuns crimes de infanticídio e abandono. As características da família e da educação infantil encontrada hoje, só tiveram início no século XVIII, por meio de solicitudes da Igreja, dos administradores e moralistas.

Ariès (1981) e Heywood (2004) consideram que a partir do século XIX, as transformações sociais levaram a uma influência de educadores, filósofos, médicos e até administradores nos critérios educacionais. As famílias tornaram-se menores na tentativa de ter mais cuidados com os filhos. Apesar de algumas divergências, ambos os autores concordam que a grande modificação ocorreu no século XIX, quando aconteceu uma maior interferência de meios externos no controle da família.

Charlot (1986, p.108) ao estudar sobre a infância tendo como base uma perspectiva social, nos mostra que “a imagem da criança assume, nos sistemas filosóficos e pedagógicos, as do aspecto social dessas contradições”. Para o autor a representação da criança é socialmente determinada, uma vez que exprime as aspirações da sociedade e dos adultos que nela vivem.

O interessante seria olharmos para a criança como um todo, vendo suas habilidades, limitações e potencialidades. Entretanto, com tantas definições e concepções para o ser criança, cabe ao educador ou ‘cuidador’ legitimá-la enquanto um ser em crescimento, capaz de agir, interagir, descobrir e transformar o mundo.

O Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil (RCNEI) apresenta a criança sendo um ser único possuindo sua própria identidade e subjetividade. Tendo a criança, desejos, sentimentos, curiosidades, hipóteses tornando-a responsáveis por cada ação, descoberta, investigação realizada ao longo de seu crescimento. Ao estabelecer interações com outras crianças e com os adultos ela vai mostrando o que compreende da realidade em que vive.

Logo, as atividades das crianças, suas relações com o mundo e as mediações desse educador são as premissas para o desenvolvimento das capacidades humanas. Para Vygotsky (1998), as transformações no mundo psíquico da criança ocorrem sempre numa relação de reciprocidade.

...

Baixar como  txt (54.8 Kb)   pdf (111.1 Kb)   docx (38.2 Kb)  
Continuar por mais 32 páginas »
Disponível apenas no Essays.club