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LAMPEJOS DA REFORMA PROTESTANTE NA EDUCAÇÃO

Por:   •  4/4/2018  •  3.788 Palavras (16 Páginas)  •  343 Visualizações

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A reforma protestante entende que ignorância é uma porta aberta para heresia, uma mãe para heresia, mas que com a educação começa eliminar este mal no meio do povo. A ignorância ignorada é o mal multiplicado por sobre o povo. E que somente a educação poderia extirpar este mal do povo.

Já que as pessoas necessitavam de educação para extirparem o mal, a ignorância – uma porta aberta para a heresia entra no meio do povo, sem sombra de dúvida que a igreja deveria desenvolver o papel educacional, ou ser o superintendente educacional.

1. O que é Pedagogia?

Desde a Grécia delineou-se uma dupla referência para o conceito de pedagogia. De um lado, desenvolveu-se uma reflexão estreitamente ligada à filosofia, elaborada em função da finalidade ética que guia a atividade educativa. De outro lado, o sentido empírico e prático inerente à paidéia, entendida como a formação da criança para a vida, reforçou o aspecto metodológico presente já no sentido etimológico da pedagogia como meio, caminho: a condução da criança. A partir do século XVII esses dois aspectos tenderam a se unificar como o demonstra o esforço realizado por Comênio[2]. Procedendo como Bacon[3] o fez para as ciências em geral, Comênio procurou equacionar a questão metodológica da pedagogia. Por esse caminho buscou construir um sistema pedagógico articulado em que a consideração dos fins da educação constituía a base para a definição dos meios, compendiados na didática comoa arte de ensinar tudo a todos. Foi, porém, com Herbart que os dois aspectos da tradição pedagógica foram identificados como distintos, sendo unificados num sistema coerente: os fins da educação, que a pedagogia deve elaborar a partir da ética; e os meios educacionais, que a mesma pedagogia elabora com base na psicologia. A partir daí, a pedagogia se consolidou como disciplina universitária, definindo-se como o espaço acadêmico de estudos e pesquisas educacionais.

Paulo Freire[4], educador, Pernambuco, nascido no dia 19 de setembro de 1921, no Recife, diz que educação é um encontro entre interlocutores, que procuram no ato de conhecer a significação da realidade e na práxis o poder da transformação. Entende-se por pedagogia em Freire a ação que pode e deve ser muito mais que um processo de treinamento ou domesticação; um processo que nasce da observação e da reflexão e culmina na ação transformadora.

Em uma das suas principais obras, Pedagogia do Oprimido (1983), Paulo Freire discute essa concepção: em que o educador é o que educa; os educandos, os que são educados; o educador é o que sabe; os educandos, os que não sabem; o educador é o que pensa; os educandos, os pensados; o educador é o que diz a palavra; os educandos, os que a escutam docilmente; o educador é o que disciplina; os educandos, os disciplinados; o educador identifica a autoridade do saber com sua autoridade funcional, que opõe antagonicamente à liberdade dos educandos; estes devem adaptar-se às determinações daquele; o educador, finalmente, é o sujeito do processo; os educandos, meros objetos.

Paulo Freire acredita que o dado fundamental das relações de todas as coisas no mundo é o diálogo. O diálogo[5] é o sentimento de amor tornado ação, o diálogo amoroso, que é o encontro dos homens que se amam e que desejam transformar o mundo.

Sendo assim, podemos considerar que pedagogia é um processo de levar o conhecimento ignorado ao ignorante[6], tirando-o deste estado e processualmente levando para outro, o do conhecimento. Seja por dialogo, por construção, pedagogia é levar outra pessoa adquirir conhecimento.

1.1 De quem é a função de Educar?

Sem sombra de dúvida que educação é uma relação que se desenvolve dentro de uma casa, de um lar, e se expressa na sociedade, já Escolarização – a pessoa, ou a criança recebe numa instituição escolar.

A educação é projetada por meio de convivência e conformidade, e por que não dizer por meio do diálogo, como afirma Paulo Freire, diálogo dos Pais com o filho (a), projetando, inculcando, padrões, costumes, princípios adquiridos anteriormente.

A formulação de padrões e princípios éticos e morais na família são denominadas de educação familiar. Não há como negar que a religião influencia em muito o padrão de educação.

Total responsabilidade na educação de uma criança é dos pais, mas como falamos acima que, a religião tem um fator quase que determinante na formatação desta educação dentro do lar.

2. PROTESTANTISMO E EDUCAÇÃO

Na Reforma Protestante a escola é outra escola do humanismo, mais pragmática, muito mais suscetível a resultados. Distancia-se do projeto pedagógico renascentista-humanista, pois se propõe um projeto de educação universal. Antes da Reforma Protestante não havia brotado essa preocupação com a universalidade do ensino. Portanto vemos que, as mudanças na conjuntura sociopolítica, como mostra Jardilino[7], exigiram essa nova forma de capacitar os sujeitos para a nova realidade do século XVI, isto é, para as novas condições do trabalho e da produção.

Há, então, um aprofundamento do Humanismo, só que com feição laica. Destacam-se, nesse quadro, os ensaios de Michel de Montaigne “Da educação das crianças” e do “Pedantismo”. Todavia, é uma educação que não atinge as grandes massas que permanecem analfabetas e incultas. Trata-se de uma educação, basicamente, voltada para a formação do homem burguês que atinge, principalmente, o clero, a nobreza e a burguesia. Esta, que emerge como nova classe social, a partir do Renascimento, disputará com a Igreja e a nobreza o poder político que, finalmente, conquistará, no século XVIII, com o advento da Revolução Francesa.

Lutero entende tacitamente que seria muito mais importante fazer doações em favor da educação, ou seja, um financiamento, do que, a cada ano, levantarem-se grandes somas para as armas, as pontes, as estradas e inúmeras obras. Mais importante que tudo isso seria destinar esses recursos para que a juventude tivesse professores bem preparados. Para Lutero o não priorizar a educação dos filhos era um dos pecados que os pais estavam cometendo como autoridade sobre seus filhos, ainda os pais, por não enviarem seus filhos às escolas, se tornam omissos a escolarização de seus filhos, mas réus da responsabilidade de educar os jovens.

Ainda Jardilino diz:

As exortações do reformador estão dentro de um quadro maior, de um contexto sociopolítico e econômico

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