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História Infantil Brasileira

Por:   •  12/12/2017  •  1.359 Palavras (6 Páginas)  •  320 Visualizações

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Através desta experiência, pode-se observar que a atividade trabalha de modo a valorizar aspectos da infância, trabalhando questões da cultura, da autonomia da criança, a questão do expressar-se, de saber colocar suas opiniões, o que é interessante pelo fato de trazer à criança oportunidade de escolher o que gosta o que quer e o que acha ser bom, algo que traz importantes momentos onde a criança mostra seu olhar sobre as coisas e sobre o mundo a sua volta de modo a trazer o seu mundo infantil.

No entanto a infância é uma fase muito importante na vida do ser humano, responsável pelo desenvolvimento de diversos aspectos fundamentais para a vida adulta, principalmente no que diz respeito ao emocional. É através da brincadeira, do faz de conta, da imaginação que a criança se caracteriza e este é precisamente um dos pontos em que se resume a especificidade da infância.

Dessa maneira, podemos afirmar que o sentimento de infância é algo que foi construído ao longo das transformações sociais e para cada época existe uma realidade diferente que vai depender dos costumes, da economia e da cultura de cada sociedade.

No capítulo que Ariés intitulado Do despudor à Inocência, percebemos como a sociedade foi modificando a maneira de se conceber as crianças, exigindo que elas se abstivessem da atitudes e assuntos, sobretudo sexuais. A idéia de inocência tornou-se a manifestação mais evidente do novo sentimento e do novo lugar destinado à infância na sociedade. As crianças não deviam ouvir tampouco falar sobre assuntos sexuais, era obrigação dormirem sozinhas e afastar-se de brincadeiras levianas, tendo suas partes íntimas preservadas de gracejos e toques (RODRIGUES; BALADELI, 2010, p.21).

É preciso levar em consideração sua participação no processo produtivo, a sua escolarização, o processo de socialização no interior familiar e da comunidade e suas atividades cotidianas, pois estes fatores estão diretamente ligados a posição da criança e de sua família na estrutura sócio-econômica. Sendo assim, é inadequado supor uma semelhança infantil quando se pensa numa concepção de criança.

A valorização e sentimentos atribuídos à infância nem sempre existiram de forma como hoje são concebidas, as mudanças econômicas e políticas da estrutura social têm grande influência e participação na modificação desses sentimentos.

[...] Foi só no século XVIII, com a extensão de algumas práticas contraceptivas, que a ideia de desperdício da vida das crianças realmente apareceu e ganhou força e os interesses pela vacinação e as praticas de higiene reforçaram mutuamente o novo sentimento de infância. A criança tornou-se não só a grande preocupação da sociedade, mas também a da família moderna (RODRIGUES; BALADELI, 2010, p.21).

Desta forma, o modo como a sociedade vê a infância influencia sobre a forma de a escola ver a mesma, mas pensar em como ter um olhar diferenciado, em não só pensar na criança no amanhã, mas sim na sua formação no presente é algo que a educação tem que estar refletindo, a escola tem que pensar em formas de alcançar estes aspectos no que diz ao desenvolvimento das crianças.

Portanto, a partir do momento em que a escola passa a proporcionar um trabalho onde a criança tem seu espaço, participa das atividades escolares fazendo escolhas, ela passa a proporcionar que esta se torne criadora de uma cultura própria, passando a estabelecer que a sua opinião e a visão de mundo que elas têm em sua "interpretação infantil”. Esta questão nos traz várias reflexões contínuas sobre o modo como a infância tem sido concebida no espaço escolar, levando-nos a pensarmos na infância na atualidade de forma diferente, acreditando nas crianças como sujeitos capazes e atuantes.

Referência

RODRIGUES, Elaine; BALADELI, Daniella Tizziani. História da infância no Brasil: aproximações e leituras sobre o tema. In: Elaine Rodrigues (Org.). História da infância no Brasil. Maringá: Eduem, 2010. p. 11-26.

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