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EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS

Por:   •  10/3/2018  •  1.621 Palavras (7 Páginas)  •  289 Visualizações

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Entrevista com um senhor com mais de 50 anos sobre seu retorno à escola (EJA), suas dificuldades e sucessos.

O Sr. José Santos Henrique, 53 anos, nasceu e cresceu na cidade de Rio Claro, interior de São Paulo, onde cursou o 1° ciclo do ensino fundamental. Durante muitos anos, José dizia que o estudo não lhe fizera e nuca lhe faria falta, trabalhava como vendedor de roupas e enxovais, realizando suas vendas porta a porta com seu carro em Rio Claro e nas cidades vizinhas. Por muitas vezes, disse ter se vangloriado dos demais colegas que haviam terminado os estudos: “eu só aprendi o básico e estou ganhando muito mais dinheiro do que muitas pessoas por aí que já são graduadas”, dizia ele.

Mas com o passar dos anos e com a grande expansão do comércio, José acabou perdendo boa parte da freguesia e passou a enfrentar dificuldades financeiras. Foi nessa mesma época em que ele encontrou um colega que costumava exercer a mesma profissão que a sua, porém este havia passado em um concurso público para Escriturário na prefeitura de Limeira, e estava muito satisfeito com seu emprego.

Segundo José, naquele momento ele foi abatido por uma grande angústia, foi como se ele tivesse de engolir todas as vantagens que ele havia contado. Sem contar a maneira em como ele se sentiu inferiorizado pelo colega.

Apesar da decepção, foi somente após seis meses que José resolveu procurar a EJA - “Eu já havia pensado no supletivo, mas as escolas da minha cidade cobram muito caro e eu não tinha certeza de sua idoneidade” - afirma ele. Quem o indicou a EJA foi uma professora aposentada, cliente antiga, com que ele fez um desabafo.

O primeiro dia foi surpreendente, pois José não estava realmente certo de que levaria aquela decisão a sério, pelo contrário, se sentia mal consigo mesmo, tinha preconceito, não se sentia bem por freqüentar o que ele chamava de “Mobral”. Mas pra sua própria surpresa, a turma e a professora foram muito acolhedoras e ele logo se sentiu mais confiante vendo que teria um bom desempenho.

Atualmente, José está cada vez mais entusiasmado com a EJA, pretende concluí-la e prestar concursos públicos municipais, estaduais e federais. Outra motivação para continuar a estudar é a namorada e colega de sala que segundo ele, foi um dos melhores benefícios da EJA para sua vida.

Entrevista com um jovem de aproximadamente 18 anos sobre seu retorno à escola (EJA), suas dificuldades e sucessos.

Jeferson A. F. 20 anos, parou de estudar quando cursava o 2° ano do Ensino Médio. A conquista do primeiro emprego e a necessidade de auxiliar na renda familiar levou-o a abandonar os estudos, já que a escola regular não poderia lhe oferecer um horário de aula compatível com o de seu trabalho.

A pós algum tempo, almejando uma melhor qualificação profissional, procurou a EJA, oferecida no Complexo Argos em Jundiaí, onde segundo ele, é a escola ideal pois oferece um sistema de horário e presença flexíveis.

Jeferson afirma estar feliz com sua decisão, e não sentiu ou sente dificuldades com o retorno aos estudos. Está feliz por poder em breve alcançar a mesma formação que a maiorias de seus amigos.

Depois de ter iniciado suas aulas na EJA, se sente mais motivado, e começou a fazer cursos extracurriculares como informática e rotinas administrativas.

CONCLUSÃO

Diante das entrevistas e estudo do texto, pude observar e concordar com os questionamentos da autora. O ensino de jovens e adultos pretende cumprir a função de incluir jovens e adultos na sociedade letrada. Proporcionando oportunidades de inserção através da alfabetização.

Os alunos da EJA compõem o quadro de Jovens e adultos, pouco escolarizados, ou sem nenhuma escolarização. Em seu desempenho, nota-se a força de vontade, o empenho em mudar suas vidas através da alfabetização, alguns vem em busca de melhores condições de trabalho, outros, oportunidades de participarem de concursos públicos ou mesmo tirar a carta de motorista.

Pessoas que deixaram os estudos para auxiliarem nas despesas de casa, trabalhando na agricultura, como babás, hoje se comparam com amigos da época que não pararam de estudar, e possuem condições de vida mais favoráveis. Alunos que não pretendem apenas se alfabetizarem, mas que possuem o desejo de prosseguir e atingir o nível universitário.

Vale aqui mencionar Paulo Freire: “a situação em que estão não lhes parece como algo fatal e intransponível, mas como uma situação desafiadora, que apenas os limita”.

Existe também uma parte de alunos, os mais jovens, que normalmente, vieram de um ensino regular fracassado, com dificuldades de adaptação ao meio escolar, que não conseguem se alfabetizar no mesmo ritmo que os demais. Alunos que após várias repetências, sentem-se excluídos na sala de aula, e desistiram. Hoje buscam a escolas pela necessidade de qualificação profissional.

Nesse contexto, pode-se citar Vera Masagão: “a maioria das escolas trabalham como se todos os alunos tivessem o mesmo nível de aprendizado, isso acaba empurrando para baixo aqueles que têm mais dificuldades e precisam

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