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BRNIQUEDOS E BRINCADEIRA NA EDUCAÇÃO INFANTL

Por:   •  21/3/2018  •  5.155 Palavras (21 Páginas)  •  236 Visualizações

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Percebemos que o mesmo tratamento que os adultos recebiam, também era dado às crianças. Eram consideradas como “adultos em miniatura”.

Foi a partir do Renascimento em que surgiu uma nova concepção da infância, quando foi considerado que o desenvolvimento da inteligência se dá através do brincar, mudando a idéia de que os jogos eram mera distração.

Para Kishimoto (2002, p. 62):

O Renascimento vê a brincadeira como conduta livre que favorece o desenvolvimento da inteligência e facilita o estudo. Por isso, foi adotada como instrumento de aprendizagem de conteúdos escolares. Para se contrapor aos processos verbalista de ensino, à palmatória vigente, o pedagogo deveria dar forma lúdica aos conteúdos.

No Romantismo, o jogo aparece como um comportamento frequente e espontâneo da própria criança. Froebel, pedagogista alemão, fundador do primeiro jardim de infância, defendia a ideia de que a criança se expressa através de atividades da linguagem, da percepção sensorial e do brinquedo.

Pena e Neves (2013) cita que:

Froebel foi influenciado pelo grande movimento de seu tempo em favor do jogo. Ao elaborar sua teoria da lei da conexão interna, percebe que o jogo resulta em benefícios intelectuais, morais e físicos e o constitui como elemento importante no desenvolvimento integral da criança.

Rubem Alves foi um consagrado escritor brasileiro, importante pensador e crítico da educação do nosso país, em seu livro A Alegria de Ensinar, há um texto denominado Escola e Sofrimento, em cujo ele entra em contradição com as escolas da nossa atualidade que sobrecarrega os alunos com muitas informações, que de nada tem haver com a sua realidade, e ainda as crianças tem que submeter aos comportamentos e pensamentos dos seus superiores, como os professores e administradores da escola, se quiserem passar de ano, ele fala que basta nós contemplarmos os olhos amedrontados das crianças e a ansiedade estampada em seus rostos para comprovar que a escola traz sofrimento, segundo ele o aprendizado dessas crianças só pode ser plena se elas tiverem a felicidade nas salas de aula, e um bom relacionamento com os professores, assim como tem com os seus familiares.

No contexto histórico brasileiro, o lúdico surgiu através de raízes folclóricas, diversos estudos apontam que as origens brasileiras provêm da mistura de três raças durante o processo de colonização: negros, índios e portugueses.

Kishimoto (2002) fala que as cantigas e brincadeiras que fazem parte da cultura brasileira receberam forte influência dos portugueses, não desprezando é claro a contribuição dos povos de outras culturas, como os negros e os índios.

Dalla Valle (2010) relata que, independente do tempo histórico, o ato de brincar possibilita uma ordenação da realidade, uma oportunidade de lidar com regras e manifestações culturais, além de lidar com o outro, seus anseios, experimentando sensações de perda e vitória.

Cunha (1998) afirma que a primeira brinquedoteca surgiu em 1934, em Los Angeles, nos Estados Unidos, quando o dono de uma loja de brinquedos percebeu que estava sendo roubado por crianças e reclamou com o diretor de uma escola municipal sobre a terrível situação. Foi onde o diretor tirou a conclusão de que aquelas crianças estavam praticando furtos de brinquedos por que não tinham com o que brincar.

Foi exatamente neste momento que se originou a ideia de construir uma brinquedoteca. Com recursos da comunidade local, iniciou-se um serviço de empréstimo de brinquedos. E esta brinquedoteca existe até hoje e é chamada de Los Angeles Toy Loan.

As brinquedotecas são consideradas um espaço de construção do lúdico e no Brasil ela surgiu nos anos 80, encantou a sociedade, mas teve que superar grandes barreiras para conseguir sobreviver economicamente, impor-se como instituição reconhecida e valorizada educacionalmente.

Para Cunha (2001, p. 16):

Brinquedoteca é um espaço preparado para estimular a criança a brincar, possibilitando o acesso a uma grande variedade de brinquedos, dentro de um ambiente especialmente lúdico. Um lugar onde tudo convida a explorar, a sentir, a experimentar.

Podemos assim dizer que, a oportunidade do brincar na sociedade brasileira se assumiu através da brinquedoteca, crescendo assim para dentro do campo da educação, sendo considerado também hoje como agente de mudança do ponto de vista educacional.

A brinquedoteca é um espaço privilegiado e especial na vida de toda criança que tem a oportunidade de ter acesso a ela. É por excelência um lugar para brincar e divertir, sendo ofertada às crianças de qualquer idade, condição social e econômica. Nesse ambiente, as crianças podem soltam a imaginação e terem acesso a um acervo de brinquedos, livros, jogos e computadores, tornando-se um espaço convidativo para a criança explorar, sentir e vivenciar momentos muito importantes para seu desenvolvimento, reforçado pela companhia e sob a supervisão de um monitor, professor ou outro responsável.

Além de um ambiente convidativo, é necessário dar a oportunidade para a criança ter liberdade de escolha em relação ao material lúdico e seu valor na criação de conceitos.

Segundo Kishimoto (1998, p. 134):

Muitas escolas preparam atividades dirigidas pelos professores selecionando brinquedos educativos ou delimitando o tipo de brinquedo que pode ser utilizado pela criança, o brincar deve ser um recurso para desenvolver a autonomia da criança e deixa de ser conquistado mediante este tipo de utilização.

Os pais, os professores e a escola devem se esforçar para formar pessoas capazes de assumir e de se adaptar às transformações e modificações do meio, ressaltando a necessidade de repensar o brincar voltado para a autorrealização.

John Dewey (1859-1952), importante percussor do novo ideal pedagógico da “Escola Nova”. Segundo ele, o ensino deveria ter base na ação e não na instrução, através da educação poder desenvolver o pensamento reflexivo, criativo etc.

Dewey acredita que aquele homem que não aprende a exercitar seu pensamento reflexivo e se deixa guiar pelos impulsos pode facilmente estar à mercê das influências exteriores.

“A verdadeira liberdade (...) é intelectual; reside no poder do pensamento exercitado, na capacidade de ‘virar as coisas ao avesso’, de examiná-las deliberadamente (...)” (Dewey, 1959, p. 96). E explicita: “pois

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