As Politicas Educacionais em Pedagogia

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Qualidades, conjunto de competências para realizar determinadas funções?

Ou competências, no plural, vem substituir outros: “saberes”, “habilidades”, “capacidades”, no campo da educação e “qualificação” no campo do trabalho. Será que os termos usados não dão conta de expressar o que se expressava anteriormente?

Autora questiona: seria “competências” uma nova proposta mais flexível de formação, com rompimento de modelos fechados de saberes e disciplinas ou um novo “modismo” conceitual que somente desviaria o foco da reais necessidades de mudanças educacionais? O que muda na realidade concreta da escola?

Competências, 2 dimensões distintas que se articulam (p.86)

Técnica: domínio de saberes e habilidades de diversas naturezas que permite intervenção prática da realidade. Denominado competência técnica

Política: visão crítica das ações e o compromisso com as necessidades concretas do contexto social. Denominado compromisso político

Essas duas dimensões criara uma dicotomia entre os que defensores de uma ala e de outra, embora a autora defenda que não há como separá-las.

Insere-se assim a dimensão ética que faz a mediação entre a técnica (que não é neutra) e a política (que abriga uma multiplicidade de poderes e interesses). A ética garante o caráter dialético da relação.

É no domínio da ética que se reflete sobre os valores presentes na prática dos indivíduos em sociedade. É onde se problematiza e determina o bom ou mau numa sociedade, o bem comum coletivamente construído (sempre provido de conflitos e contradições).

Logo a competência é um conjunto de saberes e fazeres de boa qualidade, construídos pela referencia do bem comum determinada pela ética e articulada com elementos constitutivos da técnica e da política.

Competencia, saber fazer bem o dever. Um fazer que requer um conjunto de saberes e implica um posicionamento diante daquilo que se apresenta como desejável e necessário. Caso não saiba fazer bem, não é competente...

O professor competente é o que possui a técnica (domínio de conteúdo de sua área e recursos para socializar esse conhecimento), a dimensão política (definir finalidades para sua ação e compromisso para alcança-la), e a ética elemento mediador (atitude crítica mediante definição de conteúdo, método, objetivos tendo como referencia o bem comum e afirmação dos direitos.

Desafios do mundo contemporâneo para o ensino, didática

“presentismo”, imediatismo de Hobsbawn (1997:7) do presente e desconsideração do passado e ausência de perspectiva de continuidade da vida e da história. Era do apelo ao pragmatismo e a matéria, o ensinar e o refletir parece ter importância menor.

A somar, a influencia da tecnologia e mídias torna o ensino menos formal, disperso, todos ensinam todos.

FRAGMENTAÇÃO do conhecimento, da comunicação e das relações. Super especialização das partes; exige uma visão de totalidade, um olhar abrangente do ensino, uma articulação estreita dos saberes e capacidades.

GLOBALIZAÇÃO homogeneidade redutora, massificação. Exige um esforço para distinguir para depois unir, percepção clara de diferenças e desigualdades. No ensino, um trabalho interdisciplinar efetivo (verdadeiro diálogo entre as áreas)

RAZÃO INSTRUMENTAL racionalização extrema. Necessidade de encontrar o equilíbrio entre razão e sentimento. No ensino reapropriação do afeto no espaço pedagógico, busca de articulação entre todas as capacidades de maneira crítica e criadora.

Hobsbawn diz que o sistema capitalista tecnicista a que estamos acometidos de 2 a 3 séculos não mostra sinais de infinidade. Pelo contrário o futuro não parece ser a continuação do passado, logo prestes a uma crise histórica.

Os ideais do liberalismo de liberdade e igualdade não lograram frutos almejados. O progresso tecnológico existe paradoxalmente ao lado da pobreza. O aperfeiçoamento das comunicações, circulação de objetos e ideias culturais convivem com a exclusão social.

Geração de uma crise geral da vida humana, das relações entre as pessoas, instituições e comunidades. Esse é o nosso contexto desafiador do educador(grifo meu)

DIDÁTICA

Etimologia; grego didaktika deriva do verbo didasko “relativo ao ensino”. O ensino é objeto da didática. O ensino é uma prática social específica, que se dá no interior de um processo de educação e que ocorre informalmente, de maneira espontânea, ou formalmente, de maneira sistemática, intencional e organizada, à partir de definição de objetivos, da organização de conteúdos a serem explorados, da proposição de uma avaliação do processo.

Ensino é uma socialização criadora e recriadora de conhecimento e cultura, estimula-se posicionar-se criticamente diante do instituído, transformando-o se necessário.

Na verdade Didática é teoria e prática do ensino. Ela agrupa organicamente os conteúdos das demais disciplinas, funcionando como uma matéria de integração (Libâneo1991:11), mais do que em qq outra disciplina de formação de professores, ao fazer um percurso teórico de exploração de ideias e conceitos, a ação do professor servirá de referencia para a ação dos alunos.

A didática é a disciplina que ordena